Palmeira poema
PELOURINHO
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Bate na palmeira o vento
E o negro por um momento
Julga ser a brisa do mar
Mas percebe muito tarde
Que são brancos covardes
Que vieram para lhe buscar.
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Sem se despedir da família
Sob gritos que o humilham
Vê distanciarem-se os coqueiros
E num barco com outros tantos
Prisioneiros em pleno pranto
É levado ao navio negreiro.
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São centenas de nativos
Transformados em cativos
Homens, mulheres e crianças
Que no porão do navio
Passam calor, fome e frio
E perdem a noção da distância.
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Os que se mostram valentes
São presos com correntes
E obrigados a se calar
Pois com crueldade desmedida
Não relutam em lhes tirar a vida
Os lançando ao frio mar.
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Ao serem tratados feito bichos
Não entendem a razão do sacrifício
Pelo qual estão passando
Será maldição dos orixás
Ou os demônios vieram nos buscar
E para o inferno estão nos levando?
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Depois da árdua viagem
Os de maior força e coragem
Chegam ao porto estrangeiro
E aquela estranha gente
Falando numa língua diferente
Os troca por algum dinheiro.
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Vão para lugares variados
Os de sorte se tornam criados
Mas os demais que a elite avassala
Têm como destino os açoites
E as delirantes noites
No duro chão das senzalas.
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O cepo, o tronco e a peia
Lhes tiram o sangue das veias
E a sua resistente dignidade
Os grilhões e máscaras de flandres
Lhes derrubam o semblante
E eles sucumbem à saudade.
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Muitos veem nos pelourinhos
A única alternativa e caminho
Para fora da vida trágica
Pois o escravo que é forte
Encontra na própria morte
A chance de voltar à África.
A palmeira, já a encontraram pronta. Tornou-se o imponente símbolo da conquista da libertação; Espalhadas no segredo da Serra da Barriga, as palmeiras se transfiguraram em fortificações naturais e simbólicas para proteger todos os negros que lutavam pelo direito de serem livres, e que morreram por isso - transformando-se, como Zumbi dos Palmares, em símbolos eternamente vivos da consciência negra. As camélias tiveram de ser construídas - ou importadas. Eram exóticas flores trazidas do Oriente e que foram cultivadas por negros aquilombados nos solos do Novo Mundo. A liberdade respira por todas as suas pétalas - inclusive a liberdade de se recriarem em uma terra que terá lhes parecido estranha. Liberdade construída sobre o desafio de se familiarizarem com esta terra, de torná-la sua. De a transformarem em uma outra terra.
[trecho extraído do livro 'A Construção Social da Cor". Petrópolis: Editora Vozes, 2009, p.222-223]
Lado a lado com você
sob a proteção de uma
Palmeira de Cera Quindío
silenciosos permanecer
Cercados pelo Atlântico
num lugar romântico
para do mundo esquecer,
é assim que quero viver
Não nego que quero tudo
com você no intenso
curso do ir e vir das marés
E deixar que você escreva
em mim e eu em você o quê não temos dominio se fosse um poema.
Inundada de alegria
correu descalça
pelos ladrilhos
em direção a palmeira,
Pegou os copos e garrafa
para brindar a vida
com toda a maior poesia.
A vida é comparada a uma tâmara
A tâmara é um fruto de uma palmeira muito alta e quem a planta geralmente não comerá do seu fruto
Ou
"Quem planta uma tamareira nunca comerá sua tâmara"
E na vida é assim nascemos e nos projetamos na vida em busca dos nossos sonhos e conquistas e até alcançamos realizações
Mas, quem irá usufruir serão outras pessoas
Passamos a vida inteira construindo o que nunca será nosso
Plantamos para alguém colher
A tâmarreira leva de oitenta a cem anos pra dar seu fruto a tâmara uma vida inteira.
Tamareira
Seja forte como a palmeira...
Ela pode até se curvar durante as tormentas.
Mas quando pensam que ela caiu, que ela quebrou,
Logo ela surge radiante com força total, pois sua base está fixada naquele que a sustenta.
