Mercado
Cabe a cada artista brasileiro não só fazer arte em seu universo pessoal mas exercer sua cidadania cultural a partir de movimentos e politicas publicas e privadas de cultura. Pois em um momento que a nação segundo o IBGE, tem vinte e dois por cento da população com algum poder econômico constituída de aposentados com mais de sessenta anos e na sua maioria com baixo nível de escolaridade e de cultura, que são a base da remota economia familiar de grande parte da população nas grandes cidades. Por conta disto, agrava se um marasmo cruel por parte do estado cultural, gestado geralmente por não profissionais gabaritadas do setor e sim afilhados paraquedistas por indicações políticas que não conhecem, não sabem, não provem e não oferecem plataformas de oportunidades profissionais nem na educação, na arte e na cultura. Diante deste quadro caótico, o mercado de arte nacional vive um hiato, pois está bem mais para a compra de arte acadêmica e para as antiguidades do que para qualquer tipo de arte contemporânea. Este é infelizmente hoje um Brasil Cultural que eu não quero para mim.
A arte é a liberdade mas o retorno profissional do artista vivo perante sua obra na maioria das vezes só se dá com a concordância cega, calada e alienada a todo um sistema injusto e os imorais interesses de fartos ganhos financeiros.
Acredito que o verdadeiro marchand, antiquário e agenciador de obras de arte profissional tenha também uma função cidadã sócio-educativa perante o conhecimento mercadológico adquirido. O profissional que tem e legitima um pouco destes saberes do próprio mercado de arte e de cultura, que atua operante tem a obrigação ética e moral de difundir, nem que seja de forma branda o seleto e difícil conhecimento. Sendo a atmosfera da arte e cultura profissional tão hermética, sem qualquer formação acadêmica profissional apropriada de mercado e com uma ínfima e diminuta esfera de oportunidades para novos profissionais fora da experiencia diuturna de muitos anos do próprio ambiente, é injusto a monopolização gananciosa que só visa ganhos financeiros, dificultando naturalmente uma contra mão não aberta dos conhecimentos adquiridos para as próximas gerações. Ao mesmo tempo que também, toda industria criativa nos seguimentos das artes e das culturas se atrofiam e por muitas vezes extingue se pela falta e escassez de escolas e cursos profissionalizantes práticos não só didáticos com profissionais experientes do meio para perpetuação das antigas e atuais técnicas, das formas de fazer, e mesmo do possível e promissor aprimoramento que deveria ocorrer em laboratórios avançados de pesquisas do conhecimento e pratica combinado com as novas tecnologias. Mas infelizmente os cursos profissionais sobretudo acadêmicos universitários se julgam indevidamente superiores mas na realidade bem distantes dos oficios verdadeiramente profissionais que são operados na pratica nos mercados correspondentes. E pior ainda, quando, digo por mim, fui, buscar por meio de generosidade de conhecimento reverter a caótica e artificial situação, entre o estudo teórico acadêmico e a realidade pratica, como um profissional que sou atuante a algumas décadas no mercado. Por uma ignorante vaidade acadêmica fui repelido de forma grotesca, algumas vezes ofensiva e sem qualquer boa vontade receptora. Dito isto, creio que infelizmente seja a razão que os profissionais não comparecem de forma alguma aos meios acadêmicos. Enfim, pelo visto ainda teremos muitos anos de distanciamento entre o que a faculdade teoricamente ensina e o que e como o mercado profissional, pratica, e com isto toda a cultura nacional perde.E perde muito.
...é o que eu disse mais cedo, cada um tem uma experiência, boa ou ruim, e é assim mesmo que as coisas funcionam, a vida é uma montanha russa, vez outra você é jogado pra fora do carrinho.
O consumidor precisa fazer tudo que está a seu alcance para que a empresa se sinta no dever de cumprir com a confiança do consumidor.
Na dificuldade troque a palavra desistir por reinventar-se, às vezes o sucesso depende da forma como você se posiciona.
Conhecimento não é o fator determinante para o sucesso, o que determina o sucesso é o conhecimento aplicado.
Na contramão do mundo
Segue a marcha... na contramão do mundo
marchando contra o tempo
marchando contra o fluxo
na contramão da marcha
na contramão de tudo.
As pessoas seguem... marchando a marcha diária
de suas vidas medíocres
em filas enormes, neste cortejo infindo!
Porque todos marcham com tanta pressa?
Pra onde estão indo?
Seguem em direção ao vão profundo
marcham apressados essa marcha hipócrita
essa marcha ridícula
seguem por essa via ilógica
rumo ao labirinto do desconhecido.
Segue a marcha... Na contramão do mundo
marchando na contramão do tempo
na contramão do fluxo
marchando essa marcha diária
em uma vida medíocre, feito soldadinhos de chumbo.
Prevalência de sentimentos como apatia, agonia, covardia, angústia e ausência de autonomia impulsionou o mercado de ajuda na sociedade pós-moderna.
Os parâmetros de saúde e as fronteiras das fases da vida parecem oscilar de acordo com a necessidade de expandir as prateleiras de consumo, criando assim novos nichos de mercado.
Qualidade não deveria ser diferencial, e só não é de fato quando todos vendem qualidade. Não se pode nivelar o mercado por baixo.
O entrevistador e o entrevistado
Estamos com uma vaga em aberto.
Vamos ver se você preenche o perfil
O entrevistador diz:
_ Você mora perto?
O entrevistado responde:
_ Não.
O entrevistador diz:
_ Você tem cabeça?
O entrevistado responde:
_ Tenho.
O entrevistador diz:
_ Você tem carro?
O entrevistado responde:
_ Não.
O entrevistador diz:
_ Você tem disponibilidade para trabalhar feito um escravo?
O entrevistado responde:
_ Não.
Terminada a série de perguntas o entrevistador diz: infelizmente o seu perfil é incompatível com a vaga.
Queremos pessoas que não pensam. Queremos robôs, cabeças de gado e escravos.
O preço de algo não está ligado à estrutura desse algo mas ao seu valor, este é definido pelo seu significado.
Não esqueçamos que o Mainstream Editorial costuma dar ênfase a produtos livrescos, mas fazendo-os passar por Literatura.