Pequenos textos sobre Morte
Na ponta dos pés eu me abrigo até no abismo mais próximo. O medo do silêncio, não tenho mais. Mas algo me diz que se não ouvir a voz que preciso adentrarei um vale que me destruirá, e ainda assim me deixar com vida, apenas para sentir a dor de estar estilhaçada como um vidro que corta nuvens.
À Moraes que preocupa-se com o pagamento do ato fúnebre. À Cortella que flexibiliza o legado pela ausência sentida. Ambos permeiam o destino inevitável do rompimento do ato contínuo da existência, quando a consciência se dissipou e o que restam são memórias terceirizadas, cálidas, insípidas e inodoras. A sublime arte do viver reside no instante da beleza, bem no ponto onde o imperfeito é percebido com perfeição!
É, eu nunca consegui fazer uma pessoa entender o que sinto, mas então, eu me sinto esgotado e reprimido, eu sinto uma sensação de agonia que nunca acaba e sim se intensifica cada vez mais. Tenho uma doença incurável de pele que me deixa pra baixo, eu só queria que alguém me entendesse. Eu sou uma pessoa que irá desistir de tudo muito breve. Sou uma das 7 bilhões de pessoas, sou menor que um átomo em comparação ao universo e eu concordo de não ligarem. É só um desabafo, não sei mais pra quem falar
A paz e a soberania contemporânea mundial se afasta cada vez mais dos argumentos de uma politica verbal exterior e dos tratados multilaterais pacificadores. A paz e a soberania hoje resume se a uma simples questão de poder ofensivo bélico com armas bio-químicas e nucleares de destruição em massa que garante sua posição e opinião interna independente.
Morri. Morri sem ver, morri a procurar, a cada esquina que passei sangrei sem se notar, morri e não encontrei a alma que perdi naquele olhar, morri vivendo mas não diga que morri sem procurar, a cada rua que andei me perdi a te encontrar e agora já não pode mais voltar, sou alma onde não há lar, sou apenas mais um perdido que tentou se encontrar.
Há quem diga que todos nós nascemos sabendo o que é o amor. Isso é mentira. A única coisa de que sabemos, ao nascermos, é de que estamos destinados à morte. Inevitavelmente, a morte é a nossa única certeza; mas é claro que o amor é importante porque, de alguma maneira, este sentimento é o meio pelo qual encontramos um alívio para a tristeza causada pela desordem deste mundo
A guerra contra a corrupção é uma das mais brutais da história da humanidade, e uma das que mais vítimas faz. Os que se levantam contra a corrupção, quando não são silenciados por ameaças e/ou pelo dinheiro, o são pela morte. Não é de estranhar que muitas vozes que antes ressoavam no combate à corrupção, hoje, ou estão caladas, ou estão de mãos dadas com corruptos e até os defendem.
Mais um corpo de um morto estendido na calçada, atrapalhando a manhã da grande cidade. Quem foi não sabemos enfim, onde foi o começo e este breve fim. Quem sabe sera mais um afortunado de uma vida inteira de enormes buscas e alguns encontrares por diversos lugares, onde foi confundido como filosofo social e permitido ver com profundos olhares e incendiados efusivos sentimentos. Por tudo isto, agora não é mais nada, não tem documento vai como indigente, um corpo perdido que se expõe ao tempo, pelo mau cheiro fétido de carniça que espalha o vento.
"A vida é muito louca, uma hora é brisa e outra é tempestade, estamos aqui hoje, amanhã podemos não estar mais , então valorize cada momento que ainda lhe resta, com seus pais, amigos e com quem você ama, tanto você quanto eles podem partir sem tempo pra despedida, então valoriza, a vida uma hora é brisa e outra tempestade e no fim sempre é um sopro"
Agente só pode falar ou entender algo se passarmos por algo parecido, algo que todos podem argumentar é sobre a morte, por todos saberem como é dolorido perder alguém mesmo que ainda não tenha passado vai passar, faz parte da vida, sempre seremos perdedores mesmo que acharmos que estamos ganhado, a vida sempre ira perder para morte então assim como em um filme a onde o “mocinho” sempre vence o “bandido” agente pode ver de forma a morte ser o mocinho, no fim das contas talvez morrer não seja assim tão ruim como agente pensa.
