Moradores de Rua

Cerca de 3060 frases e pensamentos: Moradores de Rua

⁠O meu quarto é mais confortável, mas a rua é leve.

Inserida por GraceKaller

⁠"Nossa responsabilidade com o Planeta não começa da porta da rua para fora, mas da porta da rua para dentro.
É em casa que se ensina e se aprende cuidado, respeito e gratidão com mundo em que vivemos."
Lori Damm

Inserida por LoriDamm

⁠Antes de sair de casa aprendi a ladainha...
Se em Deus confio...
A ele entrego minha vida...

Enquanto na rua saio...
Querendo viver...
Fique você em casa...
Esperando sua hora de morrer...

Vou beber...
Jogar conversa fora...
Somente Deus sabe de minha hora...

Quero muito divertir..
Beber...
Conversar ...
Sorrir...
Enquanto você fica aí...

Por favor não me critique...
Esse é meu modo de saber...
Enquanto eu saio ..
Me divirto...
Fique em casa você...

A vida é só uma...
Para ela dou valor...
Deus que me abençoe...
Assim que sou...

Não sou homem...
De me dizerem o que tenho que fazer...
Não sou asno para me montar...
Eterno não vou ser...

Lhe respeito seu modo de pensar...
Afirmo...
Fique em casa você...
Meu coração é bem grande...
Vou amar....
Enquanto puder...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠Silêncio (microconto)

Caminhava tarde da noite pela rua Aurora. Quando estava a uns três quarteirões de casa, ouvi um choro vindo de um beco escuro. Me aproximei, olhei em seus olhos, e então, tudo se silenciou.

Inserida por jairomielnik

⁠Vamos chegar ali onde a vida parece mais simples e nos impulsiona numa cadeira de balanço. Vamos atravessar a rua porque parece evidente que lá as horas escorregam devagar. Vamos parar um pouco e esquecer o som dos automóveis porque os pássaros cantam eriçados uma felicidade que agora adensa o dia.

Inserida por 1passo1historia

⁠Os livros são portas que levam você para a rua. Com eles, você aprende, se educa, viaja, sonha, imagina, vive outras vidas e multiplica a sua por mil.

Inserida por pensador

⁠Prefira a chuva e o suor da chegada do que as lágrimas e salivas das desculpas.

Inserida por Lenunes78

⁠O berro do bueiro

Aquele som estranho dos carros bêbados
descendo a rua acelerados
e eu ali parado
vendo o movimento da madrugada
fria e dura a me espreitar.

E todo aquele ensurdecedor silêncio no ar
e o barulho dos cães latindo sem propósito
e dos galos cantando fora de hora,
enquanto os passos mudos de alguém vira a esquina em sinfônia randômica
e a orquestra da vida noturna aleatória rege o caminhar cuidadoso dos gatos
a espreita dos ratos
e dos ratos a espreita das sobras e restos
nos ralos e bueiros sujos e cinzas da avenida meu Universo.

Na calçada, esperando o caminhão da coleta passar na segunda,
o monte de lixo amontoado na esquina,
sendo revirado por todo mundo -
(cachorro, gato, rato, cavalo, gente...).
Naquela hora, a neblina que baixa sobre a rua
e encobre o plano, aumentando o drama e criando o suspense que nos comove.

Ao fundo, o som dos aviões na pista do aeroporto
aquecendo as turbinas e os motores para a próxima viagem.
De repente o rasgo abrupto
do sopro e do grito afoito
ecoando imaginação afora
e fazendo firulas no ar escuro da madrugada,
o estrondo no céu parecendo trovão
e o deslocamento massivo de ar
que canta melódico sua fúria, enquanto surfa pelo vácuo do éter febril do firmamento.
Isso encanta, mas também assusta.

De repente alguém que grita
e a multidão na praça se alvoroça
e volta a ficar muda e bêbada
e cega e suja e dura e pálida
e surda e débil e bêbada.

E o susto repentino na fala de alguém que reclama alto
e foge rápido, sem destino,
só corre por causa do risco imensurável que impõe-lhe o medo.

