Ontem à noite
TERNURA
Ontem à noite
Dormias o sono do guerreiro,
Ali diante de mim.
Te olhei e me deliciei,
Te fotografei
E no album da minha memória
Te guardei.
Ali diante de mim,
Descansando,
Mirei teu corpo
Em toda a sua plenitude,
Te amei com o meu olhar...
ONTEM A NOITE LEMBREI DE VOCÊ
Ontem à noite conversando com minha mãe,
Chorei emocionada ao falar de você.
E pude perceber o quanto te és importante para mim,
E que já não consigo mais viver sem te ter.
E que por mais que o tempo passe
Seremos sempre amigos e namorados, eu jamais te deixarei.
Eu sinto teu cheiro aqui
E relembro se nossos momentos,
De repente estou a sorrir.
Por este motivo digo e repito
Que não preciso de outro aqui comigo,
Por que você é o meu tudo e muito mais.
Você é o sol que me aquece,
O ar que me rodeia,
A chuva que molha minha boca,
E todo esse sentimento
E tudo o que eu sinto por você
Aumenta a cada dia.
Ontem a noite me peguei chorando por um velho amor, um amor que eu tinha enterrado há muito tempo atrás, mas ontem eu me lembrei de que esse amor foi o meu primeiro, logo é inesquecível. Agora me pergunto que diabos esse amor quis voltar dessa maneira, deixando-me nostálgica com tantas lembranças que jurei jamais lembra-las novamente. Eu estava pronta para assumir um novo amor, começar uma nova vida, tudo novamente… mas por algum motivo, ainda não me esqueci do velho amor, por que não? Faz tanto tempo, não o vejo há meses e nem sei se ainda se lembra de mim. Esse velho amor voltou para me chatear como fazia, mas será que vai me fazer rir também da forma que só ele sabia? Que saudades eu sinto do seu carinho, da sua voz, das suas piadas, que saudade sinto de você, queria poder nunca ter saído de perto de você. Parece que foi arrancando um pedaço de mim e eu continuei viva, parece que foi arrancado minha alma e meu corpo continuou vagando por aí. Se eu pudesse fazer um último pedido, um último desejo, eu pedira você aqui pela última vez, poder sentir seu abraço, seus beijos, só quero mais uma vez sentir você comigo, ser sua só por mais um dia
E pra falar a verdade, ontem a noite eu fui dormir as 4:00 da manhã só pensando em como seria se você estivesse aqui. E pra completar ainda sonhei com você. Não sei mais acho que pela primeira vez isso pode realmente ser amor.
Em um restaurante ontem a noite !!!
Dr, quer mais alguma coisa ???
No meu inconsciente , consciente fervia !!!!!!!!!
Claro que quero !!!!
Quero deiscência !!!
Quero consciência !!!
Desses políticos cinzentos ... Que foram eleitos pelo nosso povo .. ..
Que acreditava em decência .. E que por pura consciência ........acreditou de novo !!!!
Será que vcs não tem ciência...
Que nós povo... somos puros ... acreditamos em um carinho , abraço , aperto de mão ...mas acreditamos .... pois pensamos que vcs não são mundanos ... Safados , canalhas !!! E creditar é a mais pura consciência do ser que exala amor , e é normal racional , e não maquiavélico , pois o ser racional é puro.... acredita no ser que se diz maduro !!!!
Na mais pura consciência de ser , por que é ser humano !!!
Não penso que o verdadeiro político ... Não é aquele político ... Que acreditei ,uma víbora cercada de víbora e de seres inferiores !!!!
Que rasteja pedindo compaixão e no momento certo dá o bote ,sem pelo menos sentir perdão desse povo que que só quer ter uma vida decente !!!!
Vc , político ..... é a nossa única saída
Pois os doutores como eu dizem aos 4 cantos ....
Que numa democracia pura...
vcs são nossos lideres !!!!
e se houver inversão ...
Nós sabemos pelas 4 mãos ..
Que o exercito mantém o poder ...
Mas capacidade de manter uma pura democracia é do líder que é eleito e não de que é feito
Por favor não deixe feder !!!
E nós termos nojo de vcs ! !!!
Acreditamos em vcs , vamos !!!!!!
tiremos os maus de rumo ...
Vcs são as nossos esperanças , já vimos e vivemos mal com sua falta !!!!
Sejam honestos , conscientes e decentes .....E conscientes !!!!
