Muros
Veja, eu gravei você nas palmas das minhas mãos; seus muros estão sempre diante de mim.
Isaías 49:16
Rua toda torta, de velhas casas e muros,
janelas quebradas, musgo nos jardins,
quantas memórias em suas fachadas,
muitas das quais, tatuadas em mim
Minh''alma vaga de porta em porta,
meio perdida na companhia do vento,
sem bagagem, olhos e ouvidos abertos,
percebendo murmúrios antigos do tempo
Devo ter sido dessa rua, reconheço,
cada passo, cada sonho e realidades,
esperanças, lutas, desassossegos,
onde plantei sementes que se chamam saudade
Em 15/ 03/ 2.009
No meu tempo em que vou sonhando.
Neste planeta todos vivemos num mundo global separados por muros, barreiras e vedações que é cego e todos viemos exatamente dele que se divide em pessoas boas e pessoas más. As pessoas boas têm um sono tranquilo e as pessoas más divertem-se muito mais, mas o mundo não é o causador de nenhum bem, é cúmplice de muitas infelicidades; depois quando vê colidir o mal que ele maternalmente chocou, renega-o e vinga-se.
As lágrimas do mundo são inalteráveis. Para cada um que começa a chorar, em algum lugar outro pára. O mesmo vale para o riso. E será julgado pelas crianças, pois o espírito da infância julgará o mundo, pelo bem e pelo mal que se faz para crescer dentro dele.
Todas as coisas do mundo conduzem a um encontro ou a um livro que alguém escreve quando pára para pensar e usar a sua imaginação, inventando histórias que se passam e outras que nunca se hão-de passar que fica para a posteridade onde se guardam as histórias de grandes feitos e de grandes mal-feitos.
Não considero o mundo como uma hospedaria, mas como um hospital; não como um lugar para se viver, mas para morrer e entre a vida e a morte se vai vivendo com as ambições de cada um de nós e os mais ousados e talentosos deixam as suas marcas da sua inteligência e força de vontade, mas o mundo criado não passa de um simples parêntesis na eternidade, dentro de uma gaiola de loucos. E se todos ocupassem do que lhe diz respeito, o mundo andaria mais depressa, mas a pressa que vai neste mundo da evolução é estonteante e preocupante, porque ele anda cada vez mais depressa e a inteligência humana através da ciência, vai fazendo evoluir o mundo e destruir-se a si próprio.
Ninguém pode achar que falhou a sua missão neste mundo, se aliviou o fardo de outra pessoa, pois cada um faz aquilo que pode com a sua inteligência e o seu talento e assim se distinguem as pessoas umas das outras. Toda a gente tenta vencer mais a si mesmo do que a fortuna e tentam mudar os seus desejos mais do que a ordem do mundo com a ganância de querer mais do que aquilo que pode ter e geralmente quando assim é caem na desgraça.
O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer, formando apenas uma planta de observação para se divertirem com o mal que acontece, mas nem todos são assim, pois o mundo também tem pessoas cheias de amor de bom gosto que se importam com os outros, mas pouco valor os outros lhe dão, mas os vencedores da aplicação do bem para com os mais fracos, são os verdadeiros heróis que muitos não querem reconhecer por inveja. É assim que o mundo pode terminar, não com um estrondo, mas com uma choradeira quando uns querem o mundo só para si e outros não deixam e os inocentes é que pagam.
O mundo pertence aos que querem possui-lo, e é desprezado por aqueles que o deviam possuir, mas o mundo é este planeta onde todos vivemos que não é nosso e cada um quer agarrar o seu bocado e dividido podem acabar por destrui-lo para a vida. Será que alguém pensa que tudo o que fazemos neste mundo não se leva para o outro? Tudo o que se faz neste planeta ou este mundo está à mercê da sua rotação e tudo o que nele se fez em toda a vida, num abrir e fechar de olhos tudo pode desaparecer.
Ninguém pára para pensar que a vida neste mundo é passageira e que a devíamos aproveitar com amor repartido por todos.
Obstáculos
Sou jogada nas paredes, nos muros criados por mim.
Que não me protegeram, pelo contrário, são os obstáculos que me engessaram e me emparedaram.
As vezes me pergunto como não consegui enxergar, em linha reta, para cima, para trás, para baixo e para os lados.
Na geometria da vida andei em círculos, que nada nem em círculos andei, acho que me afunde
Deixa cair muros da vida com a coragem de formiga; que não olha o tamanho de obstáculo se não o ponto fraco do obstáculo.
"A Educação é demolidora de muros e construtora de pontes, condutora de luz e realizadora de sonhos..."
Pala amigo
Meu velho pala amigo
Companheiro de vaquejada
Contigo rodeei os muros
Das geladas madrugadas.
Meu velho amigo, meu pala
Do aço provaste o gosto,
E sem fazer muito esforço
Cerzi alguns buracos de bala.
Agora descansa ai...
Deitado sobre os pelegos,
Feito a velha gaita surrada
Pelo tempo e pelos dedos.
Infância não é um tempo.
É um lugar com ruas de terra, casinhas sem muros, sons, cores, cheiros...
que só visitamos quando envelhecemos.
No dia em que me tornei poeta..
Segurei na mão alguns ventos e os arremessei contra os muros para que produzissem ecos..
Tomei então algumas brisas e sai pelo caminho a tropeçar versos..
Não sei bem como os desenho nem porque os faço,
mas sei que estão aí, a espreita - aguardando o momento do nascimento -
o instante em que os liberto da alma e lhes pinto asas para que sozinhos voem,
para que busquem dentro deles,
sua própria maturidade..
Poema para os versos aflitos, aqueles, que acabaram de nascer.. (Daniela Possamai - julho derramado/21 - aos amanhecidos
No passado derrubamos muros entre as nações e hoje estamos construindo muros entre as nações, será que realmente evoluímos ou "Regredimos".
*O Ciclo da Ressureição*
Sinto que estou preso
entre muros inquebráveis de lembranças.
Não consigo escapar,
não consigo me esconder
dos momentos em que eu voava por aí.
Sinto que estou perdido na gaiola.
Com uma dor inexplicável em meu peito.
Não há futuro, nem presente, só passado para mim
e as grades de lembranças me atraem;
e os resquícios das boas emoções me enlouquecem.
É inexplicável a tristeza que sinto,
não tenho forças, nem vontade, apenas sonhos
que, como as estrelas, brilham e apagam em alternância.
E há uma guerra de valores dentro de mim.
Uma guerra que ocorre no vazio;
ao nada que reina em meu coração
que antes era ocupado por você.
E, como uma nuvem, desfaço,
me juntando ao nada que tanto temo.
No entanto, como uma nuvem,
me reconstruo em um formato diferente
e com a essência imutável renovada.