Morte de uma Filha
...
Meus olhos choveram
Quando perdi você
Os lábios tremeram
Pois não pude te ver
Parte do que sou, extirpado
Silêncio ecoou, gritado
O vento levou, cremado
Sua alma elevou, curado
Minhas mãos escreveram
Quando lembrei de ti
Os dentes cerraram
Quando tentei sorrir
Agonizei quando percebi
Morri depois que partiu
Renasci assim que entendi
Aceitei o que Deus decidiu
É vida que segue
Mesmo longe de ti
E onde estiver
Sei que zela por mim
A ação do tempo, é o que existe de mais cruel na breve vida humana. Ele passa rápido e tira o que mais temos de precioso. O que sou hoje, amanhã já não sou. O que sou amanhã, no futuro já não existo.
Não entendo porque Deus deixou meu menino fazer o que fez. Não entendo porque eu não estava lá para impedir. Não entendo porque ele fez aquilo consigo mesmo. Ainda não tenho as respostas.Uns dias após sua morte eu gritei muito com Deus. Sei que é pecado, porém, gritei,questionei com aquela dor profunda em meu coração. Eu disse: Deus! Eu te falei que podia fazer tudo comigo para que eu não me perdesse, a minha vida está em suas mãos, não tenho nada nem ninguém além de ti. E naquele momento não tinha mais nada mesmo. Perdi meu bem mais precioso. Perguntei: Porque tantas coisas ruins acontecendo? Eu disse a Deus Por que? Por que? Até quando vai me castigar? Até quando vou pagar tão caro pelos meus erros? Precisava ser meu filho? Tua Palavra diz que não há um justo sequer sobre a terra. Tu és Deus e poderia ter impedido! O silêncio foi a resposta.
Me perguntei muitas vezes porque não fui eu a morrer. Eu morreria no lugar do meu filho.Mas como escreveu Elaine Martins: Deus é Soberano!
(pensamento escrito no facebook em 09/05/2019)
Desumanização
Começam te ensinando
que você e tudo aquilo
que existe de bom
ao seu redor é inútil,
Depois ensinam a você
e outros a ofender por
qualquer motivo fútil,
Convencem a você mesmo
e quem está ao redor
que a sua vida não tem valor,
Você e os seus estarão
tão entretidos com o círculo
vicioso de agressão que estarão
acreditando que merecem
e que a vida é assim mesmo,
E quando menos você
se der conta porque não
dão nenhum momento de paz
para pensar vão lá e acabam
com a sua vida e a do seu povo,
A desumanização sempre
para a morte constrói o escopo.
Olhe ao seu redor: há uma diferença imensa entre assistir passivamente à vida como espectador e apreciá-la com alma.
Entre trevos e trevas, entre sorte e morte, a felicidade é um desafio delicado, revelado apenas àqueles que se atrevem a enxergar o milagre nos detalhes.
Não tenha vergonha de ter um coração doce, pois o que mais existe lá fora são corações endurecidos pelo frio das desilusões. Pessoas anestesiadas pela rotina implacável estão mortas em vida. Seu verdadeiro superpoder é sua capacidade de sentir, de se emocionar diante da beleza do mundo.
Não se acostume a nada, nem a tudo. Em outras palavras, não devemos nos apegar excessivamente a nada. Afinal, a morte é uma constante, lembrando-nos da impermanência da vida. Portanto, é crucial abraçar a mudança como uma parte natural de nossa jornada. Praticar o estado de presença no momento presente nos permite apreciar o que temos, mas também nos ajuda a estar preparados para aceitar as mudanças inevitáveis que a vida nos reserva.
Morrer se assemelha a adormecer e embarcar em uma longa jornada, como uma viagem ao Japão. Assim como o sono, a morte não causa dor. Ficam as preciosas lembranças e a convicção de um reencontro com nossa família espiritual. Portanto, a saudade é uma emoção positiva, pois mantém vivas as pessoas e experiências que mais amamos.
Será o tempo quem passa ou somos nós que passamos? Precisarmos de apenas uma jornada para saber a resposta viva. Se você percebeu há alguns segundos atrás, uma letra M inesperada pode surgir no local errado e acabar mudando o sentido da nossa reflexão, mas essa alteração não é um erro, é um convite para uma nova camada de entendimento, para compreender que a morte é parte dessa dança atemporal.
Deixe de lamentar os desafios cotidianos; alegre-se, pois eles representam um mero treinamento. Afinal, a morte não nos avisa antes de chegar.
O diário não está repleto nem de ódio ou de amores. O que a vida parece adiar são os temores da morte, um termo que ainda gera tremor.