Porque sem vcs presentes ..... não há democracia !!!!!!
NÃO EXISTE MAIS ESPERANÇA !!!
Ontem ardi em febre
Já era noite
E o sol beijava a minha face.
Em seus braços ardia-me em chamas
Consumia-me um torpor
Entre delírios, a claridade
Sua lucidez me tocou.
Chamas
Chamas por mim!
Chamas
Aqui estou!
Ontem a noite, por volta das 20h, estive num shopping de "grã-finos" (onde costumo ir para comer e não para comprar, claro) e algo ali me deixou muito, muito, mas muito chateada e ao mesmo tempo intrigada...
Reparei uma senhorinha bem velhinha e delicada, sozinha, que vez em quando passava por minha mesa andando devagarinho e depois se sentava numa mesa atrás de mim, última fileira de mesas bem afastadas da parte central da praça de alimentação, isolada, de uma forma que somente alguém observador pudesse notá-la. Eu, observadora nata, com olhos na nuca e curiosidade extrema, me atentei nessa senhora e meu jantar não foi mais o mesmo...
Mais uns minutinhos e lá vinha ela, devagar, cabelos totalmente brancos, rosto bonito e tranquilo. Forte, nem parecia que o tempo a havia maltratado. Pessoas andando ao redor sem notá-la. Ela se fazia invisível até o momento que alguém, com a pressa da juventude, esbarrou em seu andar cansado de pressa.
Meus olhos a seguiam admirados. O que tanto essa velhinha busca? Estaria perdida? Estaria aguardando alguém? Não, ninguém a estava procurando. Ninguém dava falta dela naquele universo de madames, empresários, playboys, patricinhas e crianças mimadas. Mas eu estava ali reparando-a. Não sou porcaria nenhuma nem melhor do que ninguém, mas dali, certamente, eu era a única que naquele momento não estava preocupada comigo mesma.
Por culpa da minha curiosidade, notei a mais "infeliz" situação que jamais poderia imaginar daquela senhorinha... Ela estava ali pegando latinhas que as pessoas acabavam de jogar nos lixos. Ia, pegava o que as mãos poderiam segurar (e com sorte era mais de duas) e voltava a se sentar. Olhava atenta as latinhas das mesas ocupadas e aguardava uma nova oportunidade para, devagar, se levantar e ir buscar seu "tesouro".
Eu, que bebia um suco de lata, não pensei duas vezes: não vou fazê-la buscar minha lata consumida no lixo. Vou levar até ela, é o mínimo que posso fazer. E pra minha surpresa a gratidão desse gesto medíocre meu foi imediata! Que sorriso lindo era o dela! E ainda tive que escutar um "Deus te abençoe minha filha". Nessa hora só consegui perguntar o nome dela, que baixinho confessou: Teresinha. Me despedi e não contive minhas lágrimas! Dane-se que as madames me olhavam chorando!
Pensei: ela deveria estar numa casa quentinha, com sua família lhe dando atenção e retribuição.
Minha revolta: não poder fazer nada mais do que levar uma latinha vazia para ela e, chorando, pedir a Deus que a ajudasse.
(13/06/2013)
Ontem a noite olhei pro céu e percebi que o brilho mais lindo não estava em nenhuma estrela distante, mas sim no seu olhar.
Ontem a noite eu demorei a dormir. Não foi por causa de uma insônia qualquer. Quem me dera se fosse por isso. É que as vezes você demora a passar. Como se fosse uma dor de cabeça e que eu precisasse tomar doses diárias de você para ela sumir. Estranho né? Tomar você para a agonia de você não existir mais passar.
CONTROLADORA EU?
Ontem à noite, uma pessoa me disse que sou “controladora demais”. Na hora rebati: controladora eu? Não, de jeito nenhum, ninguém controla ninguém! Mas confesso isso ficou martelando em minha cabeça. Fui para cama, tentei pegar no sono, usei todos os artifícios – ler, assistir tv, contar de ré, etc. - mas a danada da expressão não me deixava dormir, continuava ali, martelando em minha mente.
