Pessoas Sábias

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Raras Pessoas -

Algumas
(raras) pessoas,
têm o poder de nos tirar
do sério:
Sim,
a gente olha e, simplesmente,
ri - feliz.

Estranhamente,
feliz.

Inserida por SilvioFagno

Por que Amar? -

Por que os pássaros
voam?
Precisamos explicar por que
um pássaro
voa?

Não!

É preciso saber o porquê
dele não estar
voando.

Isso explica?

Inserida por SilvioFagno

Poema de Chuva -

Sempre haverá um tanto de
tristeza
e um bocado de
saudade
nestes dias de
chuva.

Dias em que os corações
mais puros e meninos
necessitarão de mais
aconchego,
mais pele, mais calor
humano,
do olhar, da presença.

O Tempo condiciona as coisas
e o amor as eternizam.

Inserida por SilvioFagno

Para o Depois, Porque o Agora Me Interessa Mais -

E se amanhã
eu não estiver mais
aqui:
continue me tratando
como me trata
hoje.

Inserida por SilvioFagno

O valor de uma pessoa
só é possível ser medido,
nos atos impulsionados
pela alma.

Inserida por SilvioFagno

Desabafo Inútil –

Sem cerimônia,
fui expulso do “Paraíso”
de escolhas e consequências.

Então,
me vi na necessidade
de uma releitura da vida,
para novos rumos,
novos sentidos, novos caminhos,
mas agora,
através de uma outra perspectiva,
um novo momento,
um novo olhar:
dúbio.

Com novos personagens à volta,
cama e cômodos diferentes,
vozes diferentes,
cheiros e sons diferentes.

Um outro endereço,
na mesma rua, em direção ao
nada
eu fui e voltei
e não mais voltei para casa
ou nunca fui.
Acúmulos de expectativas
e decepções
tão inerentes a
mim.

Um novo dia nasceu (turvo),
poeticamente cinzento e
dolorosamente ensolarado,
com cicatrizes e possibilidades,
velhas novidades, novos ciclos
de amizade,
encontro e reencontros e
desencontros e
perdas.
Alguns raros sorrisos – quase
uma volta à adolescência – um
filme em dias frios,
cobertas e pele e um moleque
inquieto – dono de tudo ali – sonho
e realidade para novas,
velhas lágrimas.

O real e o desejável;
o medo e a experiência;
a sorte e o hiato;
a saudade e a necessidade
do seguir em frente... a poesia e o
vazio.
Entendo: não volta mais!

Não pude fazer escolhas,
simplesmente, fiquei de fora
delas.
Não aceitei, nunca aceitarei
(hei de me adaptar), mas o
que ainda restou de mim
– inútil poeta –
são restos essenciais de
batalhas que,
enfim,
venci, derrotado.

Inserida por SilvioFagno

Não é Sobre o 1º de Abril: É Sobre Essência -

A você
que conseguiu passar os
outros 364 dias do ano
fingindo ser o que
não é:

Parabéns!

Hoje
poderá ser você
mesmo.

Inserida por SilvioFagno

É Preciso Que Se Diga -

O ser humano é merecedor
de todas as desgraças
da vida,
porque não faz por merecer
todo o amor.

Inserida por SilvioFagno

A Lua -

Hoje cedo
lembrei aquele teu riso fácil
e olhar adolescente de quase
meio-dia.

Lembrei de coisas
que nem pensei que faziam falta
como: a tua falta de jeito ao derrubar
coisas.

Lembrei teu espaço rebelde,
teus traços e passos
e trejeitos - jeito moleque.
Manias - tão tuas - que nem sei
se existem em outras.

Agora,
neste exato momento,
estou em total silêncio
buscando algo da tua fala.
(...)
Em vão.

Por favor, pequena:
não me chames como tu chamas
a todos os outros.
Tu sabes, né?!

Ah!
Mas quando foi que tudo escureceu,
afinal?
Sim,
eu amo a noite,
mas não esta - sem teu canto,
sem teu colo, teu encanto,
tua luz.

Se,
ao menos, como antes,
me restasse a lua.

Ah, a lua...
no céu da tua boca.

Amanheças aqui!

Inserida por SilvioFagno

Só -

Eu sempre me dei
bem
com a solidão.
Até me sentir
realmente
só.

Inserida por SilvioFagno

3h17 da Madrugada -

A gente só se dá conta mesmo
do quanto está
perdido,
quando o quarto está
escuro,
o relógio marca 3h17 da
madrugada e há silêncio demais
(fazendo barulho),
e vazio demais (transbordando),
e passado demais
(presente).