Muitos acham que precisam utilizar do conforto das palavras de Deus para viver, não buscam eternizar suas palavras nem dar objetivo a sua existência, querem viver como dá no anseio de que uma vida pós morte em um paraíso a reconforte. Sinto lhe dizer, mas não, isso é incrivelmente reconfortante, porém tal pensamento limita seu poder de viver o agora, esqueça isso, para ser mais sincero ainda, não existe, apenas tenta amenizar dá forma mais simples o fardo da morte e por incrível que pareça falha miseravelmente.
Somos passageiros. A passagem para os que vão talvez não seja tão dolorosa como para os que ficam. Os que vão mudam de estação, cria-se o entendimento do estado de luz, mas os que ficam ainda existe a incompreensão do que é o outro lado e do porquê para alguns essa passagem é cedo demais.
Penso que a mortalidade de nossos desejos, sonhos e aptidões, seja fundamental pra que façamos escolhas e sacrifícios em direção ao que mais queremos em vida. Para muitos, esta busca simplifica-se em felicidade ou legado. Queremos levar o melhor da vida e deixar o melhor de nós para o mundo, basicamente. A morte nos dá um prazo, uma condição. E nisto fundamos qualquer valor sobre a vida. Sobre nós.
O Silêncio foi o que permitiu que os poderes atacassem ao longo de décadas, sem impedimentos. É como se as vozes desses homens públicos importantes devorassem e aniquilassem as vozes dos outros, num canibalismo narrativo. Tiraram-lhes a voz para recusar e lhes infringiram histórias inacreditáveis. Inacreditável significa que os poderosos não queriam saber, ouvir, acreditar, não queriam que eles tivessem voz. As pessoas morriam por não serem ouvidas.
Sou estrangeiro nesse mundo "Religioso" onde não se valoriza o Deus de Jacó, José, e sim as regras que submetem o "Cristão", adepto do "Cristianismo" a uma ordem política, onde isso é certo, aquilo é errado, isso pode, aquilo não pode, um julgamento pelo que se vê, um mundo paralelo, vivendo para coar mosquitos e engolir camelos.
Como é difícil a gente se conformar com uma situação que sabemos que vamos passar por ela (é inevitável) e a gente fica totalmente sem ação. É como se a gente ficasse anestesiada, todos os músculos do corpo paralisam por segundos. Um vazio como se a gente tivesse oca por dentro e ouvisse somente o eco interminável de nosso suspiro dando um nó apertado em nossa alma... Dor da perda? Sim, uma saudade que fica em letargia no coração da gente.
Eu costumo pensar o seguinte: toda vez que nos sentirmos mal pensando que estamos ficando velhos e não conquistamos nada, devemos nos lembrar das pessoas que morreram mais novas do que nós e que independente de terem ou não um futuro promissor, tudo acabou ali. Nós por estarmos vivos estamos em infinita vantagem sobre elas, pois ainda temos aberta a porta para todas as possibilidades, cuja condição mínima é viver.
Como os seres humanos desde muito antes das civilizações, os caçadores coletores, e depois deles, lidavam com a seguinte questão, a mais terrível de todas, no âmbito de suas condições como seres viventes? "A única certeza da vida é a morte". Só mesmo se inventando crenças em um mundo pós-vida, em deuses a confortar-lhes esta e outras questões existenciais.
"Viver é estar constantemente em queda livre esperando o fim fatídico no fundo do poço. Viver é desfalecer a cada fim de fôlego e voltar a cada aspirar. Nadando inevitavelmente contra natureza do destino que nos faz despencar em total desfavor a vida. A todos consagramos o mesmo fim fatal, mesmo na mais pura esperança dos fortes ou na fraqueza dos fracos. O término é imoral contra o ser vivente que um dia enganou-se ser imortal. Pois, a nossa eternidade não passa de um segundo, acusando em cada respirar nossa triste e doce mortalidade humana."
Toma-me nessa escuridão, dando-me sua gratidão. De loucuras e conjecturas na marulha da agulha. Quase um ano no bandulho; do desgosto à Terra dos fantasmas perfeitos. Avisei essa solidão, nessa vasta servidão, meu corcel é o chão, fervilha no batuco da miséria, nas minhas camadas decrépitas, no som da minha dor surda. Sou dessa vida fantoche, desse céu um pirilampo e nesse mar nem sei nadar.