Miséria
Diante do gesto
Indiferença!
Diante do ato
indiferença!
Diante da miséria
Indiferença!
Diante da dor
Indiferença!
Diante do preconceito
Indiferença!
Diante da corrupção
Indiferença!
Diante de afirmações
Indiferenças!
Diante das duvidas
Indiferenças!
Diante da vida eminente
Indiferença!
Como poderíamos
Ser todos iguais a final,
Se o resultado é a distorção
Das palavras, dos gestos,
da própria cultura?
Como ser considerado racional
Se o primeiro gesto é o de abandono,
Boa ação, apenas como intenção não salva!
Usar exemplos de terceiros não garante
Seu lugar no céu primeiro.
Todos sabemos o que deve ser feito
Todos ficamos calados diante da necessidade,
Pois enquanto a gota não nos atinge
Não há motivos para consertar o que se quebrou.
De todos os brinquedos jogados fora
A vida certamente é mais precioso,
De todas as palavras abandonadas ao vento
As que fazem falta são as verdadeiras.
De todos os olhares perdidos
Mesmos os na escuridão, na solidão,
Os de indiferença são os que não tem salvação.
Mais uma morte
Ninguém viu!
Mais uma criança drogada
Nunca existiu!
Mais um desvio de verba
Ilusão, no Brasil!
Mais um bom livro
Se perdeu no vazio!
Mais um ser humano
Confundido com artigo raro
Numa pátria que nunca existiu!
Indiferença
Palavra forte, que define,
Um ser fraco e hostil!
Pessoas que fazem de sentimentos miséria, pessoas que querem, porem não querem, pessoas que estão bem, mas estão mal, pessoas do bem que querem só mau, pessoas cheias, mas no entanto por dentro estão vazias, pessoas santas cheias de malícia, pessoas que dizem entender sem se entender, pessoas que são o mal do mundo, ah essas pessoas!
Oração bonita é aquela que a gente faz pensando nos problemas do mundo. Fome, miséria, desigualdade, injustiça, roubalheira e hipocrisia. É aquela reza doída, mas cheia de esperança em um mundo melhor. Tem muita gente boa do nosso lado, mas a correria dos dias nos cega diante dela. Agradeço quem doa sangue, alimento, tempo, dinheiro, roupas, leite, abraços e sorrisos. Mas não vale querer virar estrelinha porque fez o bem ao nosso igual. O mundo não precisa de caridade, gente, mas sim de compaixão. Piedade. O que a sua mão direita faz, a esquerda não precisa saber, lembram disso? Mas um detalhe é essencial: a não ser que usaste a mão pra ferir, mesmo que indiretamente, outro alguém. Oração de verdade a gente faz em qualquer canto, com qualquer barulho, e com todo o amor. É desejar baixinho com que a vida da gente melhore junto com a do amigo ali do lado. É parar de se contorcer diante do que não temos, pra aprender a oferecer o nosso melhor. E o que temos de bom não é pouco não, é só acreditar. E fazer. Que a vida, diariamente, trate de nos oferecer forças pra transformar o mundo num lugar melhor. E nessa oração eu posso contar pra vocês: isso a vida já fez.
O mundo é uma grande tela de discórdia, discriminação, abandono, miséria e tortura; não fazemos parte deste quadro, mas, contribuímos para a pintura.
"O Canto dos Canhões"
Homens de lata
que devoram o sol,
que regam a miséria, a dor.
Olhos de pedra
corações de gelo.
O coral a contemplar
sua própria derrota,
a cavar sua própria cova.
Vinho dos ricos,
sangue dos pobres.
Verdades duras,
comforto velho e frio.
Escondes dentro desta caixa,
todos os teus medos,
todos os teus crimes,
para que eles, não te traiam um dia.
Os rostos vázios,
as medalhas a brilhar
com o sangue derramado nas guerras.
O triste desfeche,
as faces infantis
que jamais voltarão a sorrir.
A esperança de um céu azul,
e a música funebre a se espandir.
Os estomagos a devorarem
seus corpos, suas almas.
As sombras a esmagarem
a luz que nos acalma.
As migalhas feitas de papel
que controlam mais mentes
do que a nobreza de um homem fiel.
O canto dos canhões.
As guerras a alimentarem a burguesia,
os miseráveis que venderam
suas almas ao diabo sem saber.
A covardia dos homens cegos,
as árvores a chorarem
ao pé de seus corpos decepados,
o silêncio do próprio luto.
Que drama a de responder?
Onde houver a absurda coexistência da fortuna ladeada pela miséria, jamais existirá sequer indícios de democracia!
A maior miséria e maldição já criadas pela mão do homem e para sua própria destruição, chama-se dinheiro!
A grande miséria de um homem não consiste necessariamente na escassez de dinheiro em seu bolso, mas sim no excesso do mesmo em seu coração!
Maria beleza ruiva
Maria ruiva maluca
sem tempo ruim
sem miséria na birosca
tem moral na quebrada
furunfa umas peça irada
dança até a madrugada
e tizóra vacilão
Ripizona de carteira
brinco, colar, pulseira
e o de sempre pra tirar uma bobeira...