Poema 18 anos

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Palavras

Conjunto de sons articulados
Quando de gestos de amor
Ao coração tem significados
Quando de brilho no olhar
Ao espírito vem acariciar
Quando redige sorriso
Aquece a alma, tira o griso
Quando repleta de emoção
Denota histórias de paixão
Quando de lágrima furtiva
Vem da operação acusativa
Quando sem sensibilidade
Ao medo traz autoridade
Quando nos da liberdade
Dá asas, sonhos, finalidade
Sempre expressando a nós
Diversidade. Desatando os nos
Que deixa o nosso viver calado
Aí então grifa elocução ao fado...
Palavras, sentimento ortografado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

Um Milésimo


"Eu sou. Eu tenho.
De onde eu venho?
Eu, eu, eu... Com a perspectiva
de uma câmera focada no umbigo."

Inserida por DanteLocateli

O sentimento de desembarque
de um romance que tudo foi feito
para que o amor sobrevivesse
não conhece mais o regresso.

Agora só cabe é deixar-se levar
pelas correntes do Mar do Caribe
e na Ilha de Fraile Grande aportar
e nem mais para o relógio olhar.

Quem escolheu desdenhar
ficou lá para trás e no seu
devido lugar nunca irá mudar.

O quê realmente importa é estar
onde de fato há um amor que verdadeiramente se permita amar.⁠

Inserida por anna_flavia_schmitt

poemas

certos poemas
entram pela imaginação
e são como as emas
no cerrado. ciscam... ciscam
espalhando alguns temas...
e tão cheios de ilusão!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, setembro
Araguari, Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA RAZÃO

Na prepotência do querer ser altivo
Que arde na desavença em chama
E queima no ódio que não se ama
Acinzentando num desafeto cativo

É um tal sentimento insano, adjetivo
Que então contamina a alma na lama
Do egoísmo, que o zelo nunca clama
O acolher nos abraços, e ser passivo

Que devoto tanto, esse, que flama
A injustiça, num arbítrio explosivo
Tiranizando o viver em um drama

Onde há razão no ato opressivo?
Quando o Verbo, oferta proclama:
- Amar com amor para estar vivo!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

a coitada

fui ali na janela
ouvir a chuva
magricela
tão turva
ela estava chiando
ai, como sussurra
fica só reclamando
da secura, e hurra
e empurra a poeira
do telhado
escorre pela beira
da rua, e desanuviado
refrescado, na sua eira
ah! feliz, está o cerrado...
e numa tranqueira enleada
a chuva desce a ladeira
a coitada!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
outubro de 2919
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ASPEREZA DO CERRADO

Ai a aspereza do cerrado
Não a entende ninguém
É sublime o céu encarnado
E são encantados também
Traz na secura do teu ar
O empoeirado vai e vem
Do vento nas folhas a chorar
E as estrelas no céu além
São versos ao poeta poetar
Que nunca será um porém
São feiticeiras noites de luar
Que ao olhar nos faz tão bem
Só quem embala na emoção
Entende a alma que aqui tem
Está matuta e rude vegetação
De flores, e trovadores também
Ai a aspereza do meu cerrado
Que nunca nos trata como refém
Chão que chora o amor e o amado
Na viola que do cancioneiro provém

Ai a aspereza do tortuoso cerrado
Impregnado aos que aqui vivem...
E aos poetas também!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

privação

a saudade é um ato estranho
se você a mata ela vive
se você vive ela avulta no tamanho
é uma dor em aclive
um suor sem banho

é funesto

invade todo o sentimento
é de vazio gesto
aos olhos abafamento
indigesto
ao desejo recolhimento

solidão

e eis que ela é etc e tal
torpor, paralisia, emoção
retiro

saudade é ausência fatal
suspiro

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Cidade de Goyas (Goiás Velho)

Hoje, eu fui o menino de cabelos brancos,
que andou na ponte da menina feia (Aninha)
poetando suas lembranças em cânticos
do rio vermelho e das serras que recitam poesia em ladainha
E lá em sua janela a figura dela, Coralina, de versos românticos
tão meigo, tão terno, tão teu... que alegria
poder caminhar nos teus passos semânticos
das ruas indecisas, entrando e saindo em romaria
em trovas dos teus larguinhos e becos tristes
ouvindo os cochichos das casas encostadinhas
fui cada trepadeira sem classe, que vistes
cada morro enflorados, lascados, grotinhas
fui cada muro da ruinha pobre e suja, momentos tão teus...
Eu,
só quero te servir de versos, meus...

