Poema curto

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⁠Ode ao Marrom

Logo ao acordar
Sempre muito cedo
Sinto me apertar
No buraco do medo

Muito me incomoda
O que sai mas não sai
Passando pela roda
Nesse eterno vai-não-vai

Uma cor esquisita
Um som engraçado
Uma breve visita
Acabei cagado

Inserida por PedroDino

o fizeram
profanaram meu decrépito cadáver
não basta os vermes terem o permeado
agora hei de ser profanado
me vi jogado as ruas
marcado por solas de sapato
espalhado o mal
não há o que ser racionalizado Pensado foi simples
matar-nos antes que ele nós mate

Inserida por freiyapavloski

sinto meu coração saltitar
toda vez que recebo teu olhar
sinto em mim um apertar
ao final só desejo perambular
afim de relembrar teu amor
nas vielas sujas das ruas

Inserida por freiyapavloski

⁠O amor

Se o amor dos olhos teus
Não te encante
Não te preocupes
São só instantes
Num mundo vasto
Ainda a conquistar

Inserida por Gabrielaportugal

Solidão

Se tudo que te dissestes
De nada valerá
Caberá ao meu coração
A solidão de um esilio
Como o trem que passa no trilho
Caberá a mim a vagar

Inserida por Gabrielaportugal

⁠A sociedade

A sociedade exerce um poder
Como um lobo faminto
Tão rígido ao ponto de estraçalhar
Tão severo ao punir

Corpos ocos
Mentes sombrias
Infância dolorosa e fria
De quem só queria sonhar

Inserida por Gabrielaportugal

⁠Vento que venta

Vento que venta lá, venta cá
Dois pesos
Duas medidas
Duas almas aflitas num jogo de azar

Inserida por Gabrielaportugal

⁠Favela

A polícia entra na favela
E começa os papapá
Moradores saem correndo
Pra estatística não virar
Mais um inocente baleado
O sonho dele era jogar

Inserida por Gabrielaportugal

⁠"Alerta cor" "Que cor"

Negros todos os dias
Sofrendo uma covardia
Mas que tom teria
Os políticos de Brasília
Se caráter fosse medido pela cor?

Inserida por Gabrielaportugal

⁠Predestinado

Cabeça a mil
Coração angustiado
Mais uma injustiça
Um destino marcado
Será que Deus escolhe seus afilhados?

Inserida por Gabrielaportugal

⁠A depressão

A depressão é como um fio desencapado
Transbordando energia de um sentimento Afogado
É como uma onda que tenta te derrubar
Você sente como se tapassem a sua boca pra Ninguém te ouvir gritar
E você luta incansavelmente até se esgotar

Inserida por Gabrielaportugal

⁠Quero o oceano
que o horizonte não toca:
o infinito antes de ser eternidade.

© Ana Cachide

Inserida por ana_cachide_pedroso

⁠O fabricante de lágrimas

O fabricante de lágrimas
Que me fazia chorar
Ele tinha tanta raiva
E desprezo no olhar

Adorava me punir
Vivia a me xingar
Repetia sempre a mesma frase
A mulher tola destrói o lar

Inserida por Gabrielaportugal

⁠O preconceito enraizado

O preconceito que não distingue
O morador do traficante
E o motoboy do assaltante
É o mesmo que faz vítimas a todo instante

Inserida por Gabrielaportugal

⁠dia qualquer
Fecha as cortinas
Pra tapar os erros
Não tão tímidos
dia de sol
Cerra a cortina
Pra impedir que o sol
Desbote o que ficou

Inserida por Umamineira

⁠HUMILHAÇÃO

Meu salário vale
cada vez menos,
apesar dos pequenos aumentos.

Mas como...?

…ou me divirto?

(Guilherme Mossini Mendel)

PASSAGEM II

O tempo nos passa.
Às vezes, até nos queima.
Às vezes, até nos estraga.
Quase sempre, nos endurece.

Recheamos o tempo
e ele nos enche.
Dominamos o tempo
e ele nos foge.

Observamos
a sua passagem
e, com ele,
vamos embora.

(Guilherme Mossini Mendel)

⁠SOBRE VIVER

O trabalho traz dignidade ao homem.
A gente trabalha para sobreviver.
APENAS sobreviver!
A vida fica pra depois.

Depois, vem
o cansaço,
as dores,
as dívidas
e as dúvidas.

E a vida fica pra próxima...

(Guilherme Mossini Mendel)

⁠PASSAGEM

maldito relógio,
maldito calendário...
o homem organiza
o tempo
e calcula
a sua penitência.

***

passatempo, passatempo...
eu passarei, tu passarás
(às vezes, cedo demais).

(Guilherme Mossini Mendel)

⁠VERBO(A)

Qual é a diferença
entre o verbo e a verba?

Nenhuma.

Pois só quem tem verba
pode usar o verbo.

***

Conjuga-se o verbo,
almejando a verba.
E o verbo,
que no princípio era “amar”,
torna-se a mais letal arma.

(Guilherme Mossini Mendel)