Ela resiste a fortes ventos e tempestades, mantendo-se firme e erguida.
Ela consegue se desenvolver em solos e climas inconstantes.
Ela exala vida mesmo em condições contrárias.
Se tentarem arrancar suas raízes, fique firme, inabalável, você foi chamada para fazer a diferença, cresça e floresça onde Deus te plantou é ali que Ele quer te honrar.
Nesta terra tem palmeiras
onde cantam sabiás
e outros passarinhos…
Meu coração é de mineira
mas nele cabe, junto,
o nordeste inteirinho!
Não se engane, os atributos externos entorpecem os sentidos, mas é a essência interior que faz palpitar o coração.
"A humanidade erra e eu faço parte da Humanidade,
mas tenho medo de me aprofundar no erro "
" TRGA "
Transcendendo a dualidade do Tempo
Neste momento a mente humana divide-se em dois polos, passado e futuro, velho e novo, o que foi e o que está por vir. Porém o que muitos não percebem é que esse frenesi é constante, contínuo e permanente. Muitos se instalaram no ontem e outros fixaram-se no amanhã, e se alimentam de memórias ou de imaginações sem discernirem que ambos os fenômenos priva-nos de vivenciarmos o presente. Espero que nesse ano que se inicia haja uma evolução na consciência humana, e que todos os humanos que povoam a orbe terrestre possam transcender os movimentos pendulares da mente no aspecto temporal, para experienciarem a liberdade de vivenciar o presente. Vivam intensamente o dia chamado hoje, pois o agora é real, o que passou uma recordação e o que virá um delírio.
Natal
Muitos comemoram, porém pouquíssimos são aqueles que possuem a real percepção deste extraordinário evento. Muito aguardado pouco discernido, o natal se transformou no arquétipo de uma cultura supérflua, supersticiosa, cronológica, condicionada, consumista e religiosamente materialista. Todavia sob o substrato desses pseudos significados natalino jaz a real significação desse acontecimento que transcende a historicidade e a tradição preestabelecida. Na perspectiva histórica Natal foi o momento em que o Atemporal se sujeitou a dimensão espaço tempo, o Desconhecido se fez conhecido, o Inacessível se tornou acessível, o Mistério dos mistérios desvelou-se, o sem imagem revelou a sua “face”, o não humano tornou-se demasiadamente humano para que em sua humanidade o homem descobrisse a sua divindade. Quando o amor se personificou seu magnetismo foi tamanho que magos foram atraídos e vieram do oriente para adorá-lo, pastores abandonaram seus rebanhos e impelidos saíram ao encontro do Pastor de suas almas. Esses eventos nos dão um vislumbre de que ele veio trazer saciedade aos anseios insaciáveis do espírito humano. O nascimento do não nascido também evoca o desejo do Eterno de ser gerado em nosso interior e que o fruto desta gestação seja o surgimento de um novo homem pleno em amor com uma consciência Crística. Esse é meu Natal!
“Restam-nos sofrer as dores de parto até ser Cristo gerado em nós”.
Porque preferimos chorar com os que choram do que se alegrar com os que se alegram?
Por uma simples razão, o ego quando curva-se solicitamente ao "auxilo" do necessitado ele carregada subjetivamente consigo o sentimento de superioridade, mais quando se dispõem a elevar-se para se unir com os que celebram ele reconhece a sua inferioridade ou a sua semelhança e nisto jaz o inicio da sua ruína.
Mudanças programadas são irreais
Os dias, os meses e os anos, assim como tudo que é ilusório se finda, porém o real permanece. A mente restrita pela temporalidade limita-se aos marcos cronológicos; deseja o novo na perspectiva de transcender o velho, sobretudo quando este, traz consigo cicatrizes, memórias e experiências desconfortantes. Porém todos que aguardam uma ocasião para mudar não mudam, pois toda mudança programada é irreal, fantasiosa e fantasmagórica. A mudança é um fenômeno do presente, é atemporal não ocorre com hora marcada ou preestabelecida. Assim sendo nunca espere um momento para se despir da velha roupagem, uma ocasião para o abandono de hábitos não edificantes, uma estação para evoluir, uma era para ser uma nova criatura. Pelo contrário, experiencie o "agora", pois este é o "momento" fora do momento sobremodo oportuno para mudanças de qualquer natureza.
