Poema curto
A madrugada tem levado
o Ipê-ouro para brincar
de roda com a ventania,
Assim sou eu a inspiração,
o amor, a paixão e a poesia.
Não existe nada
que oculte a tinta
suja de um genocídio,
Nem mesmo a poesia
e o esquecimento
são capazes de gerar
o apagamento,
A minha alma de Ipezeiro
potente se espalhou
pelo mundo inteiro.
Tem Bolo Cremoso de Puba
fresquinho na mesa que você
vai adorar com toda certeza
e há de chamar até de poema.
Morpho Helenor Cramer,
linda borboleta azul
voando livre pelo Esequibo
é ali que nasce o Sol
da sua terra e do seu destino.
Um gentil Caruru
de Festa Junina
parece sempre
melhor e diferente,
É um prato que
não pode faltar
como a alegria
e a poesia
na vida da gente.
Pinhão assando na chapa,
Gaita manhosa tocando
na corda do meu coração,
Chimarrão que não pode
faltar em hipótese nenhuma
nem mesmo na Festa Junina,
Porque assim é que se festeja
também em Santa Catarina.
Vamos de Arrasta-pé
nesta bonita Festa Junina
deixando ser levados
pela nossa alegria,
E quem sabe um
para o outro vir a se tornar
a mais doce companhia,
porque dançando pode
acontecer a tão esperada magia.
No meu do Arraial
você me convidou
para dançar um Xote
e com este olhar
que me sacode
você ganhou fácil
o meu coração,
E agora não consigo
mais colocar ninguém
no seu lugar porque
você conseguiu me apaixonar.
Não quero títulos,
não quero comendas
e também não
quero ser Imortal
da Academia Brasileira de Letras,
Quero ser lembrada
como a tal Poetisa
do Ipê-amarelo-cascudo,
de todos os ipês
e do Brasil Brasileiro profundo.
A minha alma de poetisa
tem a cor e a maravilha
do Ipê-amarelo-cascudo
e de todas as cores dos ipês
e dança no horizonte
sempre que a aurora vespertina
toca no Pico do Montanhão,
Sim, eu sou brasileira
de corpo, alma e todo o coração.
Anoitece sobre os sonhos
de muitos e eu apenas
espero para ver as estrelas
sobre o Ipê-amarelo-cascudo,
Como a poetisa de todos
os ipês ainda quero crer
que existe solução para tudo
e que o amor pode sobreviver
diante de tanta rudeza deste mundo.
Minha madrugada poética
ditada pela Via Láctea
que me leva a acordar com ela
para ver o Sol raiar
e passar por onde a beleza
do Ipê-amarelo-cascudo
está disposto de enfeitar
os cabelos de quem por ali passar.
Ipê-amarelo-cascudo florescido
aqui na minha Cidade de Rodeio
em pleno no Médio Vale do Itajaí
mostra que vir até a mim há de ser
o teu destino desde o dia que te vi.
A sua presença
é sempre sedutora
e na Festa Junina
é capaz de tocar
um gostoso Baião
no meu coração.
Encontrei na Festa Junina
você dançando Xaxado,
e foi assim que do meu
coração tu fizeste o seu reinado.
Bandeirinhas e balões
enfeitando os espaços,
O mastro enfeitado
por fitas coloridas,
O sanfoneiro tocou
os primeiros acordes,
Aqui também tem
Boi para dançar
e brincar em noite
de Festa Junina,
Você vai me amar
de um jeito que não imagina.
Pouca gente sabe
que o Boi-à-Serra
também se dança
em qualquer festa,
E que ele e o Siriri
podem se encontrar
em pleno Arraial
assim como eu e você
no mesmo sonho
de amor fundamental.
As ideias de mãos
dadas com as letras
formam versos
e com as rimas
vão com as rodas
e formando as estrofes,
E todos alinhados
dançam a Quadrilha,
Assim é que está feita
a poesia de Festa Junina.
O Hemisfério Celestial Sul
celebra o Willka Kuti,
No Deserto de Siloli,
a Via Láctea reverencia
poética a Árvore de Pedra,
e eu continuo a sua espera.
Em Festa Junina
também tem
Samba-de-coco
que vai cair no seu
gosto assim como
eu quero cair seu jogo.