Nunca Gostei do Morno do Meio Termo
A utopia representa o medo do homem de residir no morno, de ficar sem o seu tão doméstico drama, a sua cômoda tragédia.
Enigma lírico
Em seu sorriso melancólico,
vi um fatalismo tácito
seguido de um silêncio morno
incompreensível
Subitamente
revelo-se o crepúsculo de um mito,
o fim da ilusão dolorosa...
A resseca dionísica do um festejo
carnal, onde quase virou apoteose
de um carnaval em Veneza...
Encenamos um ato da tragédia goethiana
a morte do sonho mascarado
que fez do mendico de Fausto
um Rei Lear, em seu apogeu
glorioso de terna insanidade e lucidez
antes da traição lírica da musa
ao poeta da divina comédia
do amor platônico.
Semente
Eu permito...
que em meu colo, morno, plácido, te aconchegues
e, como faz o mar
com os seres viventes,
ele também te acalente.
Eu te concedo...
o meu sorriso, doce, brando,
o meu abraço, a te envolver intensamente,
e que ele te abrigue
como a terra faz com a semente.
Eu gosto do simples, mas não do morno.
Eu me apego a detalhes, sejam eles bons ou ruins.
Eu luto com todas as forças, mas quando vou embora não olho para trás.
O que eu (re)conheci no caminho, eu guardo.
Eu me desculpo, eu falho. Sou ser humano!
Sou simplicidade, sou reciprocidade, sou verdade.
E a verdade, é que eu gosto mesmo gente de alma poética.
Asco
A cabeça tonta cede a ronda
E o pescoço solto torno tomba
E o corpo morno compra
Um sorriso frouxo que assombra.
O corpo em retalhos
Quase um espantalho
Tenta disfarçá-lo
Um sorrir amargo
Um sentir tão asco
No que posso me a pega? Meu mundo é diferente,as veses morno e as vezes friu. Adequa com que a balança que sou. Secretamente,exageradamente afogado pelo que me faz viver. Você!
Enquanto chove lá fora,
cá dentro de mim céu de outono,
de um azul de doer os olhos, sol morno
e o perfume das folhas caídas pelo caminho...
Cika Parolin
Nem azul nem rosa. Lilás talvez, transparente. Quem sabe?
Nem quente nem frio. Ameno talvez, morno. Quem sabe?
Nem cheio nem vazio. Meio copo de nada. Quem sabe?
Nem aqui nem lá. Perdido no caminho. Quem sabe?
Nem medo nem coragem. Inútil na Terra. Quem sabe?
Não sabe, não vê, não sente, não age, não crê.
Alguém há de saber, mas não se importa. Ignorou.
O Sol de inverno,
agorinha mesmo
lindo e morno,
já está se pondo...
Os dias se sucedem
e voam...
Se eu pudesse
seguraria as horas , os dias...
talvez por que eu ame viver
e me sinta feliz
com o que a vida me traz.
Cika Parolin
Tudo tem o seu devido tempo;
Para tomar uma sopa deliciosamente bem, têm que se tomar morno;
Nem quente...
Nem frio...
Morno.
“O Sol chega no frio adormecer da madrugada
Chega morno, clareando o azul do céu
Aquecendo a manhã de alvorada
O vento soprando as nuvens que passam baixas
Lembra que o tempo corre apressando o dia
As nuvens que passam por aqui já não são as mesmas
O azul do céu muda de cor com energia
O sol caminha reto atravessando o céu
Levando o barulho dos pássaros embora
Ao chegar da noite o sol se deita no escuro
E o silencio que agora reina, me apavora
Madrugada fria...
Eis que você está de volta
Tenho você de novo como companhia
Eis minha fiel e única escolta”
Meu norte
Tal qual uma brisa veio você,
Morno, suave...
Tocou de leve minha face e eu,
Morna e suave, o recebi como sou
Sem disfarces.
Tal qual um redemoinho, veio você
E, quando eu menos esperava,
Fez-me mudar de direção.
Diante disso, quase perdi a noção
De para onde queria eu, ir.
Tal qual uma ventania,
Daquelas de final de tarde,
Veio você arrancando-me
Da letargia companheira,
Sacudindo-me, revelando-me
O que nem eu mesma sabia de mim.
Abriu-me os olhos, desnudou-me.
Tal qual um furacão previsto
Veio você, que me arranca o telhado,
Derruba minhas paredes,
Desvia meus alicerces
E vai embora de repente...
Olho em volta e nem vejo teu sinal.
Não há mais brisa, nem redemoinho,
Nem ventania, nem furacão...
Há somente eu, perdida.
Recomeçar é assustador.
A vida nos faz rodopiar tanto!
Cadê meu Norte?
Cada canto que passei,
encontrei-me com o morno, o tédio. Pulei de leve no escuro.
Hoje, pego-me num forno pré-aquecido, hora de saltar novamente.
Serei eu uma cigana ou tenho que trocar os óculos?
Solidao
Num amplexo invisivel
Circundaste-me
Num beijo morno,afugast na imensidao da tortura
Meus inocents dsejos
Nos passaros q entoam hinos d'amor
Ja nao encontro neles razao pra um granulo d riso semear
Pois so dor tudo esta gdd germinar
MORNO
Depois que o carvão esfria
Não vira cristal o morno
Pois lhe faltou energia
E já não há mais socorro.
Mude! Mude todos os dias.
Sempre que precisar,
mas não aceite o mínimo,
o morno, o pouco, mude até
se encontrar, seja tudo,
tudo o que quiser ser.
Tudo nela é intenso.
Morno com ela não rola.
Nem no café, muito menos no amor.
Pois ela é fogo que queima.
E mar onde quero mergulhar
E virar imensidão de nós dois.
Não tenho vocação para o morno, ou vem com tudo pra mim ou não queira nada, não venha me oferecer inconstância, sou fã da regularidade e tenho apreço ao que é de verdade.