Os Ratos
Algumas mulheres matam ratos mas tem medo de baratas. Cadê a lógica nisso? Se a barata voar, é só se abaixar e acertar ela com algo, tipo uma raquete elétrica. O engraçado disso é que tem alguns homens que tem medo de ratos, são poucos mas eles existem.
Utopia dos ratos a caça dos gatos,Mexendo os pauzinhos para sua sociopatia,Prevalecer na mente dos fracos e cansados,Telepatia é algo de cinema,Mas é impossível provar o contrário.Do sicário das noites ao charlatão de dia.Se duas estrelas colidissem eu me sentiria melhor ?,O mundo vive em ruínas,Vivendo robotizados e Dizimando pouco a pouco a racionalidade e o sentimento humano.Será que ainda existe amor,Felicidade,Paz,Fraternidade..? Nessa selva densa de arranha céus,Poderemos um dia observar o céu,Sem materializar nossa visão ?,A evolução pode virar uma auto destruição.
A questão é que somos como ratos, girando a roda a todo momento sem sair do lugar, a diferença é que tentamos romantizar o futuro incerto/revés.
Se você quiser viver em um lugar onde as pessoas não tenham medo de ratos, deve abrir mão de viver em palácios.
São tantas pessoas
São tantos carros
São tantas ruas
São tantos ratos
São tantos prédios
São tantas casas
São tantas pombas
São tantas asas
São tantos lares
São tantos mendigos
São tantas segundas
São tantos domingos
São gentes descalças
São saltos altos
Essa é a cidade
Essa é São Paulo
Somos heróis, mas de inicio não reconhecemos o nosso poder! Colocamos em mãos de míseros ratos engravatados e esperamos que voem com os nossos sonhos de um novo pais.
O rato que escrevia poesias
Dentro de um buraco moravam vários ratos. Uma família de ratos, ratos amigos, parentes ratos, era um ninho de ratos. Nesse ninho todos se sentiam felizes e confortáveis, alguns estavam ali por não ter outro lugar para ir, outros por conta que no antigo ninho haviam gatos, e alguns porque nasceram lá e nunca pensaram em sair. Mas em um certo dia um pequeno rato começou a pensar em se distanciar dos ratos que moravam com ele, talvez ir embora daquele ninho, decidiu que deveria ir. O conforto era bom, estar com sua família também, com seus parentes e amigos, ele se sentia especial, e gostava da segurança, mas o pequeno rato necessitava de privacidade, queria um ninho somente para ele, mesmo sabendo que poderia correr perigo com possíveis gatos, ou que o faltasse aquele velho queijo parmesão para suprir sua fome, mas a ideia ainda permanecia pairando ao ar.
Ao contar sua ideia aos outros ratos houve uma rebelião no ninho, nenhum dos ratos conviventes naquele ambiente deu total apoio a fuga do pequeno rato. Todos discutiam decepcionados, não entendiam o que podia lhe faltar para existir a necessidade em ir embora, tinha de tudo, segurança, queijo, e ratos que o amavam, não o entendiam, mas o amavam. Pobres! Não compreendiam que o pequeno rato precisava mesmo era de um lugar no qual pudesse comer suas sobras e escrever suas poesias. Um poeta pode ser louco, mas nem todo louco é um poeta, e o pequeno rato tem um pouco dos dois. Mas o bichano sabia muito bem disfarçar sua loucura, sempre soube. Ao completar vinte fugas de ratoeiras sentiu que algo mudou, a necessidade em escrever poesias o dominou, ter um lugar propício a isso se tornou uma necessidade. O pequeno rato falhou em esconder totalmente sua loucura e contou um pouco sobre sua necessidade para os bichanos conviventes com ele.
Disseram que se caso saísse do ninho nunca mais teria alguma ajuda se quer, teria que tomar conta de si, e proibiram de realizar essa vontade a pena de ser deserdado por todos. Ao pensar nas consequências passou a frequentar buracos em paredes sujas, com bebidas e bitucas, por algumas mesas escreveu suas melhores poesias em alguns pedaços de guardanapos. Aprendeu a falar sobre tudo que sua vida sempre se baseou, paixões, bebidas e loucura. Mas por falta de coragem em se distanciar do conforto e segurança de seu ninho decidiu continuar se virando por lá. Talvez pudesse melhorar e driblar um pouco sua falta de inspiração naquele lugar, talvez pudesse aprender a amar mais os outros ratos, talvez pudesse continuar a sobreviver.
Alguns meses se passaram e eu soube que o pequeno rato continua escrevendo poesias, bebendo e escondendo sua loucura daqueles que o rodeia. O pequeno rato fracassou mais uma vez.
Eles nem sabem
que têm um nome
tão pomposo.
Acham que são apenas ratos,
ou delinquentes,
ou pulhas,
ou gatunos...
Abigeatários é o que eles são
na verdade.
E eles voltaram
de novo.
Agora furtaram
a minha novilha
mais bonita.
Triste viver
nessa terra
sem lei.
Triste trabalhar duro
para sustentar
essa corja abjeta.
Viraram donos
do meu suor,
esses ladravões.
Dia desses,
nalgum abacto
costumário,
toparão com besouros zumbizantes
de estanho quente.
Dia desses
aprenderão que pra ser amigo
do alheio
é preciso
gostar de comer capim
pela raiz.
Pape soltou as baratas, Banksy invadiu com os ratos. Mas quem está no topo da cadeia urbana é o pombo. Rato que voa, come as baratas e carcome as pessoas. Observa a cidade no suprassumo das construções; caga em quem quiser. Grampeia nossas ligações e nos coloca um contra os outros.
A LEI
Os gatos no telhado
Os homens com os ratos
Sentados na sala.
Armando as malas.
Nos degraus, desesperados.
Com os miados.
Invejosos
Ocultos em buracos de ratos de odor fétido
Onde a escuridão se esconde do dia
Seres rastejam no mundo inferior
Olhando com seus olhos grandes
Através das frestas do assoalho
Que estala sob suas cabeças
Grunhindo enquanto crescem
Na calada muda da noite
Até que um dia do nada
Num segundo primeiro de uma hora comum
Olhamos a calçada rachada
Nem falamos de assunto nenhum
E ouvimos uma voz quase humana
Falando da beleza de rostos ou do verde da grama
E lhes darmos alguma importância
E os vemos saltar de suas cavernas
Camuflados de gente normal
E o ar passa a ter um gosto sem cor
A água um cheiro morno
E aos poucos somos envenenados
Pelo vômito que deixamos de ter
Não olhe pra baixo!
- Relacionados
- Textos Interessantes
- Frases sobre política
- Prefeito
- Rato