Mercado
MERCADO DE AÇÕES
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Tive sonhos para dar e vender na zona franca das esperanças no mundo. No entanto, o mercado insano das maldades, dos julgamentos e as injustiças, que também cometo, faliu a minha razão social de continuar a crer no outro... e no próprio espelho.
A minha bolsa de valores humanos está falida. Minha fé na vida perdeu em todos os investimentos de previsões e apostas que fiz. Tudo que tive, agora está trancado em um cofre no banco dos réus, e a consciência entregou a chave ao leilão do destino.
Mas nem tudo está perdido. Aliás, nada está perdido. Se tudo acabou, também acabei meu pensamento e logo escreverei um melhor, pois este não está nada comercial.
SOBRE O MERCADO DE PENSAMENTOS E SEUS CONSUMIDORES
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Até entendo a preguiça de pensar, que tomou conta desta geração. A cada vez que se discute um tema social ou político – partidário ou não – com determinadas pessoas de faixa etária um pouco ou bem anterior, os discursos destas são sempre os mesmos. Memorizados, dentro de um padrão que acabou de virar moda, e com jargões previsíveis e massificados. As diferenças estão nos tons de voz, embora sempre alterados e com doses fortes de ironia, para convencer pela coação, pois discursos alheios não dão segurança para quem reproduz. Isto ficou evidente, por exemplo, na última campanha eleitoral, que disponibilizou falas para todos os gostos, absorvidos pela moçada e alguns marmanjos de meia idade como eu.
Os tempos estão muito corridos; a geração presente não quer mais ler, desenvolver os próprios raciocínios, enunciados e conclusões. Não quer e não sabe. Decora frases, textos prontos de rede social e os repete nas conversas, acrescentando apenas alguns desacatos e ofensas para quem não concorda com suas reproduções verbais. É bem fácil; não é? Difícil mesmo é pensar por conta própria; tirar conclusões pessoais de tudo o que vê e lê. Perceber as entrelinhas e apurar os fatos, notícias, entrevistas e discussões públicas, para decidir o que tem fundamento, realmente casa com sua opinião, e saber explicar por que sim.
O mercado de opiniões e discursos é realmente farto e se disponibiliza para todos os que desejem consumir. Catar nas mídias opiniões prontas, explicações mastigadas e discursos padronizados dá muito menos trabalho. Quanto ao mais, é só a pessoa ter o cuidado de não discutir democraticamente com quem pensa por si mesmo e se aprofunda criteriosa e lucidamente nos temas. Toda vez que bater o desespero de saber que a decoreba vai acabar, e assim sendo, será necessário lançar mão de argumentos originais inexistentes, é só usar o recurso derradeiro de gritar; gritar muito, para vencer ilusoriamente o debate por intimidação ou, muitas vezes, aquela gentil desistência humanitária do outro lado.
A inserção da mulher no mercado de trabalho aos poucos vem modificando as representações familiares de muitos casais:
Os homens estão exercendo funções de "donos de lares".
E as mulheres estão exercendo funções de "provedoras dos lares".
De um lado:
Um crescimento expressivo de mulheres tomando as rédeas do mercado de trabalho
Do outro lado:
Homens acomodados sem trabalho, vivendo às custas de mulheres.
Após a entrada das mulheres no mercado de trabalho.
Alguns homens se acomodaram e tiraram o pé do acelerador.
Novos ares no mercado de trabalho: homens atuando como "donos de lares" e mulheres como "provedoras dos lares".
Assim como no primeiro momento a entrada da mulher no mercado de trabalho causou um mal-estar no "provedor do lar".
A chegada do homem no trabalho do lar também causou mal-estar na "pastora do lar"
Em um mundo polarizado, a escolha de um lado é crucial para o sucesso no mercado?
Ser moderado não traz resultados significativos; por isso, não é bem visto?
Será que a dor física e mental está sendo supervalorizada pelo mercado de remédios no contexto pós-moderno?
Pais infantilizados incapazes de perceber filhos angustiados deixam brechas para o mercado publicitário explorar essa dor.
Para guiar nossas habilidades em direção a um propósito que vá além das meras exigências do mercado, é importante identificar aspectos essenciais, qualidades ou potencialidades de nossa identidade que possam ser aplicados de forma benéfica e significativa fora de nós mesmos.
Existe um grande mercado de substâncias ilícitas, e pra combater este comércio, mais se investe em segurança pública, mais armas, mais munições, mais soldados, mais VIOLÊNCIA. Polícia para defender os "cidadãos de bem" dos "marginais", ou seja, os pobres. O pobre, como se já não bastasse ser pobre, sem educação e saúde, enfrenta grandes dificuldades para seguir uma vida de trabalhador honesto. Mas honestidade não enche barriga, não paga contas, e sem um trabalho, torna-se tentador a oferta de dinheiro rápido oferecida pelo mercado de substâncias ilícitas. Cada dia mais, o tráfico recruta jovens. isto é normal. Todo mundo sabe. Quase ninguém se importa. Até que os jovens recrutados tornam-se, a cada dia, pessoas mais próximas. E o que dizem? Não tinha índole, se deixou levar pelo crime. ÍNDOLE, assim como HONESTIDADE, não enche barriga, não paga contas. Dinheiro sim, não importa a origem. Alimenta e paga contas. DESDE A PROIBIÇÃO DO COMÉRCIO DE DROGAS, A VIOLÊNCIA REINA, AS PESSOAS SE INTOXICAM, JOVENS MORREM, "INOCÊNTES QUE NÃO TEM NADA A VER COM ISSO SÃO VÍTIMAS DE MARGINAIS". A CADA DIA, MAIS VÍTIMAS TORNAM-SE MARGINAIS. E AS PESSOAS AINDA ACHAM QUE PROIBIR O COMÉRCIO E USO DE DROGAS É A COISA CERTA A FAZER E QUE UM DIA, UM DIA, AS DROGAS SERÃO ERRADICADAS DO MUNDO. ENQUANTO ISSO, NOSSOS AMIGOS SÃO ALICIADOS PELO CRIME E O SOLDADO SE ACHA ACIMA DA LEI.