Metamorfose
A vida de fato me impressiona, dos momentos mais duros nascem pessoas pessoas mais fortes.
Nos últimos meses passei por momentos tão difíceis, que achei que nunca mais saberia o que é sorrir novamente, houve noites que pensei não mais iria acordar viva pois havia uma angústia em mim que me corroía por dentro de tal forma que achei ser impossível ver a luz do Sol novamente e só pensava em dormir e nunca mais acordar, a morte seria meu alívio. Estava em sofrimento profundo, grande amargura e infelicidade tomava de conta do meu ser, não estava feliz com a faculdade, com as amizades que possuía, achava que era incompreendida por todos e que ninguém me amava além dos meus pais é minhas belas irmãs, infeliz com um relacionamento medíocre e que me trazia intensa angústia. Sabia que devia dar um basta nisso só não sabia como fazer tal coisa e não sofrer, tinha medo de fracassar, tinha medo da dor.
A dor da perda muitas vezes pode ser irreparável, e cada vez parecia mais difícil lidar com esses pensamentos, pior de tudo pensava eu é perder alguém que está vivo, doía imaginar que teria que matar dentro do meu peito os mais belos sonhos, planos e expectativas que eu havia criado, perder alguém por motivo de morte é uma coisa, mais perder alguém que está vivo e do nosso lado ah é uma dor terrível. E dia após dia eu vivia infeliz, morrendo por dentro, sorria durante o dia e a noite eu chorava desesperadamente, oh! Como chorava. Precisei sair do lugar que estava para dar um ponto final no sofrimento e começar reescrever minha história📜, e decidir dar um ponto final na parte ruim, decidir recomeçar, me renovar, reiventar-me, reconstrui-me fui em busca de um reecontro comigo mesma, precisava mudar o rumo das coisas, uma jovem de 23 anos não podia vegetar, precisava viver. Viajei, conheci novas pessoas, novos lugares.. Viajei por lugares lindos e encantadores, sair do barulho do mundo, dei uma pausa e sentei para ouvir o meu mundo, quis saber o que meus pensamentos diziam afinal fazia tempo que eu não me escutava, era uma boa ouvinte para os outros mas, meu corpo gritava e eu mal o ouvia. Precisei parar tudo e me ouvir, desabafei comigo, e comecei uma construção em mim, comecei viajar pelas minhas memórias e relembrei quem eu era, minhas origens, meus objetivos primários, as rotas que estava seguindo, que rumo e proporção as coisas haviam tomado, pensei quão distante do meus ideais eu havia ido, perguntei por quais causas eu vivia, me fiz perguntas duras de responder, outras simples. Depois de horas conversando comigo, econtrei a raiz do problema e decidir arrancá-la. Fiz algo que a muito tempo não fazia, fui até o criador a quem carinhosamente chamo de pai e me rasguei diante dele, ah como chorei...lhe contei todas desilusões que havia sofrido nos últimos anos, meus fracassos, como me sentia um nada e chorei como uma criança sem mãe, decidir voltar a me relacionar de forma intensa como nunca mais havia feito, pude ouvi-lo, e então ele disse como me amava, que eu não devia sofrer tanto e que comigo estaria todos os dias, que eu sou linda e muito preciosa pra ele, que tem um amor inexplicável por mim que ninguém, ninguém me merece mais que ele, oh querida vc é a menina dos meus olhos! Exclamou ele, EU TE AMO não sofra tanto, confie em mim, eu te darei tudo que vc precisa pra viver até eu ir buscar-te apenas confie, quanto a suas dores, mágoas e medos deixa-as em minhas mãos eu irei cuidar disso, trocarei teu fardo por uma imensa paz. Oh! Quão leve fiquei depois de chorar nos braços do meu papai, e disse pra ele que uma nova mulher estava surgindo mais forte e resistente, e determinada a nunca mais permitir que nenhuma pessoa entrasse em minha vida para fazer bagunça, disse das desilusões amorosas e de outras que já tive e que agora eu queria que ele escolhesse quem de fato iria me fazer feliz, que daquele dia em diante chorar por alguém seria somente de emoção, nunca mais de decepção, pq eu