Palavra Pedra
Inutilidade às Avessas
Uma pedra
Uma planta
E eu.
Quem seria melhor?
Tudo o que existe.
É tudo em todos lugares.
Tudo tem utilidade
Tudo tem razão de ser
Tudo na nossa intimidade
Tudo da inutilidade
Quem matou o gigante não foi a pedra e nem o pequeno pastor;
A pedra era pequena e o pastor era inexperiente;
Quem derrubou o gigante, foi Quem é maior que todos.
CULTURA EXTINTA
Durante a escravidão
fazia cerca de pedra;
carregava pedra pesada
que nem trator arreda.
Fazia cerca de madeira,
tão junta, que chega veda.
Fazia casa de enchimento,
dormia em cama de jirau,
cobria casa com palha
ou com casca de pau,
fechava porta com vara,
rezava pra livrar do mau.
Dormia em couro de boi
ou em colchão de palha,
bebia água de cabaça
ou de pote numa galha,
cozinhava em panela de barro
e fazia renda sem uma falha.
Antigamente não tinha carro,
Iam pra São Paulo a pé.
Iam à Lapa de pau de arara
ou caminhando pela fé.
Comia farinha com rapadura,
pagava promessa e cheirava rapé.
O gado era criado solto,
vaqueiro tocava boiada,
passar perto de arco-íris
tinha sexualidade trocada,
acreditava em superstição,
a mulher vivia confinada.
Dançava forró de sanfona,
fiava linha pra tecer,
cantava cantiga de roda,
fazia penitência pra chover,
jejuava na Sexta-Feira Santa
e dava da comida pra peixe comer.
Moça tinha que casar virgem,
senão ninguém queria ela.
Se galo cantasse fora de hora,
tinha rapaz raptando donzela.
O pai escolhia o noivo da filha,
e na última, quebrava a panela.
No outro dia da fogueira,
rodava a cinza com coroa.
Fazia simpatia pra saber
se as águas seria boa.
Fazia compadre e batizado;
e apagava o fogo com garoa.
Usava pedir a benção,
tinha confissão de pecado,
fazia muito benzimento,
mulher quebrava resguardo,
mascava fumo e pitava cachimbo,
havia arataca e mundéu armado.
A cultura mudou muito
com a chegada da televisão.
Em Urandi começou na praça
com Diógenes, na sua gestão.
Ficava na parede da prefeitura
e o povo sentava até no chão.
A PEDRA DE BENDEGÓ:
Cuitá, traz uma mensagem do céu. Uma prece, a benção um credo um véu, uma profecia a se cumprir.
Atire a primeira pedra quem não tem pecados...
A luta é árdua, mas quem tem fé em Deus, nunca estará sozinho.
Uma pedra foi jogada e venceu apenas a ventania,
logo tornou-se nada, pois foi destruída pelo tempo.
SONETO 09
Atirem à primeira pedra em mim
Quem dentre vós nunca amou
E quem também nunca errou
E na vida não sentiu algo assim.
Quem?! Um só motivo apresente agora,
Ou me diga o que fazer aonde ir?
Dê-me um motivo para não partir
Nem chorar, pois não é hora.
Arrisco-me, mas tenho cuidado.
É muito estranho o meu estado
E com certeza triste para quem me ver.
A vida se faz com um alto preço
E eis-me aqui, pois Eu te ofereço.
O meu amor, que em ti quer viver.
23/03/2005
Quem viu a dor do coração? Quem ouviu seu gemido? Quem atirou a primeira pedra? Quem estava lá para ajudar? Quem... ? Quem não tem coração!
Há momentos tão salgados
Na nossa vida
que o agridoce vira
Amargo e me da pedra no coração, outrora esquecida
E minha mente sempre tão pessimista
Se torna um mar de areia
E tudo que eu quero é respirar fundo
Então eu foco na teia
E no cri cri cri do mundo
Um caminho...
Uma pedra...
Uma pedra no caminho.
Surgiu do nada ou quem sabe do tudo?
Ela não é o ponto final de uma caminhada.
Muitos caminhos além da pedra
Muitas pedras nos caminhos.
É preciso andar em caminhos com pedras.
É a vida.
Se seu telhado é de vidro, portanto, não jogue pedras nos dos outros. Pois, mesma a pedra lançada pode voltar para a quem a lançou.
Hoje caminhei a passos largos, sem pensar na presença e tropeçei na pedra que estava a minha frente.
Balancei, como o balanço de uma criança que brinca no parque, rir, chorei e me encantei.
Tentei correr, porque me atrasei com os problemas que surgiram na jornada.
Mas, ao final deste dia, quando pude, realmente sentar e ver a cicatriz dos pés calejados, relembrei cada dor que senti, cada remédio que me fez levantar e caminhar com eles sangrando.
Quem não se
reconhece como
alma de gaivota,
não chega perto
nem de ser
como uma pedra,
porque neste
mundo não
há quem não
seja imigrante.
Rejeitar entender
o quê se passa
com Generais,
a tropa e o povo
que se encontram
num exaustivo
e asfixiante sufoco
que por astúcia
dos radicais
vem atingindo até
os entes queridos,
é o mesmo que
não amar e rejeitar
deixar a vida viver.
Nem de gente
pode ser chamada,
quem assim
não se enxerga,
não aprecia o som
do Rio Arauca,
não se comove
com o Rio Orinoco
e nem dança
com os pássaros
e a sua orquestra.
Arroio Trinta
Pedra fundamental
por mãos caboclas,
É Riacho pequeno
beijo de amor infinito
no Vale do Rio do Peixe.
A imigração italiana
plantou lavouras
de ternura e fez
do destino uma cidade.
Arroio Trinta, adorada,
tu bem sabes que te amo
muito mais do que trinta vezes,
além das das horas, dias, horas
meses e por todas as auroras.
A minha oração nas grutas
e no mirante é por ti
e por toda a sua gente,
que ama, luta e segue em frente.
Continuar sua vida é como uma pedra que carregamos todos os dias incessantemente. Buscar a transformação é uma ligeira forma de livrarmos esta pedra, que machuca-nos.
A pedra do túmulo foi removida, Jesus vive e está entre nós e nos devolve a possibilidade de realizações dos sonhos que estavam adormecidos e enterrados.
Balneário Piçarras
Na Ponta do Itapocorói
está a tua pedra
fundamental carijó
e o teu ponto de partida,
és toda a minha vida.
O primeiro fado
sobre as ondas cantado
jamais esqueço;
as tuas praias guardam
o mais sutil segredo.
Da mão do pescador
no lance de amor
enredado se fez
a minha Armação
e dona deste coração.
És o lindo Balneário
com nome de Rio
que como um feitiço
nasceu para ser a razão
do meu melhor sorriso.
Meu namoro sublime
na árvore torta
em noite estrelada
e na alvorada iluminada:
És a minha Piçarras adorada.