Sozinhos, a essa hora, todos estão em alerta por medo do que não se vê:
- O rato corre do gato
- O vento corre no vácuo incerto como o susto do medo
do vazio que traz desassossego
e do incerto que ninguém quer pagar pra ver.

Enquanto dorme o bairro só eu estou acordado...
Olhando para o tempo em silêncio,
para o vazio a minha frente,
auscutando meu coração acelerado,
tomando o último trago,
fumando o penúltimo cigarro
e assistindo de camarote a chegada triunfal do sol, antes do fim.

Inserida por JWPapa

⁠#TARDE

Como a solidão sinto esse frio que me invade...
Severa e sem piedade...
Mergulho nessa tristeza profunda...
Que tão só minha alma conhece...
Nessa rua...

Na escuridão que se achega...
Só uma estrela no céu já anuncia...
O término de um longo dia...
Início de uma noite fria...

À sombra do esquecimento...
Meu universo se aflige...
Pranto em belos olhos derramados...
Só...
Abandonado...

Espírito de fogo em cristal aprisionado...
Alma que parece chama fria...
O que será dos meus amanhãs ?
Vivi realmente algum dia?

Oh Deus...
Dai alívio ao mal que estou gemendo...
Tão longe arrevoada de pássaros...
Nem eles...nem ninguém...
Só tu vê meu sofrimento...

Quero sonhar e dormir...
Voar, poder sentir...
Viver de esperança...
Não temer o que está por vir...

E entre os suspiros do vento...
Que eu possa sempre olhar...
E ser o meu maior segredo...
Infinitamente amar...
Transformando esse triste tempo...

Sandro Paschoal Nogueira

⁠POEMA PANDEMIA
Na rua alguém sem nome vendia sonhos.
Duas pernas aflitas percorriam os sinais.
Um violonista cego tocava Beethoven.
Um belo cão era transportado numa coleira de prata.
Duas crianças ciscavam comida, nas frestas do chão.
Uma senhora de óculos fumava esperança,
Outra fechava a janela para não ser molestada.
Um poeta sem livros anotava palavras.
Jornais destacavam novas guerrilhas.
Gritos anunciavam para breve a salvação.
Mascaras e grades resguardavam o futuro.
Namorados mandavam virtuais abraços.
Gente com sede comprava água com gás.
Num céu sem homens, até a lua parecia distraída de Deus.
Carlos Daniel Dojja

Inserida por carlosdanieldojja

⁠Poema QUINTANARES
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei,
Que há até uma encantada,
Que nem em sonhos, sonhei.
Mas se a mim me permitir,
A vida em redemoinho,
Quero me ir levemente sorrindo,
Como se vão aquelas folhas outonais,
Que varrem as ruas centrais da cidade que habito.
E se não for por ventura,
Que o coração se reparta,
Quero que arda em fogo árduo,
A pungente alegria, daqueles que se embriagam,
Simplesmente enamorados na claraboia da lua.
Há tanta coisa escondida, nestas ruas que andarei,
Até mesmo a própria vida, feita uma canção atrevida,
Que quiçá, talvez um dia,
Com as próprias mãos tocarei.
Carlos Daniel Dojja
Em Homenagem a Mário Quintana

Inserida por carlosdanieldojja

⁠Como uma igreja dentro de quatro paredes vai transformar uma cidade? O que pode transformar uma cidade é uma igreja no modelo de Jesus, que se pra fora, nas ruas.

Inserida por VerbosdoVerbo

Você já viu amor jogado nas ruas? Eu já, vi também a alegria, o companherísmo inabalável, exemplos de uma vida simples e o fim da solidão. Tudo isso e muito mais embalados em um triste cão abandonado louco pra fazer aquilo que ele mais sabe, fazer alguém feliz.

Inserida por max_gallao_mesquita

Eu imaginava pais caubóis, pais pilotos que aterrissavam de emergência na nossa rua, que saíam de seus aviões e nos resgatavam do Ray, o invasor que se casou com a minha mãe e se instalou na nossa casa.