estava escolhendo confiar tudo a ele absolutamente tudo. E aos poucos fui me reconstruindo novamente, li bons livros, fiz bons amigos, entrei em contato com a natureza e me apaixonei cada vez mais pelo meu grande pai. E tou aqui novamente bem, feliz e lutando contra o tal coração para não cometer a loucura de se apaixonar por qualquer sorriso bonito e rostinho bonitinho que aparece, confesso que não tem sido muito fácil, mas estou cuidando do jardim. No meu pior momento, quando achei está no fundo do poço renascir, quando achei que viveria pra sempre naquele terrível angústia eu vi meu jardim florir novamente, sei que a vida nunca será fácil que ainda irei me magoar bastante, perder coisas e pessoas, irei ser ferida e me decepcionar bastante, a vida poderá me dar muitas rasteiras oh sim, mais descobrir também que posso aguentar todas elas e levantar de novo, descobrir que a dor é inevitável mas que o sofrimentoé opcional, descobrir que não importa o que a vida e as pessoas farão comigo, mas o que eu farei de mim, como irei reagir diante das adversidades da vida? Descobrir que as paixões não precisam ser avassaladoras apenas normais, que o amor não precisa ser tão sofrido assim, descobrir que é preciso olhar o macro e não apenas o micro, que a vida é linda a despeito dos problemas, descobrir que é sempre tempo para reescrever minha história. Passei por uma grande metamorfose humana e um ser humano lindo tem surgido, tentando ser melhor, mais eficiente mais simples e mais sábia, descobrir que em Deus eu posso todas as coisas. Me reencontrei, me renovei, me reinventei e RECOMECEI
A coragem é uma bela borboleta que passou por várias metamorfoses e agora voa para lugares que você nunca imaginou chegar.
fatia de mutação
quando eu te entendo, você muda
e eu tenho que recomeçar
a gente é firme feito espuma
no ar
você metamorfoseou
mudou de cor, descosturou
ou, se calhar
quem mudou foi o meu olhar
Levei meu sobrinho para passear comigo, há tempos ele vinha me pedindo, animado, seriamos só nós dois. Crianças abaixo de cinco anos nunca foram meus favoritos, só venho lidando com crianças de vinte dois anos ou mais.
Só que pensei ser uma boa oportunidade, saímos e eu descobri uma inveja dessa energia juvenil, a gente perde tanto quando cresce. Tudo bem, não digo perder, sacrificamos muito para conseguir zelar por nossa sobrevivência. E nesse exato momento, eu almejava um pouco dessa vitalidade que a vida me tirou. Mal me lembro da sensação de ver o mundo pela primeira vez.
Voltei meus olhos para o meu sobrinho e ele pulava, sorria, caía e levantava sem muitas preocupações na vida. Tudo o que tinha era o presente e só isso bastava. Os frutos do futuro não lhe interessavam. Essas preocupações cabiam aos seus pais, este é único período da vida em que temos o direito de entregar nossos destinos nas mãos de outros, todavia, conheço adultos que ainda insistem em fazer isso. Tolos, não sabem que depender dos outros é um luxo que não podemos nos dar. Porque a vida maltrata com socos no estômago. Quando crescemos, o presente é invadido por possíveis futuros, a maioria deles irreais.
Somando todas as invejas que senti de meu pobre sobrinho, aquela foi uma das mais marcantes. Pensar na maneira como já tive o presente e perdi fez dessa a maior perda de uma vida. Agora mesmo, enquanto meu sobrinho brinca nos brinquedos do parquinho, eu checo meu celular pela quinta vez, procurando por pessoas que definitivamente não estavam ali. Preocupando-me com compromissos que ainda virão. Já não sei como recuperar o luxo do presente e só. A vida te pede para ficar.
Então voltamos para casa. Caminhamos por entre as pessoas, ele grudado no meu braço, e me puxando para que cessasse meus passos, como se toda a sua vida dependesse disso. Meu sobrinho queria voltar, pois algo lhe roubara sua atenção, algo no mundo era digno de seu afeto. Queria pegar uma tampinha de garrafa dourada no chão.
— é só uma tampinha de garrafa. — disse eu.
