Monge
ESCONDERIJO
Quando se fita ao longe
Longe de ser monge
Olhar sem saber onde
Alguma luz responde
E sai de onde se esconde.
Essa exploração da fé cristã, é tão mesquinha e arcaica, que em 1517 o monge da Martinho Lutero já ariscava sua cabeça na guilhotina e seu corpo na fogueira da inquisição, do carrasco papa Leão 10, quando fixou na porta da igreja do Castelo de Wittenberg suas 95 Teses. Especificamente na tese de Nº (“37. Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de indulgência. 54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela. 92. Fora, pois, com todos esses profetas que dizem ao povo de Cristo: "Paz, paz!" sem que haja paz! 93. Que prosperem todos os profetas que dizem ao povo de Cristo: "Cruz! Cruz!")
O Monge Maria (Da Esfinge Tardia)
Olha lá de longe
Cavalgando o Monge
Contando as covas
Passando nos quadris dos vales e males
Seletando as sovas
O Monge Maria
Da Esfinge tardia
Perfurando o vento e furando o tempo
Vigie de longe
Que lá vem o Monge
Cavalgando o tempo
Cavalgando o vento
Quantas que foram mutiladas?
Será, será que foram autografadas?
O Monge Maria já ria, Maria
Na Esfinge tardia, de quando tu sumia
Trafegue no monte
No radar o Monge!
O que será esse bicho tão atemporal?
Cantando as piadas de quando era o tal
Oh Maria, olha lá de longe
Maria, pelos buracos do lisonjear
As tumbas que a Esfinge fez desmoronar
Posição de luta, defronte está
Como é frenético
Que se muda dialético?
Escolhe os patéticos
Vive a morte
Escolhe todo homem, de toda sorte
Não é galinha, mas é de corte
O Monge Maria da Esfinge Tardia
Cavalgando o tempo, escolhendo via
Alcançando eles, é para todos!
Não escolhendo letra, quer Maria ou Frodo
Cavalgando o tempo para o cara frouxo
Escolhendo a dedo com um olho coxo
Virando a roleta, não tem jeito moço!
Ele agarra pelos pés à todos
Desesperadamente quebra o pescoço
Não poupa Hagague, não há denodo!
O Monge Maria
Sobre os prados ria
Bondoso com uns
Maligno com todos
Mais leve para alguns
Atinge sábios e tolos
Não almeja ver Maria
E tampouco Frodo
Nas tacadas, quem será o morto?
Rodeando a nós, como estaremos soltos?
Se é relativo, por que não resistias?
Enfurece a todos a aos astrogodos
Perfura o presente, pegou os visigodos
Se chega aos descendentes, os irá decepar!
E esporadicamente iremos lembrar
Que o Monge Maria vai totalizar!
Sobre a Esfinge Tardia
Isto aqui ele já lia
O seu desígnio prevalece na humanidade
Cavalga no tempo, não escolhe idade
Alcança todos ausente de piedade
Amassa nosso pé com a realidade
O tempo voa e o vento nos leva
O Monge Maria é desde lá de Eva.
Um monge e um açougueiro brigam no interior de cada desejo.
P E P I T A
Quando me foges ao longe
Fico tão triste, desprezado,
Torno-me em vida de monge,
Nesta solidão do meu fado.
Foste sempre o meu outro lado,
O calor no frio dividido em dois,
No aconchego do nosso estrado,
Erguido no antes para o depois.
Fica-me no olfato o perfume,
Do teu cheiro de puro ciúme
Tão louco e canil que agita.
E queima como o forte odor
Dos teus sonoros flatos de amor,
Minha terrier cadelinha, Pepita.
(Carlos de Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 10-01-2023)
Eu só não viro pastor ou padre, frade, monge por quê eu vou ter que me submeter à um livro que nem vi que está certo.
Sou um desmedido paradoxo
em cântico!
Sou um monge descabelado...
Um arlequim tristonho...
Um amante não amado
Um Cristo sem paraíso...
E bandido
SIGO...
Pela vida desamparado
O único remédio que tenho
É o meu verso
E às vezes este mesmo verso
que canto
Me machuca tanto
Feito aço enferrujado
...Rebeca acendeu um cigarro. Ela se permitia fumar cinco Marlboros Lights por dia, considerando-os pequenos atos suicidas.
#FAROL
Todo mundo diz crer e adorar em um deus único...
Desde que ele lhe seja particular...
Será que somente a sua crença é a verdadeira?
A que vai lhe salvar?
A do seu irmão está errada?
Nem vale a pena respeitar?
Desde que o mundo é mundo...
Começaram a criar...
Várias divindades para adorar...
Respeito todo mundo quer...
Mas poucos querem respeitar...
Eu respeito você...
Você me respeita...
Sendo assim...
Tudo se ajeita...
Creia em Buda...
Maomé, Alá...
Shiva, Obatalá...
Jesus ou Jeová...
Todos os nomes glorificados...
São pérolas do cordão do Onipotente...
Amar ao próximo é o certo...
Nos faz mais gente...
Quem diz o que é certo?
O padre, pastor, monge, babalaô?
Sei apenas de uma coisa...
Que eu acho muito correto...
Tenho a minha convicção...
De ter a paz presente...
Em meu coração...
Ter fé é a certeza...
De sempre caminhar...
Sem precisar...
Dos outros machucar...
Sigo então meu destino...
De bem comigo...
Quando aqui cheguei...
Tudo já pronto me esperava...
Só quero um pouco mais de luz...
Para a minha alma...
Quem sabe assim então...
Sem me enaltecer...
Poderei ser...
Um farol na escuridão.
Hoje queria ouvir o mar Pensar longe, no horizonte do lar Sentir aquele vento que refresca a brisa Onda que deságua na areia lisa Uma atrás de outra no mesmo som Um movimento simétrico tom a tom Despertar um amor de longe Uma fé inabalável de monge Caminhar sem certo destino Um desapego da época de menino Morar numa casa na praia Pode ser Meirelles , Calhau ou Atalaia A vida em puro respiro A métrica por um suspiro A rima rica por ousadia Um poema contando cada dia!
Um aprendiz diz ao sábio: - Não consigo mais caminhar.
O sábio responde: - Ok ! não te preocupes caminharei por nós os dois, porém, tudo que eu conquistar por nos os dois durante o caminho será meu - por direito - o dinheiro, ouro, as riquezas infinitas e é claro, inclusivamente, sua futura, formosa e bela esposa - é justo não é ?
O aprendiz responde : - Mestre, és mesmo um grande motivador! ok! Vamos enfrente! que venham mais 20 km.