Inserida por pensador

Fica em Casa? Que casa? Isso é tudo que eu tenho, tenho sombra, tenho ajuda as vezes, tenho fantasmas que me perseguem 24 horas por dia, tenho anjos da guarda e essa solidão que é minha maior companhia. E isso muitas casas comuns tem também, então Tô em Casa! Memórias de um morador de rua.

Inserida por max_gallao_mesquita

Amarelo Rua a Baixo

Não foi fácil saber quais.
Amarelos que nem usas mais!
Nem descer aquela rua.
Alegre como o campo que não lá havia.
Fôramos apedrejados nesse dia.
Naquele frio,
Que ninguém tinha como nós,
Nem a nossa voz dizia ter sentido.
Mas as gotas do teu cabelo...
Essas sim!
Eram o "mim",
O pouco de ti,
O tudo dos teus e o nada,
Dos empertigados.
(nada que eu quisesse, pelo menos)
No dia em que fomos vistos a passar naquela rua,
Já nos conheciam,
Já lá haviam jardineiros,
Varredores rua a baixo...
Rua a cima!
E os porteiros do Jardim Botânico que nos viam
E os motoqueiros da Telepizza que nos deram!
Mas nesse dia era dia de Janeiro.
Não! Espera!
Era o dia que nos dera, como se fosse o ano inteiro!
Mas chegámos lá.
Ah!... Se chegámos lá, menina dos oníricos amarelos.
Lá a uma estrada,
A um rego de água
E a um caminho âmbar.
E lá alguém passava caminhando menos belo.
Sabendo tudo,
Não querendo dizer nada,
Mas alguém que passava disse:
- Deus vou ajude!
- Deus vou ajude meus filhos!
E ajudou tia!
Ajudou tia!
Tanto que sempre serei a forma da ponta do seu cajado!
Quanto a ti...
Não sei de ti nem pra onde foste!
Apenas deixaste os ganchos do teu cabelo
E a minha gaveta desarrumada.
A saudade da seda molhada
E da gota.
Garota, garota, garota!
É o que vejo agora na refracção da gota!
Três pontinhos.
Não chegam, garota!
Não chegam para cozer a ferida de felicidade,
Exposta pelo teu bisturi... na verdade.
Quando foi o teu estaladiço odor escarlate para depois?
Quando foi?
Quando foi a ferida sangrada pelas danças nocturnas dos dois?
Quando foi?
Pela foz do cais.
Pela voz do Rui.
Pela pedras marginais.
Pelo Porto sem sentido.
Pela cascata de mãos dadas,
No eco das Arrábidas!
Gritos felizes...
Berros no bruto pra escutar no ouvido.
Agora o Cronos,
Olha para o dia da ferida,
Para o depois da felicidade,
Para a parede fria... prá nostalgia
E vê-te a ti, garota,
Vê o teu bisturi,
Vê o corte de felicidade,
O desnorte
E os teus tais três pontos de Saudade!
Saudade, saudade, saudade de ti, garota!
Saudade dos amarelos que não usas mais.

e nada mais é
se não arte
uma bica
e um fim de tarde
em Marte

Inserida por ruialexoli

Há uma ano comecei a praticar corrida de rua.Nesse tempo parece que vivi mais de 365 dias, talvez 3 dias por dia, e quando eu corro o tempo é outro.A sensação é que não sou a mesma pessoa que corre. Parece que meu corpo tem vida própria e minha mente segue ele. Eu já nem sei mais o que é "eu". Se sou corpo, se sou mente ou se sou os dois. Só sei que sigo em frente na única certeza: sou respiração.

Inserida por vivilinares

⁠Cachorro não brota do asfalto. Se tem um animal na rua é porque alguém colocou ele lá, seja por abandono ou porque o tutor não castrou e deixa sair para dar uma "voltinha"

Inserida por Marcelanutri

⁠A rua da amargura fica em todo lugar onde não há espaço para boas recordações.

Inserida por CamilaSLourenco

⁠O homem na rua

Onde está a poesia?
Pergunto espantado
Ao homem parado
Ao meu lado, na rua.
Será que a morena amada
Me esperará de madrugada
Pergunto ansioso, em delírio; espúrio...
Ao homem que diz:
- Não sei, sinto
Em um breve murmúrio

Inserida por EduardoChiarini