Percepção
Não se deve nunca reclamar daqueles que provocam sensações menores que o primeiro limiar de percepção. O nada (ausência do bem ou mal) é preferível à intoxicação para a qual inexiste antídoto químico.
Óculos
Estou vendo o mundo através dos óculos;
Que triste visão através de uma lente,
Que me aumenta a percepção do que vive,
Que me ressalta as cores à mente.
Quão surpreso fico quanto vejo o tamanho do mundo,
Surpresa pelo aumento e não pela existência,
De tantas falhas em nós, em mim, lá dentro...
Parece por fora uma coisa muito legal, pois
Vejo pernas de lindas mulheres, quando lindas são as minhas,
Não minhas pernas, mas minhas mulheres esposa e filha.
Andando na rua minhas visões,
Dentro de casa minhas mulheres,
dentro de mim meus egoísmos...
Vejo na rua um carro forte e malotes de dinheiro,
Que cheiro...
Dinheiro...
E o homem que o carrega?
Algum tostão no bolso terá?
Nas costas todo o dinheiro da sociedade,
No bolso todas as moedas da gaveta,
Na mente todo o caminho a percorrer,
Na minha todo o dinheiro em meu bolso...
... e correr, não per, mas para, para onde?
Pernas percorrem a pista, confundem minhas vistas...
Senhora idosa, quantos anos terá?
Jovem senhora de mais ou menos cinquenta,
Independente em mundo globalizado, ou
Mulher global numa independência mundializada?
Talvez a terra mulher, talvez a nação nova, talvez, talvez...
Minha visão me confunde.
Já não se morre aos sessenta e cinco,
Agora vamos aos mais de oitenta,
Velocidade na vida, morte na estrada...
Mais de oitenta, pra quê?
Para sobreviver? Acima do que?
Acima do corpo, magro e esbelto,
Ou acima da economia, magra e esbelta.
O objetivo é ficar forte e crescer, mas até que ponto?
Para exportar o excedente para quem não pode comprar?
Para quem tem fome e quer crescer, engordar?
Quero ficar magro dispenso comida, se sou gente,
Quero ficar forte vendo comida, se sou mais gente,
Quero crescer, como.
Como quero crescer?
Crescem as imagens na minha frente e me assusto.
Quão surpreso fico quanto vejo o tamanho do mundo,
Que me ressalta as cores à mente.
Que me aumenta a percepção do que vive,
Que triste visão através de uma lente,
Estou vendo o mundo através dos óculos;
Será melhor manter-me sem óculos?
É-me fascinante como as pessoas podem criar e viver histórias diferentes a partir dos mesmos fatos. Parece-me que vemos o mundo com o que há dentro de nós. Percebemos o mundo, ao observá-lo, tal como ele é? Ou o projetamos tal como achamos que ele seja?
Se as pessoas entendessem e vivenciassem o bem estar que existe em poder ajudar, leis e presídios seriam desnecessários.
A linha tênue que separa a humilhação da iluminação não é definida por locais, nem pela quantidade de sujeira ou luz, mas é sim moldada pelas lentes da nossa percepção.
Quando o povo perceber que a Governação participativa, não significa que o Estado deva subvencionar bens de primeira linha para o seu bem-estar, o País conhecerá progresso.
Apesar de imagem e imaginação compartilharem semelhanças, elas são realidades bem diferentes. Normalmente, dizemos que uma está fora e a outra está dentro; uma é real e a outra é ilusória. No entanto, é na fusão dessas duas que encontramos a verdadeira essência da criação e da percepção — e isso chamamos de magia.
Chegará uma hora em que a coisa mais valiosa do mundo será a nossa privacidade. Mesmo desligado, quem nos garante que a câmera do celular não está nos observando?
O erro humano não pode ser erradicado ou eliminado, mas pode ser reduzido. Cometer erros é uma condição inerente ao ser humano e faz parte do seu aprendizado. O erro pode surgir de diversos fatores, como lapsos, deslizes, enganos, distrações e violações.
A comunicação entre seres de diferentes dimensões só é possível quando a parte física tem abertura e sensibilidade que possibilite o contato.
Vento, pássaros cantando, brisa do mar, folhas verdes, céu azul e uma janela - janela da alma? vidraça? um simples vão no imaginário?
Cachorro latindo, caminhão passando, coração a pulsar;
Teclas sendo pressionadas, respiração ofegante (ansiedade?);
Pequeno momento de percepção e reflexão na solidão criativa.