Monstros
E eu pensando que já estava amadurecendo quando parei de procurar os monstros no armário, embaixo da cama, já dormia de luz apagada, mas a vida me mostrou que ainda não era o suficiente, pois continuo encontrando monstros, mas esses, são pessoas que os cultivam no lugar do coração.
A natureza é tão bela, maravilhosa, e nós monstros que dizemos ser humanos destruímos numa facilidade que nem percebemos a ponto de não notarmos na grande burrice que fazemos todos os dias. É, mas ainda há esperança… pelo menos espero.
Tristes vidas
As vezes somos monstros,
Como nossa própria criação.
Quartos escuros,
Mísera ilusão.
Será que sempre vai ser assim?
Ninguém vai acordar,
Ninguém vai viver?
Ninguém em fim?
Droga de gelo quente,
Mascara adormecida,
Palco sem espetáculo,
Gente sem vida.
Entalhados na incerteza,
Grosseiramente desmanchados,
Sem rumo,
E triste caminho forjado.
Hoje em dia tenho muito mais medo dos monstros. Pois aprendi, a duras penas, que eles não habitam meu armário e sim povoam minha mente.
Seres humanos são engraçados, eles temem mais coisas que nunca viram como monstros do que as coisas terríveis que eles criam dia apos dia para ferir uns aos outros.
A noite despertará monstros adormecidos
O implacável ruído das carpideiras velará sonhos
Acordará morcegos para o banquete de sangue.
O escuro azul do véu que cobrirá a urna
Esconderá as marcas da dor.
O dia ameaçará adentrar as janelas
Cálido em amarelos claros
Com a força que desbota as aquarelas
Fazendo sombras e refletindo nelas
O tormento do sino sem badalos.
Abrira-se morada do sepulcrário
Furdunçará desautorizado o silvestre
Da forma que fizeram os plantonistas de janela
Na vigência ilibada de vida tida como equestre,
Licença concedida pelos céus ao dito salafrário.
Não. Sem bajulações de arautos
Nem piedade de falastrões
Bastará que conste nos autos
Que pela vida abominou as falações.
A impunidade gera monstros, e isso vale para qualquer condição social, gênero, origem ou sexualidade.
Sofrer é a arte de criar monstros. Ser feliz é a arte de encara-los, entende-los e aceita-los com a certeza de que são todos de mentirinha.
Menina Solitária
Menina solitaria
Sozinha no nada
Repleta de monstros
Ou um simples encosto.
Menina solitária
Perdida no mundo
Repleta de iguais
Ou sem qualquer rumo.
Menina solitária
Esquecida em casa
Procura monstros.
Menina solitária
Em um mundo estranho
Apenas descobre, que foi um simples sonho
Vivemos preocupados com a estética. As vezes monstros por dentro mas por fora bonecas. Sempre procurando bens materiais, temos o que precisamos mais sempre queremos mais.Sempre pensando em nós mesmo, as vezes não enxergamos os sofrimentos alheios, querendo sempre esconder nossos defeitos, pois queremos ser DEUSES, mas somos seres imperfeito.
Não suporto, não aguento mais...
Visíveis monstros traiçoeiros,
Lobos em pele de cordeiros.
Astros da mediocridade ligeira, vorazes.
Olhos famintos, mãos geladas, mortas, desfalecidas,
Vidas envolvidas na glória do medo, do “eu” poder fantasioso.
Queixas sem doenças, malefícios encarnados na alma, no coração, nas feridas,
Não aguento mais... Apenas ver, se como tal mortal não posso ser,
Pai, quem sou? Por que sou?! Pois nada quis viver!
Um bicho do mato, perdido na trilha, secando feito folhas no cerrado
Cigarra velha num último cantar, medos insanos!
Rostos mascarados, peles cheirosas, roupas limpas, o mundo não para.
De dentro das veias escorrem cera, a cola da maldade, a febre do ódio, o encalço do mal.
Deveras a vida foste dada para ser vivida?! Tal qual uma criança que não sabe ler!
Meus braços já não podem levantar, não quero mais chorar, não aguento mais o ver!
Os olhares estão por toda a parte, as vozes soam feito gralhas no alto da montanha,
A surdez não me é suficiente, preciso também fechar os olhos, pois, não aguento mais...
Mais uma vida saturada pela fadiga da desigualdade psicológica, a moral é imoral,
A faca está cega, Pai! Quem há de ouvir os gritos do norte?!
Ouça! São os gritos da morte! Desta vez, ninguém teve sorte!
De sorte que não existe jogo da vida, ou se tem ou não se pode comer!
A vida é incapaz de viver?! Não! Já não aguento mais...
Até onde seguirei com meus farrapos sendo arrastados pelo altruísmo dedicado à miséria geral?
Pensamentos nefastos enraízam-se dentro do meu ser, o sono vem, cerram-se os olhos,
O dia chegou!
Todos estão deslumbrantemente impecáveis!
Os monstros da minha infância
ainda estão aqui, pior,
eles cresceram, ficarão mais fortes
estes me rasgam por dentro
me fazem perder o controle
me convencem de que o monstro
sou eu!