Pedido de Desculpas a Pessoa Amada
O Inferno de Um Amor –
E enquanto aquela velha angústia
— intimamente — despedaçava
minh'alma que, por vezes,
já não reagia mais,
eu pensava:
O grande risco eram as grandes paixões confessas — com suas urgências,
suas entregas, suas intensidades —
dolorosa e amargamente
silenciadas, quebradas,
emudecidas.
Assim,
o inferno de um amor é a mistura de
rejeição e esperança, transformada
em ciúmes, ódio e saudades.
E não há poesia pra isso.
Seja uma pessoa do bem
Você é muito bonit@? Legal, mas seja uma pessoa do bem.
Você é ric@? Legal, mas seja uma pessoa do bem.
Você conseguiu adquirir muitos bens esse ano? Legal, mas seja uma pessoa do bem.
Você é popular, conhecid@ ou coisa e tal? Legal, mas seja uma pessoa do bem.
Você conseguiu realizar alguns pequenos sonhos ao longo da sua vida? Legal, mas seja uma pessoa do bem.
Não importa a sua beleza física, o seu dinheiro, os seus bens acumulados ou a sua popularidade... Tudo perde o sentido quando você não é uma pessoa do bem.
Seja gentil, elogie, dê apoio, se importe com os outros. Empatia é uma qualidade que enriquece o ser humano.
A vida é linda, uma dádiva de Deus, mas ela precisa de pessoas que façam a diferença no mundo.
Seja um ocitocinado! Faça o bem e em troca terá picos de felicidade.
Feliz 2022!
O Peso do Vazio –
Os dias de dor e solidão em
que eu ainda encontro
a luz da escrita,
são dias ruins,
mas não são
os piores.
Os piores dias são aqueles
em que há a angústia,
o sofrimento,
e falta-me a ideia,
a palavra.
Nesses dias
eu meio que sinto um
gosto precoce da morte
ou, talvez,
do processo de morrer.
Uma espécie de erro:
um espaço não habitável,
habitado por algo — ao mesmo
tempo íntimo e desconhecido.
Um estranho peso:
o peso do
vazio.
Em Silêncio –
Os instantes do dia em que eu
fico em silêncio (pensando),
são sempre os momentos em
que,
essencialmente,
me ouço.
A fala,
diante de um interlocutor,
é corruptível.
Somos,
verdadeiramente,
honestos,
em pensamento.
Instante Infinito -
Estou com excesso de palavras
presas ao peito.
Excesso de vontades vorazes
— abraços e beijos não dados —
e uma falta gigantesca de qualquer
coisa nossa.
É uma canção por terminar,
um verso por concluir,
um... quase
isto.
E no meio disso tudo,
no instante infinito que
separa a gente,
eu quase não
existo.
“Era uma pessoa tão egoísta, mas tão egoísta que só pensava no próximo. Fazia tudo para e pelos outros.
Era tão egoísta que preferiu viver a vida de outras pessoas ao invés da própria.
Só foi perceber tamanho egoísmo quando todo mundo sei foi e ela ficou.”
Como bem disse Fernando Pessoa: "Não passamos de cadáveres adiados que procriam". O rei Davi disse: "Já estou contado com os que descem à cova." E ainda tem gente dizendo. Você sabe com quem está falando? Achamos que somos eternos.
Mundo do Desconhecido —
Eu devo desconhecer completamente
o caminho. — qualquer caminho.
Até o mais óbvio... ora, não é possível!
Eu não sei como chegar quando
nem sei aonde ir.
Minha mente viaja por milhares de quilômetros,
através de séculos, de sonhos,
mas eu não saio do conforto (incômodo)
do meu quarto — que é só um modo seguro
de se morrer (sem se viver),
em paz.
Os quarenta estão logo ali, e a saúde
não anda lá das melhores.
Amores sem amor;
Sonhos que só sonho;
E amanhã é domingo
(de novo).
Tenho tido insônias e pesadelos;
Tenho tido instante raros de alegria
e monstruosos momentos de decepção;
Tenho tido pesadas ressacas
de gente.
Preciso, urgentemente, começar a escrever
e lançar-me ao mundo do desconhecido
(de céu, abismo e chão),
como um escritor que vai morrer,
para que este, então,
não morra.
Dezembro dos Nossos Anos —
Sentia algo, como uma estranha sensação, ainda sem nome,
que me vinha, mas eu não a alcançava para,
de alguma forma, significá-la.
Talvez fosse por se tratar de um fim de tarde
em que, em mim, afloram-se todos
os sentimentos e, neste turbilhão
de sensações,
eu invento e reinvento-me,
mas, enfim (menino do que sou),
só sei ser eu.
Talvez fosse porque era um sábado,
e eu havia esquecido de que era
um sábado, e que aos sábados,
nascem e morrem-se instantes
e eternidades.
E penso também que fosse porque estávamos
em dezembro.
E sabendo que os dezembros querem e têm-me
comovido e devoto,
além de me lembrarem os sábados
e os fins de tardes,
cabe aqui dizer (por entrega e ofício) que,
há alguns instantes, eu houvera lido
um conto de Clarice,
que me pós a observar pela última janela
do meu quarto de minha adolescência
(perdida),
o derradeiro e mais sublime raio de sol poente
do fim de tarde de um sábado,
num dezembro distante
dos Nossos Anos.
Eu ainda sinto, e ainda não sei o que sinto, mas aceito.
Afinal, nunca soube, muito bem, explicar a maioria
das coisas que sinto.
Acho que é por isso que as chamo de...
Poesia.
A inveja é resultado de uma falha de caráter dos que não querem esforçar -se para serem melhores naquilo que são. Perdem tempo na vida vendo o que outros fazem e não plantam suas próprias sementes. Isso é uma doença !
Quando você ver uma pessoa, encharcada por suas lágrimas, que seu acolhimento lhe seja como um confortável guarda chuva.
Uma Xícara de Café —
Uma xícara de café com (exageradas),
cinco colheres de açúcar, esfria (solitária),
na mesa da sala.
Olho-a com algum desconforto
e demasiado respeito. — é café.
Segundos antes, de súbito, ela precisou abandoná-la ali (com o café
ainda quente, ainda por provar...
querendo, desejando-o).
Ela agora atravessa o corredor,
vai até a sala principal, e volta (ritmada), cruzando os meus olhos de menino pagão, em passos debochados.
Que demora! — quantas pessoas
mais (e más) surgirão ainda
para segurá-la por lá?
Quantos papéis (documentos), ela
precisará dar conta até a
parcial liberdade?
Quantas eternidades cabem
neste instante infinito que
nos separa, ó Tempo?
E então volto os meus olhos para a xícara
de café (agora já frio),
que espera, espera... espera-a,
mas não tanto o quanto eu.
Uma Quase Revolta Gritada —
As mentes — otimistas — que servem para viver neste mundo caótico e injusto, adaptando-se a ele, não servem
para mudá-lo.
É preciso que haja uma dose crônica de pessimismo, de insatisfação — uma quase revolta gritada — (sem que
se perca o ânimo).
Estar, de certo modo, em paz neste mundo caótico e injusto, é ser parte significativa deste caos, desta injustiça.
A teimosia de um idoso, não é algo tão deletério, quanto pode parecer. Muitas vezes, é o restinho de uma chama de utilidade, que alimenta a autoestima da pessoa.