Poema 18 anos
O meu olhar errante te procura,
A minh'alma paira sobre a duna,
Sussurro ao vento:
- Sou tua, tua, tua...
Cada sílaba semitonada flutua,
- perfuma
Transformando-se em música,
Louva, comove e se curva,
- em reverência
Ao Sol que se retira ao leito,
E pela noite que vem chegando,
Tingindo o céu delicadamente,
Com a cor lilás das alfazemas,
Despertando triunfal contentamento,
De atinar-me desse teu amor sedento.
Repara nas minhas formas,
Espie às escondidas,
Estou aqui d'uma forma,
Jamais vista!
Esse meu jeito de menina...
Pelas fendas,
Pelas emendas,
Pelas dobras,
Acolha-me, aproxime-se;
Assim tu me enamoras!
Repara em mim...,
No meu jeito de menina,
Ainda descobrirei,
O quê mais te fascina...,
Você me ensina?
Pelas frestas,
Pelos cantos,
Pelo avesso,
Vire-me, e dobre-me;
Que eu enlouqueço!
Repara em tudo,
O quê sou capaz,
Repara-me inteira,
Longe de ser perfeita,
Por ti sou capaz de fazer,
Sempre, melhor e muito mais!
Revelo-me em rebento de amor,
Em convergência ao que sente,
- estou aqui presente
Outonal de tanto amor...
Dobro-me em doce louvor,
Em inefável contentamento,
- estou aqui tremendo de amor
Inefável é o teu esplendor...
Anseio por cada minuto seu,
Amor inefável amor meu,
- o meu coração -
É todo teu!
Tudo vivo em você,
Na mais serena das noites,
E nos mais altivo amanhecer.
Sopra o vento, ondula o mar,
A onda se dissipa, e se renova,
Eu jamais deixarei de te amar.
As crianças brincando nas areias,
Na beirinha do mar,
Uma dádiva tão encantadora,
Não há como não admirar...
A vida, as marés e as suas fases,
Tão linda é a alegria,
- e o encanto
Que tu me trazes.
Essa crença enleva a minha fé,
E me dá força para amanhecer,
- resistir
E caminhar e me fortalecer.
Porque mesmo que atentem,
A Natureza mostra a sua força,
Assim aprendi a ser gente,
Com a força da Natureza,
Aprendi a ser valente.
O teu beijo é a minha bebida,
- sem exagero
O teu corpo é a minha comida,
- com tempero
O teu cheiro fascina
- o meu desejo
O teu ser é a minha videira.
Traze tudo de ti e a paz
- inteira -
A tua voz música perfeita,
Ao ouvir você, sinto-me
Carícia em forma de mulher
- cobiça
Invadida de Sol,
Rendada pelos raios de luar,
Aconchegada pelas estrelas,
Celebração intensa,
Saciedade interminável,
Por causa deste colo
- adorável! -
Correndo contra o tempo
Irremediavelmente,
Carregando o impossível
Em busca de você:
O inacessível.
Eu ainda hei de tê-lo
De forma inesquecível,
Para sempre do meu lado.
A Páscoa acontece sempre,
Ele vive eternamente.
Ora anoitecemos,
E ora surgimos como o amanhecer;
Já deveríamos ter aprendido
- a viver -
Dobrando os corações
Para louvar e agradecer.
Sempre esquecemos,
De sermos gratos,
Por alguém que nos ensinou,
Amar uns aos outros,
Como Ele nos amou;
Ele se entregou,
Nunca se negou
E ensinou o salto do amor.
Os registros estão lá,
Para quem sabe ler,
- e interpretar
Pronto para se entregar,
E escutar a mensagem,
Que pode surgir face a face,
- e a conversão acontecer
É só você se abrir,
Deixando o teu coração ler,
A tua alma irá reconhecer,
Os ensinamentos dourados,
Para que o poema pascal aconteça,
É preciso que estejamos reunidos,
Na mesma caminhada lado a lado.
Não há resistência
Que não se dobre
Diante da admiração
De apreciar a beleza
Da Natureza plena
Resistindo o vilipêndio
Com a força da paixão.
O outono anuncia
A forte resistência
O oceano tece
Todos em rede
Simetricamente
Os grãos esculpindo
O chão de areias
Enfeitando o Balneário.
Presenciar a revolução - natural
Faz de mim uma pessoa
- forte-
Ver a Natureza enfrentando
Faz com que eu me fortaleça,
E nada tema
Porque viver sempre vale a pena.