Porque procurais entre os mortos aquele que vive?"
O homem crístico jamais será encontrado entre os mortos. Assim como é impossível para a luz conhecer as trevas, não é possível para vida conhecer a morte. Seus caminhos são diametralmente opostos, não se cruzam. Aos "mortos vivos" ele diz: "Deixai que os mortos sepultem os seus mortos." E aos "vivos mortos" lhes deixa uma indelével promessa: "Aquele que crê em mim ainda que morra viverá!"
A morte é uma realidade para o nascimento, mas uma fantasia para a vida. Aqueles que discerniram sua unidade com a Vida livraram-se dos grilhões fantasísticos da morte, não podendo ser tiranizados ou viralizados pela mesma. Tais indivíduos não serão encontrados entre os mortos, pois, tendo sido vivificados em amor tornaram-se herdeiros do Eterno e co-herdeiros com Cristo, coparticipantes da natureza que é sem princípio de dias e sem fim de existência.
"Todo 'ismo' é uma arca desprovida de flutuabilidade.
Todo 'ismo' é uma arca sem o leme da verdade.
Todo 'ismo' é uma arca não calafetada com o betume da fé e possui as rachaduras das crenças.
Todo 'ismo' é uma arca destinada a naufrágio."
Salomão disse: 'Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele'.
Esse aforismo tem ampla aplicabilidade, mais infelizmente transformou-se no princípio básico de todo condicionamento.
Em decorrência deste fenômeno se faz necessário conhecer a Verdade, pois só por meio dela que seremos desintoxicados de todo engano.
Valorizamos o que não possuímos e desvalorizamos o que temos;
Desejamos tudo o que está longe e nos entediamos com tudo que está perto;
Vivemos na expectativa do amanhã, mas negligenciamos o hoje;
Dignificamos a esperança e trivializamos a realidade;
Sonhamos com o futuro, mas dormimos no presente;
Temos ouvidos para profecias, mas fechamos os olhos para a revelação do agora;
Honramos os de fora e designificamos os de casa;
Canonizamos os mortos e crucificamos os vivos;
Cultuamos o Deus que está nos céus e desprezamos o Deus que está no próximo;
Em suma: o distante nos fascina, mas o familiar nos assombra.
Natal: O Nascimento De Uma Nova Consciência
“Toda vez que o Divino nasce no coração humano é natal. Mahavira engravidado pela amorosidade que reverencia e respeita todas as formas de vida; Buda na quietude resultante da transcendência dos pensamentos, LaoTsé pacificado ante as ambiguidades do existir, Sócrates enamorado com a Voz que brotara em seu coração, entre outras singulares referências, são vislumbres de fenômenos natalinos. Sempre que um evento natalino ocorre na alma humana à existência exulta, o cosmos celebra, a terra rejubila, pois toda a criação anseia com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. Todos os que se despertaram e que nasceram de novo, experienciaram o “natal”, o nascimento de uma nova consciência, o surgimento do novo homem interior. Quando a estrela da consciência brilha nas trevas do pensamento somos guiados à semelhança dos reis magos, na direção da luminosidade que anuncia a manifestação do Caminho, da Verdade e da Vida. No estábulo da natureza humana que abriga a animalidade existe uma manjedoura, o coração, e quando o mesmo é forrado com fenos da sinceridade torna-se um receptáculo propício para o nascimento da consciência Divina. O Natal dos natais teve a sua concretude áurea na historicidade em Belém da Galiléia, com o nascimento de Jesus, onde o amor corporificou-se, humanizou e superabundou entre nós. Em Cristo compreendemos que o desejo da Suprema Realidade é nascer em cada alma, para que o crepúsculo da consciência humana se transforme na aurora da consciência Crística.”