O Poeta e a poesia
Refeito de tudo você
virá para mim como
Jaebé empenhado
para ter a sua amada,
Viraremos pássaros
e confio que você
fará um lindo ninho
fechado igual
ao de João-de-Barro
para proteger
o futuro dos nossos
filhos de todo o mal
que existe neste mundo.
Dos versos, das pausas
e das consequências,
Me ocupo mais das consequências
do que com os versos,
Falar de amor só combina
mesmo é com a pausas
feitas olhos nos olhos,
e não com pausas literais.
Onde umas se preocupam
em se autoamaldiçoar
tornando-se Princesas-Cobras
e para virar gente sugar
o sangue do outro
para existir testando os limites.
Prefiro ser Janaína flutuando
no oceano do teu amor,
Em vez de erguer uma
cidade encantada,
Sou mais é erguer fortalezas
que nos abriguem
com poesia e tranquilidade
para ver a tempestade
dançar o seu baile e passar.
Coloquei na mesa
o Pirarucu Rondon
para você provar
como é bom,
Gentileza de amor
posta na mesa
também é poema
para quem sabe ler
da melhor maneira.
Quem provou do meu
Chambari poético,
Nunca mais esqueceu;
Agora hei de preparar
para você que há
por mim se apaixonar
e se enredar no encanto meu.
(Sou eu o teu amor sublime amor
feito para ser e encaixe
perfeito para um coração como o teu).
Aguardando o ideal
tempo romântico
para te aconchegar
no divino refúgio
do meu amor divino,
Colhi uma Gila madura
para fazer doce poético
para mimar o paladar
porque temos um
ao outro para se aninhar,
Embora o amor
viva de emergência,
também faz escola ao esperar.
Cada inspiração que busco
é como se eu construísse
no mundo um novo coreto
no meio da praça,
e se por acaso alguém
venha buscar abrigo
que seja sempre bem-vindo.
Porque sou da época que
poucos conheciam
a Carta do Folclore Brasileiro
e se vivia o Folclore por
amor ao país o ano inteiro.
Cada inspiração me faz
serenata e dama da sacada,
porque amar para mim
sempre será tudo ou nada.
Porque sou da época que
não ser cordial e romântico
não era convenção,
e se vivia em busca de ter
alguém para entregar o coração.
Jaracatiá
Uma boa Cocada Caipira
é feita de Jaracatiá,
é tão doce quanto o sorriso
bonito que você me dá,
coisa mais gostosa
neste mundo não há,
Só de lembrar não consigo
parar de te adorar:
Vivo para ter amar.
O amor entre nós
nem deveria ter
nascido porque
mal nasceu era
óbvio que já
tinha morrido,
Não me esqueci
de tudo o quê
fizeste comigo,
Não vou errar
duas vezes;
A ausência
e o silêncio
são o prêmio
pelo desprezo
imerecido por
mim sofrido,
e não há nada
que faça esquecido.
Não duvide de mim
quando estiver próximo
de chegar a primavera
eu estarei no prelúdio
de chegar unida com ela,
E não haverá eflorescência
maior do que a minha com
aroma de Flor de Laranjeira
e meus Versos Intimistas
cobrindo a nossa terra
para vir sempre um novo poeta.
Fui, por tempos,
o mais ingênuo dos poetas.
Traduzi minha alma em escritos,
ofertados a rostos que jamais souberam ler;
justamente por esconderem-se atrás de máscaras.
As palavras — essas que julguei importantes —,
definhavam-se à medida do correr do tempo.
Então, tornaram-se meras lembranças do que poderiam ser:
pontes de transformação,
não muros de adorno.
Foi à escuridão do meu quarto —
a única leal que me restou —
que compreendi:
não era a beleza que faltava aos versos,
mas o merecimento dos olhos.
Toda poesia é imperfeita,
como todo homem;
e é essa a essência da natureza.
Os dissimulados, na vã procura do eterno,
hão de pasmar-se aos espasmos da tênue verdade.
Agora, ao ausentar-me,
deixo um rastro de luz contida —
mínima, talvez,
mas real.
Aqueles que um dia lerem,
não mais embuçados
— com a alma aberta —,
sentirão o brilho de minha partícula viva,
explodindo no silêncio cósmico.
“Não fui lido,
mas fui real.”
Ao contemplar-te, vejo em ti minha borboleta branca de seda, capaz de provocar tempestade se preciso.
Teu olhar é o espelho das águas que me sorriem em um céu sereno; é um portal de iluminação que me transporta através do tempo e do espaço, além do comum e do ordinário.
Teus cabelos são radiantes como os raios solares, que trazem luz e mudam ao cotidiano.
És tanto a raiz que busco quanto o voo que desejo alçar.
Intuo que dentro de ti reside o livro que ansiava, um caminho a ser percorrido que me ensinará sobre a vida, a vibração do entardecer e o encontro do profundo com a simplicidade.
Ele é de fácil compreensão para quem existe para absorvê-lo, mas enigmático o suficiente para instigar a curiosidade daqueles que o folheiam.
É como um prato perfeito, com aparência apetitosa, cores vibrantes e sabores exuberantes que explodem na boca - uma experiência única e inesquecível.