— eu nunca tinha visto uma dessa cor.
E foi aí que eu me dei conta que crescer é uma grande perda e me dói saber que meu sobrinho logo será um adulto como muitos outros, lamentando a perda de quem foi um dia.
Viver é uma arte, independente das regras, dogmas, costumes e vivências pregressas.
Somos por definição uma metamorfose constante, seja ela no campo político, cultural ,religioso, metafísico e até nas atribuições congênitas.
Seja lá em qual grau da adrenalina ou neutralidade que for.
Mudamos sempre ao longo da vida...
Apenas os ignorantes jamais mudam de opinião.
Em suma: A vida é um caminho sem volta, porém com desvios; e um rio que a gente mesmo enche com águas passadas
Nem toda lagarta se transforma em mariposa, mas toda mariposa um dia foi uma lagarta que, antes de aprender a voar, em silêncio pôs sua energia em movimento: eis a chave do sucesso e da transformação!
Quando pensei que nada mais restava-me, que estava condenada a rastejar, eis que miraculosamente, nasceram um par de asas em mim.
O enigma chamado vida.
A vida é um presente-enigma para se decifrar
Revela-se aos poucos, em si própria a sua luz
Tem toda uma misteriosa beleza a se ocultar
Nem os lúdicos traços de Van Gogh reproduz
Pontual precisão todas as cores o seu pintar
Metamorfose ambulante a beleza da vida
Quem me dera autorização de decifrar-te
Apenas me cabe senti-te, ousadia devida
Ouvir pelo vento sua pura poesia em arte
Ouví-la em cada pássaro, em cada momento
Impressionar alma do sonhador, que a saber:
a vida do escaldante amor que, sem lamento deseja ter o poder mais do que sonhar, viver.
As lagartas têm a mesma beleza e importância da borboleta/mariposa. Humanos adoram falar em "metamorfose da borboleta", mas isso não passa de um preconceito estético e um pensamento estupidamente ignorante.
DUALIDADE
Às vezes sou um verso inacabado
Em outras um poema inteiro
Sou silêncio
Também sou grito
Há dias que sou apenas uma nota
Em outros uma sinfonia
Posso ser cinza
Colorida
Nua
Ou vestida
Às vezes sou jardim
Ou só um botão
Acho que é melhor assim
Morreria se coubesse em um padrão.
É a segunda vez que tento
Sair voando do casulo
De novo não tenho assas
De novo não pude sentir o vento
Quero extrovertir meus versos
Cansei de ser larva
Sofro por minha reserva
Livro-me desses sentimentos imersos
MINTO, MINTO, MINTO!
Odeio as cores destas asas
E o vento é muito forte
Não gosto do que sinto
Quero desmetamorfar
Quero me casular de novo
Se sempre desaprovarei meu voo
Prefiro não mais tentar…
PAPOS
Numa conversa animada sobre a natureza
Cada qual queria ser um bicho
Alguns violentos
Outros bem dóceis
Eu?
Eu só queria ser uma nuvem
Me deixar levar pelo vento
Ora ser tempestade
Em outro chuva bem fina
Ter a forma que eu quiser.
Elis Barroso
Afinal, o que é este desconforto vazio e imaculado que parte do coração e chega ao estômago fazendo inverno ? Será que são as flechas envelhecidas do menino cupido, ou simplesmente a reminiscência de um outro alguém ?
Certamente todas as especulações são possíveis; quer dizer, menos àquelas que estão sob à luz do plenilúnio perturbando silenciosamente meu orgulho amargo.
Sim! Tenho a personalidade do avesso. Não negarei. Quiça sou um príncipe noturno cuja metamorfose a heteronomia social não ocorreu. Estou para a antiestética da estética trivial, assim como o príncipe "nocturne" para a nobreza do palácio.
Chuva caindo, aqui dentro também chora.
Lágrimas e chuva.
Eu chovendo aqui dentro
A chuva chorando lá fora.
Ambas transbordando excessos
Ela numa linda missão…
Eu, suportando o processo.
A arte da filosofia mexe com o ser, a arte de pensar vem da espécie, que busca organizar-se por dentro, e transformar-se por fora - verdadeira metamorfose.