Então pensei: qual o perfil de uma pessoa controladora? Num pulo, saio da cama e abro meu notebook. Recorri ao google: perfil de controlador. Vamos ás respostas: são as que mais exercem domínio sob os outros e até, a si mesmas. Têm a necessidade de querer saber de tudo o que as pessoas fazem, geralmente as mais próximas. Ou ainda, além de querer saber, desejam e verbalizam que o outro fez, não é correto. Tentam impor, às vezes sutilmente, outras vezes de forma mais agressiva, seu próprio jeito de pensar, fazer e ser. Tudo com o pretexto é claro, que é para o próprio bem do outro. O controlador tem o desejo, muitas vezes inconsciente, que só ele sabe o melhor caminho, o que é certo. Na verdade, este comportamento pode ser facilmente identificado como nobre e afetuoso.
Nossa sou isso? É, o pior de tudo é que sou, caiu-me como uma luva. Quem me disse, foi categórico, admito sou uma pessoa controladora. Talvez meu perfil controlador esteja diretamente relacionado ao meu perfil de administrador: de equilibrar criatividade com a perspicácia, visão globalizada, construir credibilidade, ter poder de persuasão e convencimento, rapidez para adaptar-se às mudanças e reagir positivamente a elas, exercer um papel de educador e orientador capaz de modificar comportamentos e atitudes das pessoas, ter senso de responsabilidade social, estar atento às oportunidades de mercado e tomar conhecimento do que acontece a sua volta. Opa, isso não é controlar? Então administrar é ter controle.
Esse perfil eu exerço exacerbadamente sobre mim. Reconheço sou “5w2h” em tempo integral. Sei o que quero, tenho objetivos, traço metas, estabeleço estratégias e realizo. Sou focada em meus objetivos. Assim tornei-me o que sou hoje. Analisando por esse lado, sim considero positivo. Negativo é querer que as pessoas que me cercam sejam iguais a mim. Aí recorro ao “controle”, exerço um papel de educador e orientador, com todo meu poder persuasivo, de modificar comportamentos e atitudes das pessoas.
Em quantas situações vivenciei isso, com familiares, amigos, etc.. Persuadi, tracei planos, modifiquei valores e comportamentos, exigi atitude, chamei na regulagem. Em todos esses casos fui extremamente controladora: impus meu jeito de pensar e agir. E agi assim em nome de um afeto, de uma vontade de querer o melhor para o outro.
O dia já amanhecendo, e eu ali pensando: diante desse fato, restou-me rever minhas atitudes, fazer-me entender que a vida das outras pessoas, por mais que as queira bem, deve administrada por elas mesmas. Deixar que façam suas escolhas, porque o ideal para mim pode não ser o ideal para elas. Preocupar menos com os outros, agir menos pelos outros. Que cada um construa seu caminho!
Antes eu ti entendia agora não estou mais entendendo. Ontem á noite você me amava agora me odeia? Ham? não te entendo sinceramente eu nunca senti algo tão grande por alguém do jeito que eu estou sentindo agora por você. Tipo você sabe que te amo mais que tudo e do mesmo jeito faz isso comigo ás vezes penso que você adora me ver sofrer. Mais pode acreditar que não é porque eu te amo tanto assim que vou ficar correndo átras de ti que nem uma louca estou louca mais de amor e não de bestisse. Se vc não me quiser é só falar vou sofrer? Vou e muito mais é melhor eu sofrer por um dia do que ficar com você e sofrer pro resto da minha vida então é melhor eu virar essa página da minha vida e seguir em frente eu vou erguer minha cabeça, lutar pelo o que é meu e estar sempre preparada pro que der e vier.
COTIDIANO EM FAMÍLIA...
Ontem próximo as 23 horas, eu e Paula como de costume encerrando a noite com ,,um filme no pc, quando de repente o telefone toca! Já meio apreensivo atendi e a voz desesperada da minha filha Kallinca que mora num apartamento a doze andares abaixo do nosso, pedia socorro pois a irmã Izabella havia chegado da faculdade, cheia de fome depois de um dia de trabalho e mais algumas horas estudando e o fogão embora estivesse com o botijão cheio, não acendia nenhuma das bocas! Descemos eu e a mulher para ver o que estava acontecendo! Olho daqui, olho mais ali e nada...eis que Paulinha curva-se por trás de mim levanta a alavanca da válvula de passagem do gás e olha que o fogo apareceu lindo ,colorido e diga-se de passagem, quente, pronto para fazer a comida das meninas! Ah...antes que alguém pergunte, minhas filhas não são loiras...nem eu!
Ontem a mãe passou mal, iniciou um infarte, eu acho. Pensei que fosse chorar a noite toda... Mas aí ela me ajudou. Ela sempre me ajuda quando eu preciso, me faz rir, me faz sentir bem. Amo muito , mas amo mais quando ela me faz sentir assim. Ah, devo ir dia 10/07... tô contando os dias.
