Merecimento
Não tem sensação no mundo que descreva a rejeição.
É impotência misturada com carência a vontade de provar que tu é merecedor desse lugar. É gastar todas as energias e se ver na melancolia. É como estar numa noite fria, sem ter um cobertor, onde na vida não reconhecem o seu real valor e tu fica implorando por amor, pra que talvez um dia te vejam merecedor.
As pessoas podem não merecer sua ajuda, mas o genuíno interesse em ajudar essas pessoas é que vai te levar às alturas!
A vida é cheia de batalhas, são varias mesmo! não se preocupe se precisar de desistir ou perder algumas. Sempre vai aparecer outras e talvez o mérito da vitoria seja Maior.
Só agradecer... As coisas que eu ainda não consegui, talvez não tenha buscado tanto, ou não tivesse o talento suficiente pra acontecer, ou posso ainda não ter merecido mesmo. Tudo é aprendizado.
Costumam chamar de sorte o resultado das ações que passam desapercebidas aos olhos de quem prefere não reconhecer mérito nas competências alheias!
Em termos culturais, os antes invisibilizados estão tão visíveis que sua presença massiva (logo, e tome um absurdo ou uma redundância: opressora) já cria novos invisibilizados.
Burguesia e aristocracia: como explicar paraquem pratica sequestro e assalto à mão armada sobre a meritocracia?
Encontrar o divino dentro de si é o primeiro passo para alcançar o verdadeiro livramento. O livramento não acontece para aqueles que se fazem de vítimas, mas para aqueles que demonstram merecimento por meio da fé e da entrega.
Viver com Afantasia em uma Sociedade de Fantasias
Imaginar o mundo ao nosso redor é algo que a maioria das pessoas faz naturalmente, mas para mim, isso é uma impossibilidade. Vivo com afantasia, uma condição onde o ato de visualizar imagens mentais simplesmente não acontece. Enquanto outros conseguem projetar lembranças, cenários e sonhos com vivacidade, minha mente opera em um plano puramente conectado à realidade objetiva. Minha realidade é feita de informações (memórias semânticas), sem o colorido de imagens mentais. Isso já cria uma distância imensa entre como eu experiencio o mundo e como os outros parecem vivê-lo.
Além disso, existe outra camada de complexidade. Vivo também com autismo e outras neurodivergências, condições que moldam ainda mais minha percepção e interação com o mundo. E uma parte fundamental dessa vivência é o fato de que, objetivamente, só consigo experienciar o sentimento do agora. Não tenho uma herança sentimental que me ajude a filtrar o valor das coisas. Vivo de forma intensa e imediata, cada momento sem referências do passado, sem scripts mentais, não importa quantas experiências eu tenha tido. As decisões importantes que tomo são baseadas nesse único sentimento presente e na frieza do conhecimento semântico, porque não consigo conectar essas decisões a uma compreensão emocional do passado ou do futuro.
Essa ausência de uma herança emocional faz com que eu não entenda o valor das pessoas da forma como a sociedade espera. Sentimentos como gratidão me escapam, assim como os comportamentos sociais derivados disso. Eu não sei o que é "puxar saco", não faz sentido para mim, e nunca vou participar de padrões de comportamento que considero desprezíveis, apenas porque as pessoas rotuladas como "normais" dizem que isso é uma fórmula para o sucesso – sendo que é claramente parte da trajetória que levou a humanidade a construir um sistema podre.
Para mim, o que chamam de "sucesso" e "meritocracia" são lendas urbanas. A realidade é outra: é uma sociedade movida por aprovações sociais e fantasias, onde o que importa é a adequação a normas, expectativas e imagens mentais compartilhadas – algo que, na minha experiência, não faz sentido e nunca fará. Vivo desconectado desses padrões, porque, para mim, eles simplesmente não se aplicam.
Essa desconexão se torna ainda mais intensa em uma sociedade que insiste em vender a ilusão de que todos têm as mesmas oportunidades e opções. O positivismo, com sua insistência na superação individual, ignora as limitações reais que muitas pessoas, como eu, enfrentam diariamente. Para mim, que sou misantropo por questões cognitivas, o positivismo soa vazio. Ele ignora as limitações reais da vivência de grande parte da população, que sofre por ignorância e miséria, sem oportunidades reais – e de uma minoria de neurodivergentes que sequer compreende as regras sociais forjadas para manter a ilusão.
No final, o que resta é a busca por um espaço onde minha existência, sem fantasias e sem ilusões, seja reconhecida. Não me interessa seguir roteiros sociais que só reforçam comportamentos vazios. Vivo em um mundo que valoriza essas fantasias, mas para mim, o presente, com toda a sua objetividade e limitações, é tudo o que eu conheço. E nesse espaço, eu não encontro sentido nos padrões sociais que outros consideram normais.
Estar adaptado a uma sociedade que valoriza indivíduos com transtorno de conduta não é um bom sinal de saúde mental.
O Amor não precisa de Juras...
Basta que eu acredite
em todos os momentos.
O que eu fizer será naturalmente;
sem pesar o merecimento.
O mestre já nos deu o exemplo:
Ama-nos, incondicionalmente ...
até mesmo sem merecermos.
Quem toma o seu tempo na vida,
Não tenciona devolver...
Fique atenta, não de acolhida,
A quem o seu tempo não merecer...