Pavio curto
Agora o meu coração toca no vazio
Agora o meu coração não queima nem pavio
Não existe data certa, conta ou alguma reza
O cupido quando acerta o acaso lhe reserva
Quem sabe eu acendi o pavio que estourava os fogos de artifício na minha cabeça, e agora minha mente está em chamas igual ao inferno, e minha alma estourou junto com os fogos. Agora o que me resta é usar essas chamas para acender o meu cigarro orgânico, e esperar que dessa fumaça venha algo melhor, algo melhor do que eu, algo melhor do que eu jamais serei, e mesmo que eu tente apagar esse fogo, sei que ele é a única coisa que me mantem vivo, também sei que é ele que vai me levar ao inferno, o mesmo inferno que havia em minha cabeça.
Fio de pavio
O três sons iguais nas três palavras
foi traduzindo uma tragédia o vulcão;
Levantou ondas as placas tectônicas,
lavas ardentes as entranhas do chão!
Nenhum deles salvaram-o pelo dom...
Nem tsuru, tsunami, nem Mitsubishi!
Vixi! Na catástrofe dispersou o som
o alvoroço de gritos, muito triste, vixi!
Os bens caros, os carros, até navio
foi levantado feito papel e papelão,
nas ondas do mar alvoroçado e frio!
Mas, se três sons insite o brasileiro
é que ele apita no vulcão seu assobio,
ria lacônico do que fora o estrangeiro!
“XONADO”
Agitado, tal uma chama dum pavio
Ardume que arde n’alma do prazer
No enrabichado és um grato atavio
Que alinda a sensação e a faz valer
E, do trato aquele sedutor arrepio
Fulgor que causa impar alvorecer
Um fastígio, e um agrado gentio
De ternura, loucura e acaso viver
E, da sua falta a inquieta tortura
Suspiro que aperta o peito vazio
Quando, só se quer um bocado!
E, pra se ter o amor com doçura
Paixão, o apreço deve ser luzidio
Pois, só assim se achará “xonado”.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11/08/2021, 15’10” – Araguari, MG
Quadro de Poeta
Horas, insanas horas.
A fio ,a pavio, não me enxergo, mas eu olho...
Sentimentos que tomam contas,
Me sinto em um quadro quadrado ou redondo...
Pregado na parede, olhando do lado do cômodo, e um relógio que devagar vai girando...
Logo ao amanhecer, nas primeiras horas, vejo a janela clarear...
O reflexo do sol, emite uma luz que não dá para meus olhos enxergar..
Mas sei,
Sei que ela está la fora, e não sei quando vou nela contemplar...
As primaveras passam, os outonos passam, o inverno, se faz presente.
E um verão que está para chegar...
Com o meu eu e o meu coração fixados,
Outra vez,
E outras vezes, contínuo sendo esse, uma mera foto, uma arte, uma ilusão fotográfica...
Minha alma, o meu eu, uma redação em verbos,
Só ainda não sei, se é colorida ou um retrato falado...
Dois inexistentes na parede, a sonhar.....
Autor: Ricardo Melo
O Poeta que Voa
No trilho
Em frente
Há um desvio
Para outro horizonte
Acender o pavio
Que ilumina o caminho
Que me conduz
A um destino
Um porto seguro
Nesta luz
Quero ver
O que vai acontecer
Na minha determinação
Que passa ação
Deslumbrado com reboliço do viver
Banqueteio do gosto
Do sentido de amar
De me prostar
Na minha humilde pessoa
Procuro- me e repleto de um vazio cheio
Busco o perfeito
Na minha natureza
Onde observo
A minha destreza
De querer ser
Aquele que foi
O caminho faz-se
Fazendo -se
O pavio, a faísca, quando encontram..causam incêndio ....
E eu nem estou falando de pavio e faísca...
Ela é do tipo pavio curto...mas em se tratando de paixão pega fogo em segundos ... Viva os intensos, viva o equilíbrio !
Ah o sorriso
Em tempos de mundo sombrio
Onde gatilha o curto pavio
E estarta um humano arredio
Ele destrava barreiras e conecta um fio
Fio da empatia inclinado a pio
Possibilita conexão e estabelece empatia
Que à luz do dia permeia a vida e abre caminhos
Com a calmaria e leveza do ser
Instrui o saber e conduz o parecer
Transforma, modifica e faz acontecer
Do brilho do amanhecer
À leveza do entardecer
Emana a energia até o anoitecer
Faz de ventos moinhos
Mas nunca sozinho destaca o prazer
Fortalece o todo e imputa a turba
Inspira com finura e enaltece a lisura
Da calmaria do mar ao acorde das músicas
Ah o riso, o riso é uma cura
Perdeu o fio da meada
Perdeu o tempo da jogada
Perdeu a flertada
Nada adiantou o curto pavio
Ficou a ver navio
Ancorada parada estatelada
Na beira da estrada
Sem querer quase nada
A passo trôpego
Há que recuperar o fôlego
Retomar o prumo
Seguir novo rumo
EsmaeSendo
EvoluIndo
Vôo lindo ...
A vida é tao curta como um pavio, uma escolha
Uma escolha uma consequencia
Uma consequencia uma responsabilidade
Uma responsabilidade uma dor
Uma dor um aprendizado
Um aprendizado uma nova escolha.
Nao importa a escolha siga a como se fosse a melhor que pudesse ter tomado!
O pavio é curto... Mas o fogo, o desejo , a sedução aqui é enorme...só não brinca com fogo porque no fim das contas eu provoco é incêndio e você não dá conta! Fikadica....
Quem acende uma vela para Deus e uma outra para o diabo, o seu pavio é muito curto e ainda aborrece a ambos.
O poder dos homens é apenas um pavio sem chamas; porém, se acendê-lo diante de Deus, é como um barbante curto, abandonado e sem utilidade.