© Luciano Spagnol

poeta do cerrado
A Cora Coralina (paráfrase)
Após minha primeira visita a sua cidade
09/06/2015, 19’13”
Cidade de Goyas

Inserida por LucianoSpagnol

Primavera no cerrado

Depois da chuva das flores
Colore o cerrado de amores
Perfume, a aragem sorrindo
O inverno e secura indo
Num renovo que se refaz
Aroma de esperança traz
No voo da mamangava, do beija flor
É ressurreição, cheiro, cor
Desabrochando no sertão
Com florescente inspiração
Anunciada pelo vento
Cada botão rebento
Em quimeras da natureza
Emoção perfazendo em beleza
E gratificação de quem espera
A alma em poesia da bela primavera.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
12 de setembro de 2015
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Inspiração no cerrado

Escrevo diante do cerrado
A inspiração é da cor cinza
Cada galho torto isolado
Desenha versos ranzinza

E nesta paisagem esquálida
Alinha o sol com seus matizes
Tingindo a terra de cor pálida
Em variegados sem deslizes

É tão rico nos seus detalhes
E ásperos nas suas formas
Casca grossa cinzela entalhes
Em divina obra sem normas

No diferente do sertão, sedução
Cada flor na seca ou no molhado
É descoberta, renovo, é criação
Riscando a variedade do cerrado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

Voo

Voa pensamento
Livre como o vento
A procura do sentimento
Voa imaginação
Nas asas da emoção
Ao encontro do coração
Voa ilusão
Desenhando paixão
Nos rascunhos da solidão
Voa sonhos
Reais e risonhos
Sem ser enfadonhos
Voa felicidade
Sem a brisa da saudade
Flutuando na eternidade
Voa bardo transcritor
Poetando ventura e dissabor
Nos caminhos do amor...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

andeja

minha poesia é onde vou
um aconchego, um amor
aí eu finjo que ali estou
uns devaneios ao dispor
então rumo pra outro voo

minha poesia é sertaneja
come perna de cachorro
sem parada, assim seja!
vai, sobe e desce morro
e outro acaso nem planeja

andeja!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, 16 de outubro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Pequenina Lágrima

Tão frágil, tão pequenina
Ao vê-la nem se imagina
A imensidão do sentimento
O carisma de seu surgimento
Ao se notar cair pelo rosto
Na sina de algum desgosto
Ou anúncio de felicidade
A lágrima é sempre verdade:
Se pela face rola
É de alguém que chora
De saudade por quem foi embora
Se tímida ou escondida
É de recato de uma vinda ou ida
Disfarçando a angústia de uma despedida
Se imaginar ser passiva, sem vida
Ledo engano
Ela pulsa, desliza comovida.
Se for festiva, estridente
Surge de repente,
saudando a todos abertamente
Não subestimemos o poder da lágrima.
Se parece cair de mansinho
De um carinho, uma recordação
De um sorriso, uma comoção
De uma palavra de emoção
De um elogio nunca em vão
É força, energia, é ação
A lágrima vem do coração

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
21/10/2008
Rio de Janeiro, RJ

Inserida por LucianoSpagnol

Mesmo que a poesia seque em mim
Entre espinhos, lamentos e emoção
O poeta é como o sequioso cerrado
Sobrevive as intemperes do sertão
Duma gota tem o embrião brotado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Rio de Janeiro, RJ

Inserida por LucianoSpagnol

Poetar...

... não é só escrever
é mais que sonhar
é mais que ser
é o poeta chorar
rir, olhar

e viver...

É a extasia da rima certa
é o achado sem se ter...
Pois, a poesia não é do poeta
é de quem primeiro ler.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

(sal)gado

minha saudade além do cerrado
não chega a ser um uivo
ou tão pouco ouvidos calados
são silêncios em ruídos
vindos do gosto salgado
do mar, são sentidos
que sinto aqui no cerrado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Maio, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

fluorescência

cerrado
fulgor de cascalho
e vagalume alado

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

advir

que venha o viver
deixe estar
que tenha prazer
deixe ficar
amar é haver...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

gangorra

a vida é
um vai e vem [ ... ]
habitue-se

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol