Pausa
Em cada nota, em cada pausa, você se fez presente. Eu não podia te escutar ou apreciar da forma que deveria, entre tantos bemóis eu fiquei surdo e não pude prestar atenção no que realmente faz a diferença: escutar toda a música acompanhado de você. Hoje, tudo não passa de uma pauta vazia em que colcheias e seminiminas não representam o que um dia teria sido.
Dá pra fazer uma pausa entre essas coisas lindas que você me diz, deixa eu respirar todo o ar que me resta até eu desabar nos teus braços. Não me faz acreditar nesses teus clichês, porque faz tempo que tenho achado mó bobagem esse negócio de amar. Daí você vem bagunçar essa perfeição que virou a minha vida, quando eu descobri que dá pra ser feliz sem criar expectativa de amar e/ou amar alguém. Se me quer de verdade me convence que vai valer a pena, porque eu não tiro meu coração da gaveta por uma simples aventura mais. Não me olha desse jeito, porque eu não sei desviar meus olhos dos teus, eu me desvio dos teus impulsos, dos teus convites mas o teu olhar pra mim é covardia. Você diz que tá cedo mas no meu coração já passou da meia noite, você faz promessas para agora e o meu agora tá dormindo no berço do amanhã. Não me desperta porque minha alma é um vulcão, menino você não me conhece, quando eu acordo demoro pra pegar no sono e é aí que tá o problema, aqui dentro ainda resta um pouco de ressaca do meu ultimo suspiro antes de adormecer. Você é tão lindo que passei a noite passada toda pensando em como trocaria boa parte das minhas paisagens diárias pra ficar vidrada olhando teu rosto. Você é tão lindo que eu me pego pedindo ao tempo que me traga você pra eu te olhar um pouquinho mesmo que eu não me permita te ter nunca. Desde que você chegou as horas voltaram a ser minutos, as músicas de Los Hermanos voltaram a ter sentido, as noites sozinhas em casa voltaram a ter graça. Desde que você chegou e só porque você chegou tenho pensado que amar não é tão bobo assim, que bobo mesmo são teus olhos nos meus, teu andar distraído querendo pegar carona na minha pressa, bobo mesmo é essa mania de não te querer que me faz te querer mais, pra mim, pra sempre.
Entre uma pausa e outra, pensar no próximo passo.
Escolher o ritmo e conhecer as notas que se tocam são caminhos para não se perder na dança !
PAUSA DE VERBOS
I
Não nego que me entrego sempre
Que cheguei ao ponto do insano
Procuro refúgio nas ondas do mar
E é na loucura que no mar navego
Se o tempo insiste em levar-me
Perdi-me intoxicado na dura vida
Mergulho no vento, pó sem horas
Cada dia é estranho, já sinto na pele
II
Os meus medos costumam voar
Só queria ser, um poeta irreverente
Eu entrego-me, mas nunca me nego
Num sensível sorriso já permanente
Já que algumas vezes ele quis ficar
Mas o amor morre nos meus versos
Sem tecer uma única palavra minha
Sento-me descalça na calma varanda
III
De uma outra linguagem da nostalgia
Em vez de ir, quero ver tudo a passar
Ocorre-me, então, com alguma certeza
Não é uma questão de palavras soltas
Antes de fechar as noites vazias no mar
Desfaço no meu peito, fragmenta tarde
Onde tropeço com minhas asas violeta
A passear, meia-noite numa pausa verbos.
É janeiro em Angola...
Sentado em horário laboral em pausa de recreio, hora de deitar o espírito excitado do decorrer do dia, é hora de o acalmar...
Acalma-te tensão, deixa-te levar, reativa-te, deixa-te levantar...
Verifico ao longe desvanecendo uma corrente quilométrica sem fim separando o azulado profundo do azulado brilhante claro, o brilho reflexo do sol criando um manto de sonho... Sonhos claros, Sonhos de tamanha imensidão, um brilho penetrante que os próprios olhos oscilam e se ajoelham a sua grande amplitude...
São sonhos de um filho que a mãe natureza cria...
São sonhos e é janeiro em Angola... no dez + nove eu vejo o Azul profundo.
Enterrei mais coisas nessa vida
que um filhote de cachorro
Nesse cemitério deserto,
uma pausa para respirar.
Olho em volta,
um sem número de covas abertas,
muita lama e poças de chuva,
e nenhum guarda para me parar.
