Poema 18 anos
O canto do Quetzal
leva a êxtase por
amor a embrenhar-me
floresta adentro
Para buscar o quê traz
paz e tudo o quê leve
até você por reconhecer
com os sete sentidos
Você tem a posse
do meu pensamento
além de todo o tempo
Sublime divinal unção
que se mantém a todo
momento no coração.
Buscar em cada
adágio popular
a essência que
devemos reencontrar
para a gente
nunca mais se perder,
Porque devemos
reaprender a conviver,
e não deixar ninguém
os nossos ouvidos
emprenhar por falsas
promessas de poder.
Te emprestar o sono
como se fosse um
inquieto Acutipuru,
Porque ainda tens
tudo de levado curumim,
Nasci para você
e nasceste para mim.
Ouvir o Açubá
e sentir a vibração,
Deixar a áurea
tomar a mente,
o corpo e o coração,
Amar a sua existência
é toda a explicação.
Pagar a acuação
em Carapicuíba
na sua companhia,
Estar cercados
de tanta gente
tão querida,
Daremos graças
ao amor e a vida.
O teu charme faceiro
faz uma acordeona
sem fim do meu peito,
Que você é meu
não tem mais jeito,
E há de se entregar
a cada dia inteiro.
Sentido único por alguém
tal qual a magnífica existência
de uma linda Cigua Palmera,
algo que busco a vida inteira.
Quando o tão esperado grande
dia chegar desejo que sinta
com amor o mesmo também,
e queira que seja o maior bem.
Todos os instantes têm sido
plenos e dedicados a preparação
para deixar de prontidão o coração.
Porque haverá a união inoxidável
e titânica de mais de sete sentidos:
Os nossos destinos serão reunidos.
Orar um Adixá,
tocar estrelas,
ouvir as lendas,
ler os poemas
da noite profunda
e a acalantar a liberdade
que pede continuidade.
Adê de Oxum
para cobrir o quê
a nossa poesia
não quer ocultar,
e ninguém adivinha
que eu e você
sem mais nem
menos e o porquê
viramos um.
O meu coração que
não é nenhum pouco
santo não resiste
ao som de um Adarrum,
Tocando dentro como
o trovão toca o céu,
Vou dançando pedindo
a bênção do destino
para pôr no meu caminho
a indicação que mostre
como seguir contigo.
Fiz Ado temperado
com Azeite-de-dendê só
para te deixar gamado,
Depois disso não irá querer
nem olhar para o lado.
Colher folhas de Buriti
para Adjuloná por aqui,
Porque sou apaixonada
por desde o instante que te vi.
Adjá para convidar
e sinos de outros
credos igualmente
para ver se consegue
a atenção do mundo
para pedir a paz nem
que seja por um segundo.
Ado-Chu no alto da cabeça determina o religioso destino
para quem quer servir em plenitude,
Aquele salve em forma de poema
a quem se dedica sem vicissitude.
(O Santo é forte, e ele vem!)
Adubalê como dever
deve ser feito com amor
por quem se dedica a crer,
Algo muito parecido
acontece com o meu coração
sempre reverencia você.
(Amor de devoção).
Se silencia
o peito fica
tipo Adufe
disparado,
Em segredo
sei que me ama,
e está deixando
o meu peito
todo envolvido,
Não sei, não é
de hoje que te sinto.
Olhar como o tempo está,
colher frutas para adoçar,
Lidar com as expectativas
e não deixar o melhor perder.
Ouvir Tucano-bico-de-quilha,
levar frutas para ele e os outros,
Reviver para alma os tesouros
e não permitir-se desanimar.
Desafiar cada desafio com altivez,
e buscar para que brilhe a sua vez:
Não deixar nada te desanimar.
Sem deixar de lado a sensatez,
nas asas de Bill Bird se você inspirar
e si próprio com alegria cultivar.
Trago a poesia despreocupada
dos aplausos contemporâneos,
porque não a tenho para mim,
e sim para as linhas do futuro.
Desejo que este resgate tenha
igual espírito de outrora
das boas Folganças Populares
e se espalhe por todos os lugares.
Quando chegar o momento
você estará ao meu lado
se deixando levar pelo embalo.
Se cumprirá em nós tudo aquilo
que em secreto foi desejado
para ser profundo e tranquilo.
Nesta nossa Terra
Afonjá não quer
ver o Deus da Guerra
alheia por aqui dançar,
Não duvide e não
tente o desafiar.