Desencontrados,
O mar e a ventania,
Carregando as areias,
Esculpindo as dunas,
Celebrando o tempo,
Aqui na capitania.
Assim é a ampulheta,
Não te esqueça:
O tempo é um cometa.
A ventania e o mar,
Harmonizados,
De mãos dadas,
Criaturas e criação,
Fazendo da existência,
Uma vera celebração.
O barrasulensse é generoso,
Ele sabe ser alegria,
Carregando toda a poesia.
O nosso mar é paixão,
- e toda a prece
Exaltando as dunas em gratidão,
Porque elas tornam a vida segura
Fazendo-a ainda mais tremenda,
E fortalecendo as nossas terras.
Desencontrados,
O mar e a ventania,
Carregando as areias,
Esculpindo as dunas,
Celebrando o tempo,
Aqui na capitania.
Assim é a ampulheta,
Não te esqueça:
O tempo é um cometa.
A ventania e o mar,
Harmonizados,
De mãos dadas,
Criaturas e criação,
Fazendo da existência,
Uma vera celebração.
O barrasulensse é generoso,
Ele sabe ser alegria,
Carregando toda a poesia.
O nosso mar é paixão,
- e toda a prece
Exaltando as dunas em gratidão,
Porque elas tornam a vida segura
Fazendo-a ainda mais tremenda,
E fortalecendo as nossas terras.
Declaro para devidos fins,
Que, se ser autista,
É viver num mundo particular:
Eu sou autista, não posso negar.
Escrevendo ou não, todo o poeta
é autista porque tem um jeito
- único -
De sentir, experimentar e vibrar.
Eu moro num planeta azul,
No Hemisfério Sul,
Tenho um olhar azul,
E um coração que sente,
Que querem pintá-lo
- diferente-
Porque ele está sempre
- presente -
Voltado para o céu anil,
Tenho orgulho da minha terra,
Eu moro no Brasil,
Vestir-me da cor do oceano,
Do céu e do planeta,
Para que ninguém se esqueça,
Que sou poeta e autista,
Para mostrar que não sou ausente,
Para escutarem o meu canto,
Ainda vou te surpreender,
Eu e a minha estrela azul,
Iremos vencer os desafios,
Não nos importamos
- aparentemente -
Estamos mais do que presentes,
Prontas para salvar o mundo
Imaginado por você.
O pré-conceito
só existe para aquele
que ainda não colocou o pé no conceito.
Colocar o pé no conceito
é entender
direito e abandonar
o PRECONCEITO.
Não resisto,
porque não quero,
Deixei bem claro
que eu te quero.
Eu, vegetação rasteira,
sobre a duna
Como quem segura,
e se insinua porque deseja
- ir além.
Gente como eu,
jamais recua,
tem a alma nua,
talhada e lapidada;
Não teme à nada.
Ama heroicamente,
resiste à tudo,
Enfrenta silenciosamente,
Não teme e não se
nega à tentação,
Vai além do querer bem,
crê que um dia o amor vem.
Desde o dia em que o destino,
trouxe para mim o teu livro:
Nunca mais fui a mesma,
quando vi você com esse olhar
- desprotegido -
Eu já sabia que era tua,
nascida e predestinada,
Para ser a tua amada.
Tenho na memória guardada,
Não há mais como dizer,
Talvez esteja sepultada,
Em terra longínqua,
Hei de um dia te contar,
Fizeram a gente esquecer,
Não é possível sequer falar.
Este poema é impublicável,
Mas é inevitável...
Ele fala de sobrevida,
Ele fala da Morte,
E da vida além da Morte.
Abraçando a lembrança,
Não há mais esperança,
Ylang-ylang é o teu perfume no ar,
Serena musa, não sei onde estás,
Talvez um dia você vai voltar,
Talvez pobre de você,
Algum dia o destino irá mostrar.
Esse poema não presta,
Eu deveria atirá-lo no lixo,
Ele não deu a cara a tapa,
Filho de alma covarde,
É quase uma denúncia...
Os ares e ‘as flores de abril’,
Uma música de Chico Buarque,
A imagem da mulher esfumaçada,
Talvez esteja desfigurada,
Teve a imagem desaparecida,
E alma roubada,
Não quero falar sobre mais nada.
Ah! Contempla...
A lente atenta,
- alenta o olhar
A cidade coberta,
De neve mansa,
- o tempo passa
Devagar e serena
A alma humana.
Ah! Espera...
A vida revela,
- modifica
Percorre, renova,
- suscita
Gelada ou quente,
- vibra
Intensamente...
