No meio da Multidão
E que no meio da multidão, o amor entre nós reacenda...
Desejos.
Vontades.
Aquela luz bonita que clareia o nosso olhar quando no abraço a gente se encontrar...
Que no meio da multidão a gente caminhe de mãos dadas...
Sorrindo pro nada...
Ops!
Nada não...
Pro céu bonito.
Estrelado.
Ensolarado.
Dança das estrelas.
Revoada de pássaros.
No meio da multidão, eu quero dançar como as borboletas no jardim de nossa casa...
Ops!
Que casa?
Nossa alma.
Nossa estrada.
Nossa essência.
De onde exala o amor verdadeiro...
Mas, ainda quero dançar como as borboletas...
Leve.
Que o vento nos leve para algum lugar onde haja paz...
No meio da multidão te abraço.
Te abençoo.
Te enxergo como o amor que nas tempestades não tem medo de se molhar...
Mas de enfrentar com coragem cada obstáculo que surgir para junto a mim, esses obstáculos contornar.
No meio da multidão somos bálsamo.
Palavra acolhedora.
Um pé no chão outro no céu.
Somos complementos de um sentimento que em nós já existia.
Algumas vezes sobrevivia.
Respirava com dificuldade e há tempos não sorria...
Libertos, sorrimos juntos.
Acreditamos que podemos voar...
O amor abriu nossas asas e o medo não existe mais...
Insiste a esperança.
Persiste o sonho.
Para o dia mais bonito, dois corações poderem se entrelaçar...
Numa doce melodia.
Num verso de alegria.
Numa manhã bonita...
O amor descansa em paz...
Num lugar onde há flores desabrochando...
Pássaros cantando...
Borboletas dançando...
E aquele beijo entre nossos lábios, nossas vidas adoçando...
No meio da multidão somos nós.
E entre nós o amor parece dia de verão...
Há sol nascendo em nosso coração...
Brilha no nosso olhar que ilumina a gente na escuridão no meio da multidão...
O amor é luz bonita.
Música e poesia.
Café quentinho.
Mãos entrelaçadas.
Beijo na boca.
Céu azul.
No meio da multidão a gente se encontra.
Abre aquele sorriso e no abraço a gente se perde, esquece do olhar curioso da multidão...
O amor é o caminho e os seus braços minha proteção.
O amor é o caminho e no meu abraço o repouso é garantido.
O amor é lar.
Aconchego.
Tem dias bonitos.
Em outros a chuva demora a passar.
Mas sempre surge um arco íris...
Indicando que o amor é o caminho.
No meio da multidão há uma porta.
A gente abre juntos.
Para renascer para o amor que entre nós nunca foi em vão.
Lição.
Evolução.
Às vezes revolução.
A gente renasce para o amor que no meio da multidão nos faz acreditar que sonhar é como voar...
Sem tirar os pés do chão.
Mas sob um chão de estrelas, em ti me aninho, faço poesia enquanto você uma canção...
Somos verso e melodia onde o amor sempre será o refrão...
Gruda na mente e nunca sai do coração...
No meio da multidão amar é acreditar que o tempo não existe.
Porque para amar basta estar, sem hora marcada.
Só estar.
E juntos no meio da multidão sair de mãos dadas contando as novidades, contemplando o céu bonito, a noite que vem vindo, sentindo brisa mansa acariciar e as folhas ao som do vento bailar...
O amor sempre está.
Amar é acreditar que juntos podemos ser par...
Rosa Alegria, Alecrim.
"Arlequim está chorando pelo amor da Colombina, no meio da multidão..."
Alegria, Arlequim, alegria!
A tarde não é o fim;
Ainda é dia!
E a flor de fato existe...
Embora seja mero alecrim.
Não vale a pena ficar triste.
Viver é mesmo assim:
Quando se quer rosa,
Acha-se o alecrim...
Portanto, alegria, Arlequim, alegria,
Que um dia...
Tudo tem seu fim.
Quiçá o mundo nem seja ruim.
Pode-se até na vida,
Descobrir que a flor que mais era querida,
Nem mesmo era a rosa,
Mas sim,
Uma flor de alecrim.
A meta é seguir em frente meio a multidão e toda está imensidão, mesmo quando algumas coisas tentam nos puxar para trás, nos fazendo se sentir pequenos ao provar que estamos sempre sozinhos.
No meio desta multidão, sou apenas um estrangeiro
Que busca compreensão, para seguir em meu caminho.
Podemos nos sentir preso no meio da multidão e livre em completo isolamento. A liberdade está na nossa consciência.
MÁSCARA:
Sob sol a pino, em meio à multidão,
O astro de face dupla, feições interrogativas e sorriso pálido,
Em um ritual...
Em instantes nos transporta ao mundo surreal.
Mergulhados nos movimentos rítmicos do artista.
De tal forma a levitarmos, migrar à outra dimensão.
Regressei ao espelho onde meu pai extraia sua pele
No silêncio de repetitivos movimentos verticais da gillete.
Que me gritava indagações ao futuro!
Assim se ouvia à expressão corporal do mambembe
Que cantava, encantava e decantava sua alma.
Não ouvia-se o som de sua voz,
No entanto bastava para compreender suas palavras simplórias e silenciosas,
Que me transportara à àquele mundo de imaginações.
Ante a mimica que nos expressava explicita tristeza,
Nas exclamativas lagrimas que borrava sua pele,
Nas piruetas a expressar pérfida alegria.
Nos movimentos lentos e circulares das mãos
Encenando a mulher que carrega outra pessoa.
Naquele instante, todos nós, éramos um só,
Não se ouvia as agruras do realismo...
Em meio à multidão, me senti único, envolvendo-me visceralmente.
Ao fantástico mundo dos mitos.
Pois que o artista deixara seu corpo cair inerte nos sugerindo a viagem.
Ato continuo, com a sutileza de uma pluma, recobra a vida pondo fim ao rito.
Decido ficar um pouco mais e assistir ao encantado ato do mambembe...
Despindo-se, traveste-se de sua pele natural e segue seu mundo real na busca de novo ritual.
Suspendi meu olhar vislumbrando o iluminado ser em seu mais fútil personagem.
Um rosto a mais na multidão. Sem fala, sem cara e sem canto...
E definitivamente me perguntei: O que seriamos sem esses mitos e seus rituais?