Ontem o telefone de casa tocou, já passava das 11h da noite, meus pais a dormir e eu mantinha-me ainda acordado, levei um susto, pensei que pudesse ter acontecido algo grave com alguém. Então levantei-me para atender, meus pais acordaram de sobressalto, assustados.
Era a Dona Conceição, amiga da família, uma senhora viúva que queria conversar com minha mãe; perguntou se estava tudo bem, disse que queria apenas desejar boa noite...e desligou.
Nesta hora eu percebi: deve ser triste a solidão da casa, de quem não tem ninguém por perto...
Não Concordo
Como comentei ontem à noite, se eu dou um texto de Kant, maior nome da filosofia do início contemporâneo, para um aluno de 18 anos e ele lerá 3 páginas e dirá, não concordo.
No mais tardar, digo a ele que se ler mais 30 anos Kant em alemão, você talvez entenda. Para não concordar, serão necessários mais 30 anos e as chances de você não concordar serão pequenas, ou seja, eles possuem a opinião sobretudo. Essa dissolução da ideia de autoridade é uma ideia muito contemporânea. Quando criança, se levava o exame médico lacrado ao médico e o mesmo abria como se fosse um oráculo, tinha uma reação bovina. Atualmente, na contemporaneidade, o exame já chega marcado pelo doutor Google. Assim sendo, meu clínico geral e amigo, brinca comigo quando digo " estou com o HDL alto" e o mesmo me faz a pergunta: E o que me recomenda nestes casos?
Ontem
Um dia... A noite
Com fortes emoções
Coração em chamas
Destruído, literalmente
Porém,
De amor, gratidão
Pela beleza da vida
Relações
Lavou minha alma
Nutriu o meu ser
Conforto, mansidão
Paz profunda, no coração
São presentes vivos
Passados presentes
Que habitam, fazem morada
Em nossas células
E todas elas, ontem
Estavam em festa
E os olhos meus
De prontidão
Lhes deu um banho
Com o bálsamo
Da luz que contém
Em meu ser
G R A T I D Ã O
Temos que sentir
O nosso dom
Domdom
Oh, Glória
De novo, gratidão
Com.muita paz no coração
Amém!!!...
Bom Dia ♥
Espero que a noite de hoje foi melhor que a de ontem, e espero que o seu dia comece bem e termina Ainda melhor.
Meu pai e o mágico - minha lembrança...
Ontem eu sonhei com meu pai a noite toda, e deu aquela saudade imensa dele. A gente sempre teve um bom companheirismo, sobretudo na fase adulta, riamos das mesmas coisas e de vez em quando passávamos horas vendo filmes.
O que me fez remeter uma lembrança antiga, de uma única vez que levei um cascudo dele; e pensando hoje: bem dado, fiz por merecer.
Era um mês de julho chuvoso em São Paulo, não parava um só dia de chover, eu de férias com 11 anos, minha mãe teve que viajar para o nordeste com meu irmão e só tinha em casa eu e meu pai. Meu velho trabalhava de motorista de frota de ônibus quase o dia todo, só retornava à noite, eu ficava na vizinha, mas chovendo e cheio de ordens dele para não dá trabalho, eu quase tinha virado um monge budista mirim.
Com minha mãe eu aprontava, apanhava, mas dava para levar, porque quase não doía nada e ela já estava acostumada com minhas zoeiras de brigar na rua, escalar paredes, subir em árvores e etc. Já com meu pai que quase não sabia dessas coisas e visto a sua postura austera, eu não tinha a menor ideia de como ele reagiria. Só imaginava uma surra tremenda e um sermão das montanhas quando terminasse.
Então por uma semana e meia eu me portei exemplarmente! Até que na sexta-feira seguinte, fui como sempre à banca de revista para comprar um gibi da Marvel, quando me deparei com uma revistinha que ensinava “Aprenda a ser um mágico”; putz! Gamei na hora! Investi toda minha mesada de bom menino que meu pai me deu nessa revistinha de mágico; até porque vinha nela um brinde: “Fósforo mágicos”. Consistia numa caixa similar a qualquer outra, com palitos iguais, nada de mais de diferente, entretanto “explodiam” feito bombinhas de São João. Nessa época nada era politicamente incorreto e pregar peças ou comprar coisas assim era o show. Comprei a tal revista, levei para casa e contei 24 palitos de fósforos “mágicos”, testei três deles, e realmente fazia barulho e emitia uma luz azul clara intensa.