Doce Pecado
Roubei uma flor para você
Daquela floricultura
Quase não sinto remorso
Da minha doce loucura
Importante é que eu fiz
O seu sorriso brilhar
Perdoa esse meu pecado
Foi só para te agradar
Aquela rosa que eu te dei
Tão charmosa e delicada
Ficou ainda mais bela
Sendo por você beijada
Meu rosto se iluminou
Vendo as duas lado a lado
A rosa que eu te dei
Enfeitando seu penteado
Cigano Romani Em 08 /05 / 17
FB Romanipoesias
" INJUSTAMENTE "
É vasto esse universo… A imensidão…
Nem sei se vim parar aqui, do nada,
pois sinto-me perdido nessa estrada
sem rumo, sem destino ou direção!
Pergunto-me se tenho, na parada,
alguma culpa e, até, condenação
por me incluir na imensa multidão
dos que, cá, nada sabem da jornada.
Sou réu ou vítima deste sistema
sem solução nenhuma pro problema
que foi me posto ao colo abruptamente?
É vasta a imensidão, esse universo
tão rico, tão confuso, controverso…
Aqui fui posto ao caos injustamente!
" QUER? "
Que prenda linda: moça, dentes brancos,
sorriso aberto, intencional, sincero…
Fico a pensar e (dentro, em mim) espero
que os pensamentos dela sejam francos…
Pois, afinal, sem farsa ou lero-lero,
sorriu pra mim cercando-me nos flancos…
Aceito o risco, aos trancos e barrancos
acreditando que o amor é vero?
Sou homem das paixões, um poeta nato,
por vezes sonhador nesse aparato
de ver, onde não tem, vasto querer…
É moça linda, prenda das mais belas…
Aceito ou me reservo nas cautelas?
Difícil crer que quer, ela, me ter!!!
Outra noite esfria o seu coração
Pobre de você no escuro
Procurando um céu nesse inferno
Num futuro, tempos atrás
Você, no mesmo inverno
Inseguro voltando pra trás
Outra vez, na mesma estação
Dias frios na mesma estação
Tudo foi você quem fez
Tudo que você faz
Você abre mão
E fazem a festa
Você abre mão
E fazem festa
E você, aí,
nessa mesma estação
Então me diga
O que será da sua vida
Sem vida
Então corra atrás
Tudo é você quem faz
Tudo é você
Tudo é com você
Então vá lá, e faça
Faça mais
Faça mais e mais
Queira mais
Queira mais e mais
25/08/2019.
" ACABOU "
Foi lá nos tempos postos na elegância
que fez-se forte a mágica do amor
e colocou o mundo ao seu dispor
ao exalar sutil a sua fragrância!
Mudou tudo o que havia a se compor
em nova e inexorável substância
e o cosmo lhe acolheu sem relutância
qual se o feitiço desse-lhe vigor.
Tudo era romantismo, efervescência,
paixão voraz coberta de inocência
num sonho de perfeita sociedade…
A mágica acabou! Perdeu o efeito
e tudo se esvaiu qual se desfeito
o amor um dia exposto à sua vontade!
" APÓS "
Estamos nós, aqui, só de passagem?
Seria, a vida, curta e passageira
que simplesmente corre a mil, ligeira,
pra se findar, após, a sua mensagem?
Teria algum sentido esta besteira
de que se acabará toda a viagem
e nós nos findaremos nesta aragem
sem ter levado nada ao fim da feira?
Seríamos tão breves pensamentos
que um dia passariam, como os ventos,
sem que algo mais nos fosse destinado?
Olhai pra cruz! Nos parecia o fim…
Mas algo mais havia após, enfim,
e o Filho ao Pai voltou, ressuscitado!
" LENTAMENTE "
Não quero mais ouvir meu pensamento
e as vozes dentro em mim em agonia
pedindo que eu me entregue à essa folia
de ter uma paixão por sentimento!
Amei intensamente, noite e dia,
e se tornou, o amor, o meu tormento!
Não vou tornar ao erro, enfim! Lamento!
Sofrer, minh'alma, assim, não merecia.
Preciso que se cale a consciência
que pede-me outro amor, com insistência
e as vozes que atormentam minha mente…
Meu ser está doente, machucado,
e se a paixão insiste estar-me ao lado
eu morro pouco a pouco, lentamente!
" ENREDO "
Contaram minha história: dor, paixão,
acertos, desacertos, a alegria
expressa num sorriso, todo dia,
os ganhos, minhas perdas de montão!
Disseram que a lembrança me feria,
que as coisas do passado meu, então,
marcaram por demais meu coração
se não, penar igual, não sofreria.
Que a morte dos amores meus partidos
levaram, sim, também, os meus sentidos
e nunca mais fui terno como outrora…
Mas, quem ousou viver meus passos dados
e ter, ao fim, melhores resultados?
Só eu conheço o enredo que, em mim, mora!
" PERGUNTADO "
Que nos dirá o amor, se perguntado,
aos ver-nos frente-a-frente, qualquer dia,
depois de nossa intensa rebeldia
pra com tudo o que tem nos ofertado?!
Será que nos verá com alegria
pesando, prós e contra, o resultado
ou nos dará por chão predestinado
sentença contra nós por heresia?
Pois que, pensando bem, culpa não tem
se não encontra o amparo de ninguém
já que o proclamam causa de sofrer…
Se perguntado, o que dirá o amor
ciente que só ele é o redentor
da cruz que decidimos nós viver?!