Pequeno
Á uma da madrugada a imagem chuviscada e estática do televisor que provinha do pequeno cômodo adentro me sugeria que a hora de dormir havia passado, sentado no gramado eu absorvia reflexões que me eram trazidas através do vento em meus cabelos. Observava o céu, Lucky Strike em minha boca desajustado em quanto lia Journals of Sylvia Plath.
Na bancada de mármore da cozinha ao lado do meu datilógrafo o velho e empoeirado telefone toca, estava sem blusa, andava descalço sentindo a liberdade e a grama macia em meus pés. É verão e o clima árido me causa um leve desconforto.
R&B nos ares, despretensiosamente atendo ao telefone e lá estava você dando um olá casual depois de tanto tempo, o timbre em sua voz era deletério, a situação sardônica.
Me mudei para o Kalabansas na expectativa de deixar tudo para trás, de ver o litoral sem derramar lágrimas e mesmo estando há 1508Km de mim, você ainda encontra formas nada subjetivas de ressurgir. A promessa do amanhã, a troca de afeto por simples gestos, o dedilhar, o afago, e logo as desilusões ambientadas em noites dais quais dançávamos no chão amadeirado num ambiente lânguido. Dançávamos até morrer para ressuscitar depois, éramos selvagens dentro de nossos próprios corações.
Você me transformou no híbrido do intrépido com a solitude, sua voz me traz o pragmatismo, a memória, a intuição de me ferir mas preferi continuar. Eu não morri por não ter a amor a vida, mas porque a dor se tornou idiossincrática, vida sorumbática de altos e baixos, a guisa de inércia.
Meu maior erro foi te engendrar aos meus modos simplistas, conjecturei seu ápice, me moldei a sua forma e extraviei meu ser. Você agora é um fantasma e eu um idiota.
Nunca de chance ao azar:
Você passa todo dia de carro em cima de um viaduto com um pequeno rachamento. Então pensa: "Nunca caiu e não irá cair". De repente, em um dia... E assim existem muitos e muitos exemplos.
Não dar chance ao azar é igual a sempre tentar evitar o pior.
Pupila
O buraco negro do teu olho
Bem que poderia dilatar…
Se já pequeno me atrai
Maior, ah… Maior me sugaria!
Fique do tamanho do meu
Dilate ao me olhar
“Preu” saber que também me queres
Só de olhar pra tua pupila
A distância existe para que na dor da saudades, saibamos que os obstáculos se torna pequeno de mais para dois corações apaixonados.
PEQUENO CORPO INOCENTE
Rotina embaçada
Mente confusa
Presa num tempo imaginário
Passado e inexistente
Extraviada na época de olhos brilhosos
Reside lá, uma criança que brinca na luz cintilante de sonhos
Mas em razão da maldita razão
Declara guerra ao adulto, que reza para que ali,
Bem aí meio de seus tenebrosos desejos
More a estranha realidade
Ciente que não passa de uma alucinação ignorante
Descartando tudo que é certo e justo
Em troca, uma fábula barata
Contempla múltiplos
Criados pela ingenuidade armada
Sabotagem própria
E mira certeira no seu devido pé
Feições e obrigações de um ser trajado de responsável
Ações e crenças de um ser trajado de imaginação
Disputa diária de coração e mente
Tudo dentro de um pequeno corpo inocente
Meu pequeno, você chegou há pouco tempo e já roubou o posto de homem da minha vida. Meu filho, saiba que sua mãe é completamente apaixonada por você e faria de tudo pela sua felicidade. Te amo incondicionalmente!
A Chuva
Pequeno mundo lacrimejava
O medo engolia todo a esfera viva
Se proclamando, a ele pertencia
Declarando em digníssima melancolia
O seu vislumbre especial
Um profuso breu espectral
Atacava o solo em gotas
Apaticamente me envolvia
Cobertor de rara alegria
No ritmo lento, sua forma distinguia
Íntima se fazia, pois nunca fugia
Mas de nuvens não vieram
Estranhamente, do além pertencia
A incerta escuridão
Parte a parte consumia
Seu choro mudo ouvia-se em sinfonia
Perdão disfarçado em falsa alegria.