No sábado meu pai ficaria em casa o dia todo, e lógico que eu apresentaria meu número principal a ele; assim pensei...
Nesta manhã, meu pai acordou cedo, foi lavar roupa nossa no tanque, não me chamou para ajudar, fez meu café e deixou-me acordar tarde. Quando eu tomei o café fui varrer a casa e passar pano, e ele me dizendo como era bom ajudar a mãe nessas coisas, e que não podíamos deixar a casa suja para quando ela voltasse. Enfim fizemos uma faxina completa, roupas lavadas, tivemos que deixar secando atrás da geladeira algumas e outras dentro do banheiro, improvisando um varal porque ainda chovia, mas fino, uma garoa no sábado em São Paulo. Meu pai avisou que iria fazer o almoço e depois iria jogar sinuca no bar do japa no bairro, me deixaria ir para jogar nas máquinas de fliperama porque eu estava sem brincar fazia dias. Lógico fiquei todo alegre e resolvi aprontar à mágica rapidamente, sem ele saber, afinal mágico que é mágico não revela seu truque, né?! Esperei que ele saísse da cozinha e troquei a caixa de fósforo normal pela do “mágico”.
Fiquei como um totem, duro, tenso na cozinha, esperando ele ir ligar o fogão para ver sua reação.
Não demorou não! O velho veio da sala pegou a frigideira e a carne que já estava toda temperada por ele previamente, e colocou as tiras de filé na frigideira e também foi colocando as panelas de arroz e feijão, ocupando todas as 04 bocas.
E minha hora chegando, a hora que eu mostraria um grande truque de mágica. Estava igual pinto na merda, ansioso com o evento que se aproximava. Meu velho pegou a caixa e nem olhou nada e começou abri-la pegando o primeiro fósforo... posso dizer a você que leu até aqui, que na minha cabeça isso tudo era como câmera lenta, eu estava muito focado na ação dele, e nem respirava de emoção com o desfecho chegando. E pronto, meu pai escolheu a panela da frigideira como a primeira à ser acesa... e assim riscou o fósforo bem pertinho da boca, o que eu achava antes que seria feito de longe, mas não... ele fez debaixo da frigideira, colado com a boca do fogão... e a mágica aconteceu:
- Foi um tiro de bala praticamente. A casa toda fechada e só nós dois, o eco foi de um revolver sendo disparado. A tensão toda fez meu pai sacudir a frigideira para o alto e o clarão azul tomou conta da cozinha; porque ele não pegou um, mas dois ao mesmo tempo para acender. E nisso todas as panelas caíram do fogão, pelo medo dele, saiu batendo e se apoiando em tudo que era canto da cozinha, principalmente querendo me proteger, só sei que na hora eu emiti um riso de nervosismo e por achar muita graça mesmo, dei aquela gaitada ampla de moleque o que me fez entender porque é que nunca tinha apanhando antes... Senti no rosto uma mão quente e dura sacudir minha cabeça igual um melão vindo no carrinho de feira e um cascudo tão grande que ele chegou a estalar os dedos nela só com o cascudo. Eu, nem tive tempo de chorar, corri feito menino com medo de apanhar e voei pela janela como um passarinho que descobriu uma fresta, na gaiola - fui parar na rua, enquanto eu o ouvia abrindo a porta e correndo a trás de mim.
Fiquei lá o dia todo, até a noite, enquanto ele prometia que o mágico iria ver a varinha balançar no meu traseiro. Não adiantou eu explicar lá de longe que era um número de mágica. Não adiantou eu fazer promessas. Não almocei, e a vizinha foi intervir e ficou comigo até que ele se acalmou. À noite fui pra casa e não apanhei, ele também não disse uma só palavra, por dez dias, ficamos calados dentro de casa. Até que minha mãe chegou e botou ordem. Fui rebaixado de mágico oficial para leso oficial. E nunca mais pude comprar coisas desse tipo e por 04 meses não li gibi algum.
Antes de morrer, meu velho ainda se referia a isso a todo mundo que perguntava sobre minha infância. Ele ria muito, porque agora ele achava graça, mas na época pensava que o botijão tinha explodido ou algo assim. Valeu pelo sonho meu velho...