O fato, amigo, é que enterrei mais coisas nessa vida
que um filhote de cachorro.
Talvez por herança genética,
de velhos lobos hoje tão non sense,
mas ainda assim,
um filhote histérico,
bobo,
desesperado
e nem por isso inocente.
Respiro fundo.
Tomo um gole antes de recomeçar
e dou uma boa olhada em volta.
Sei que o que é morto deve ficar morto,
mas é preciso
quando enterramos errado,
sem partes,
ou varremos dormindo e não falecido
pra debaixo do tapete,
de bruços ou sem pontos finais,
sem lápides ou fortes trancas nos caixões.
E como em uma gincana de crianças
onde achar uma pista leva a outra,
cada cova que eu abro
me leva exaustivamente a uma diferente
que ainda preciso abrir.
A garoa fina desce pelo rosto,
tomo coragem,
ergo a pá com um brinde
e vou para a cova seguinte.
"-Mais uma rodada?",
o barman pergunta.
"-Espero que a última...",
respondo com os olhos.
Pois esse cemitério que carrego
precisa dar descanso
a esse coveiro cansado
de enterrar erros
e fraquezas
e desculpas
e pesos
e medos.
01/03/2017
Entre duas falas precisa haver uma pausa, um momento de silêncio, assim como existe entre a execução de duas melodias, inclusive para saborear cada uma, para aprecia-la o mais possível; no caso de falas o ouvinte precisa de tempo para exercitar o discernimento, uma vez que todos temos um critério de princípios e de valores aos quais buscamos ser fieis, inclusive, também, por questão de segurança da maneira de viver e de se conduzir na vida.
Se uma pessoa não concede tempo de reflexão a seu interlocutor, este ou esta acaba perdendo o interesse pelo diálogo.
Diante do ex-amante proponho um batuque, um samba, uma pausa na coreografia. tomo mais um gole do perigo que eu mesmo interpretei.
Por vezes é necessário fazer-mos uma pausa no nosso quotidiano para retemperar forças e seguir em frente. A essa pausa chama-se FÉRIAS. As quais todos nós as merecemos para olhar à nossa volta; apreciar a natureza; relaxar dos incómodos que nos rodeia; fazer uma introspeção aos nossos comportamentos e admirar-nos com o nosso dia-a-dia, a qual isto se chama VIDA. Pois é nesta vida que devemos aproveitar os acontecimentos que nos são destinados e se fazermos isto com gosto, é admirável!
As vezes é bom fazer uma pausa na vida, creio que por muitas vezes em tentativas constantes em busca de sonhos, perdemos a chance também de viver momentos reais e que nos tragam tão bons benefícios tanto quanto.
Acredito sim, que sonhar faz parte de tudo, mas também acredito que viver a vida intensamente faz parte de um grande sonho que poucos tem o privilégio de ter!
Perguntei-lhe já sabendo da resposta; você me ama? Em pausa respondeu-me fitando os olhos, é claro! Como és ditosa.
Não importa o quão difícil é a sua situação. Faça uma pausa, sorria, dê um sim pra vida e descanse o seu coração. Você perceberá que a vida continua...
Minhas Confusões
Eu precisava de um espaço
de um tempo
de uma pausa
Um período qualquer
ainda que sem motivo
ou causa....
Eu precisava
de estar à sós comigo
sem pressa
sem aviso...
Um lance qualquer
pra resolver
meus dilemas
minhas confusões...
Eu só precisava de um tempo
sem que me pedissem
explicações...
Estava a fins de
solucionar meu destino
que anda tão triste
em desalinho...
Resolver de vez
minhas dúvidas
incertezas...
Eu precisava
tirar do meu coração
as asperezas...
Eu só queria
minha paz de volta
minha essência
minha felicidade vendida...
Eu só queria
ter um tempo
pra ficar novamente
de bem com a vida!
Em caso de dúvida,
faça uma pausa.
Quqndo estiver com
raiva, faça uma pausa.
Quando se sentir
cansado(a) faça
uma pausa. Quando
estiver estressado(a),
faça uma pausa.
E sempre que
você fazer uma
pausa fale com Deus!
VÍRGULAS
Entre um livro e outro
um recíproco silêncio,
entre um gole e outro
uma pausa de recesso,
entre um verbo e outro
apenas a palavra certa,
entre um beijo e outro
os lábios são saciados,
entre nós e os outros
a virgula é a diferença,
entre todas as histórias
não temos ponto final,