Eu, o mártir da nova sintonia
Com seu plano colaboraria
Em prol do fim
Ao contraste do intenso apertar
Destravei a porta que não deveria
Compondo as palavras sem nenhuma harmonia
Do seco ao molhado, inspirando antipatia
Sufocante sentimento que não produz folia
Desvanecendo na tranquila e doce melancolia
A chuva não me abandonaria.
Prenderam a esposa
e o filho pequeno
como sempre
para forçar a barra
e a apresentação
(da justiça eles
têm sido a negação).
Este inferno não
só eu conheço,
e todos sabem
bem como eles são
(acima do Bem do Mal,
e de toda a razão).
O levaram para o tal
conhecido endereço
sem cinco estrelas,
o famoso inferno
de cinco letras:
Um jornalista sem
direito a ampla defesa
continua preso
vítima de uma história
sem pé nem cabeça:
(escrevo para que
ninguém esqueça).
E cada que vez que
uma história abate
algum peito é na dor
dela que me abraço
e com ela permaneço:
(porque é na dor do
mundo que me reconheço).
Assim tenho contado
tantas histórias desde
quando um General
injustamente foi preso
e até hoje contra ele não
há nada que justifique
permanecer a estúpida prisão;
(e assim segue a rima repartida
com todos os presos
de consciência em igual situação).
Parece que o mundo tá tão pequeno pra caber tanto sentimento
Olho ao redor e me sinto diferente
Sempre procuro ser sincera e transparente
Mas as pessoas não gostam de ser leais
Às vezes sinto que sinto demais
A vida deveria ter manuais
Eu nado na minha intensidade
E sempre me afogo nessa verdade
Gostaria de ser menos
Mais quanto mais eu tento
Mais eu aumento
- Eu Aumento
"É preciso entender que tudo que se tornou grande em uma vida começou pequeno. Tanto um homem comum quanto um velocista um dia engatinharam e ficaram de pé pela primeira vez.
Uma duna é formada por vários grãos de areia.
O segredo de qualquer sucesso começa com aquilo que está ao seu redor e um simples pequeno passo."
Que tirem tudo de nós, menos a capacidade de nos emocionarmos a cada amanhecer com o pequeno beija-flor da esperança que teima em pousar em nossa janela da alma.
novamente tentado pelo o que eu mais odeio, não sei o que fazer, há saida para esse pequeno inferno ?
Na Essência Do Meu Coração.
Às vezes,mesmo sendo um pequeno ser humano,sinto que sou forte,e mais rápido do que a luz.
Eu não posso ter medo,pois nem o amor têm.
Eu vou rabiscar um barco de papel,para depois navegar,e tentar fugir do esquecimento.
Ser como o Sol,e sonhar alto,ser o nada e não ter lembranças.
Viver na caridade da Lua,e ser a tua inseparável verdade.
Correr durante verões,e sorrir aos pássaros.
Dormir no topo das montanhas,e em uma fogueira ladeada de estrelas,redescobrir o "talvez".
Reescrever as palavras nas areias da liberdade,enquanto o céu,em silêncio,se despede junto com a brisa.
Sem tristezas,e apenas com saudades de mim,que ficaram na vivência do azul.
Entre tantas coisas bonitas,suspirar para cada lado do mar,e repetir sobre esse grande amor,que me fortalece.
Eu também irei,ao reencontro de qualquer noite,que embelezando a arte das amizades,se torna rara.
Talvez,eu consiga fazer o Planeta Terra,ser ínfimo em minhas mãos,para que eu possa levá-lo,para onde eu quiser. Ser que nem o seu coração,mais com um sentido dentro de mim.
Se ainda assim,o universo for pouco para o que eu espero,eu recomeço o que sonhei,ao primeiro amanhecer.
Meu filho, tenho tanto orgulho de você. Desde pequeno você já era tão inteligente, curioso, determinado. Nunca abandonou nenhuma batalha, sempre foi até o fim. Continue sempre assim. Com certeza a vida ainda lhe trará grandes recompensas.