Aos passos,
Em cada floco,
Ao despertar,
De cada manhã,
Semeia o sonho,
Cativa de verdade,
Dá o quê de eternidade
A cada momento de felicidade.
Ao ouvir a música do vento,
Percebi os teus olhos zelosos,
Deparei-me com os teus passos
- macios
O balançar das amendoeiras
- doces ritmos
Fizeram-me contemplar:
os nossos instintos.
Ao sentir a tua presença,
Senti-me protegida,
Amparada, e tua amada,
A minha alma afagada,
- terna -
E feminina,
Distante das angústias,
Rendida por tuas ternuras.
Ao cair da noitinha,
À beira mar,
Sereno luar,
Amando a tua presença,
- vigilante
Aprendi o que é amar.
É inverno!
Celebremos,
Não é eterno,
Sempiterno.
- momento
Não recusemos.
É eterno!
Não recuemos,
- é extremo
Enfrentemos,
- o tempo
E o eternizaremos.
É sempiterno!
Como um afeto,
Reconhecemos,
É terno,
Intenso,
Logo, o passaremos.
Com fascinação própria,
- arte e luz
Fui agraciada ao ver,
A Lua cor-de-rosa,
- maravilhosa
Beijando o mar.
Aos passos, tateando,
- experimentando -
E exortando a delícia
De contemplar a cena,
Que talvez não se repita,
O mar se deixando beijar.
A Lua ao beijar o mar,
- acabou beijando-me
E seduzindo-me,
Acabou enfeitiçando-me,
E completamente doce:
acabei entregando-me.
A mulher deve ser elegante,
Suave e ao mesmo tempo,
- marcante -
Como um perfume insinuante,
Deve ter alma, maciez e calma;
Deslindando os mistérios e dar o tom
De amor, paixão e ternura;
Conduzindo a intenção com doçura,
Amando infinitamente, sempre.
A mulher marcante de verdade,
Será lembrada pela virtude,
E grande capacidade de amar;
Espalhando a graça,
- por onde passa
Como uma felina mansa,
Que só no olhar recebe
O seu colo e afeto.
A elegância feminina,
Ilumina o mundo,
Pacifica,
Engrandece,
Enternece,
Aproxima e conjuga,
Acarinha e aquece,
Eterniza a lembrança,
É presença que permanece.
Deveríamos ter a gravidade
- das estrelas
Que brilham sem cessar,
E sem se esbarrar;
Lecionam poesia,
Inundam o Universo
Com beleza e nos iluminam.
Lição existencial,
- ignorada
Lição luminosa,
- ditosa
Lição celestial,
- esquecida
Lição de harmonia.
Deveríamos ter a profundidade,
- do Universo
Que sempre se reinventa,
Renovando cada espaço,
- celebrante -
Das estações da vida,
Com júbilo e toda a gratidão.
Densas em braços,
Correntes que ligam,
Em espirais,
Ventando ou não,
Prosseguindo,
Com destino
Em busca de renovação;
Sugerindo,
Caos positivo,
Irradiando,
Girando,
Se interligando,
As estrelas azuis ou não,
Sempre nos ensinam:
a viver, a gravitar...
Todo ser é poesia,
É delicadeza,
E toque interestelar.
A canção e o brilho que vem de dentro
Ultrapassam o tempo,
Atitudes, comoções e contentamentos,
- sucessões
Das celebrações e de todas as devoções,
Doçura e contemplação,
Encontradas em cada perfume,
Transfiguração, luz, brilho e paixão,
Pela beleza de encontrar a vida,
E a beleza em cada pensamento.
Eu quero caminhar pelos séculos,
Surpreender-te a todo momento,
Conhecer o caminho do vento,
Que me leve até Moscow.
Aprenderei os teus passos,
- celebrarei as czardas -
Entoarei louvores,
Sobrevoarei os invernos,
Anoitecerei em cada um deles,
Para amanhecer ainda mais bela,
E tão brilhante quanto essa noite,
- registrada da tua janela.
Espalhadas as espumas,
leveza e anunciação.
A pétala se aproximando
levada pela emoção...
Reunidas e atentas,
algas e conchas.
Para tomares contas,
enfeitando as areias.
Nada se vai,
E sei que tudo vem,
- nada vai-
A queda nunca trai,
ela nos eleva e reúne.
Tudo se vê,
Se sente, e se crê;
- não lamente -
Sê forte, e resiliente,
E viva carinhosamente.
Temos um oceano e conchas,
- e um só destino
Colorido como os corais,
Para escrevermos silentes,
Navegando sobre as ondas...