Neste instante,
o tempo corre (lentamente)
e
não há sono
nem sonho
nem desculpa: essa é a
realidade.

Não há, se quer, alguém
para quem ligar.

Nessa altura, nem
esperança mais
há.
E eu já não sei mais
se quero que o dia
amanheça.

(Mas ele sempre
amanhece).

Inserida por SilvioFagno

Amor -

(...)

Parece mentira,
mas é assim que o poema
termina.

Inserida por SilvioFagno

Sobre Duas Coisas -

Meu ânimo são as
possibilidades.

O que me assusta e
atormenta
é o vazio (oco) - a não poesia
da vida.

Inserida por SilvioFagno

À Sorte -

Com promessas e sorrisos e
cheiros e descobertas
(por meu querer), de mãos dadas
fui conduzido até bem perto
de algum paraíso,
aparentemente, natural de sonhos
e beleza e
poesia.

Tão logo,
depois do sonho,
despertei-me abandonado
no meio de um oceano
qualquer (e não sei onde estou,
para onde ir).

Estou à deriva, em um pequeno
bote a remo.
Exausto. Desanimado.
Com medo.

A vista só alcança horizontes: magnificamente tão belos
e iguais e distantes.

Meu olhar contempla a
inutilidade do querer, encoberto
pelo desespero da realidade
de não pertencê-lo.

Sempre tive uma relação de
curiosidade e admiração
para com o Tempo, o Universo e
a Sorte.
Neste momento,
sobretudo,
com a Sorte.
Mas nunca a entendi
muito bem.
Ainda assim, intimamente,
a tenho buscado
sem muita pressa ou
exigência.

Porém, agora onde estou
não há tempo para uma
má sorte.

É fim de tarde; é quase noite;
é quase tarde; é quase
o fim.

Espero,
ao menos, que ela,
por ventura,
esteja no vento que (na urgência
do agora),
dou-lhe a mão e deixo-me
levar...

(Avisarei se chegar).

Inserida por SilvioFagno

Por Acaso -

Provavelmente, está
aqui - no íntimo do meu
ser - como uma pequena parte
do que habita a força do
Universo.

Mas sinto que escrevo
por acaso.
Não sei se sou eu
quem acha a poesia ou ela
quem me acha primeiro.

Depois da última palavra,
não sei quando será o
meu próximo momento de
inspiração.

Até lá
vou ficar me sentindo
o maior idiota do
mundo.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠⁠De Que Lado? -

⁠No momento em que a barata
ainda respirava e se mexia,
e o pé do cristão avançava,
descia,
de que lado Deus estava?
O que pensava?
O que fazia?

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠Então... -

Podemos,
com entusiasmo,
falar, pensar em coisas sem limites.

Mas
devemos,
com cuidado,
limitar certas coisas.

Inserida por SilvioFagno

⁠Nariz de batata, olhos de tamarindo e coração de chocolate. — acho que sou eu.

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠SABEDORIA -
(Sobre o 31 de Dezembro e 01 de Janeiro. Sobre Avós e Netos. Sobre a Tardezinha. Sobre os Palhaços. Sobre a Poesia.).

Observem as crianças:
elas já nascem
sábias.

Passam a infância inteira
tentando ensinar os adultos
que, por prepotência e
falta de tempo,
não lhes dão a atenção
necessária.

Na adolescência,
por inquietude, irresponsabilidade,
falta de tempo
(numa das aventuras
dessa fase),
deixam-na esquecida,
num canto qualquer do mundo.

Na fase adulta,
hora ou outra,
olham para ela, reconhecem-na,
mas, pelo excesso de compromissos,
severidade, falta de tempo,
não usam-na corretamente.

O Tempo — sábio, dono de tudo —
nos traz junto com a velhice,
a essência da infância.
Agora
carregada de histórias,
experiências e, para alguns
(de olhar atento),
a sabedoria necessária
para prestar atenção
nas crianças
(sábias).

Inserida por SilvioFagno

⁠⁠O Tamanho das Coisas -

⁠Bem,
eu me importo com todas
as pessoas.
Sim,
de alguma maneira
me importo.

Algumas mais, outras nem
tanto,
algumas outras bem
menos, enfim.

Mas as que mais me
interessam — que eu dedico
mais cuidados, mais atenção,
mais tempo — são aquelas
que têm a capacidadede
contemplar um grão de areia
com a mesma devoção com
que olham o céu.

E olham para o céu
com a humildade dos que
enxergam grandeza num
grão de areia.

Porque as coisas:
os sentimentos, os valores...
a vida,
são do tamanho que a gente
se dispõe a enxergá-las — senti-las.

Inserida por SilvioFagno