Mensagens Filosóficas

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Onde Eu Tanto Quis Estar -

Eu sei,
agora é só questão de tempo
até que ela anuncie um novo
romance,
antes de outros que,
possivelmente, ainda
virão.

Sim,
provavelmente nem será,
de fato,
o seu grande amor ou o seu
último romance.

Mas eles serão, por um
tempo,
somente um do outro
(imagina-se).

Trocarão mensagens antes
de dormir e ao
acordar;
passearão de mãos dadas em
shoppings e praças e
festas;
assistirão filmes e
séries e ouvirão
músicas no modo aleatório ou
não,
boas ou não,
dividindo um pote de chocolate
e
fones de ouvido já gastos,
num sofá na sala a meia
luz, sob um cobertor
macio nos dias
mais frios.

Contudo,
haverá esforço e
cuidados de um mais do que
do outro e, ainda
assim:
beijos, abraços e carícias
serão deles para
eles.

E eu estarei aqui,
assim: distante, mais
distante ainda.

Só.

A observar e lembrar e pensar:
olha só que cara de
sorte - está exatamente
onde eu tanto quis
estar.

Inserida por SilvioFagno

Gente Grande é Mesmo Idiota -

Ontem,
enquanto brincávamos no
quarto,
meu filho e eu,
lembrei de certas
coisas corrosivas que, hora ou
outra,
ainda me alfinetam o peito,
me tiram a calma.

E então,
junto àquelas lembranças,
eu fiz aquele som com a
boca, que denuncia
alguma insatisfação, algum
lamento ou incômodo.

Meu filho,
que agora está com quatro
anos e meio,
ouvindo aquele estalo
me questionou:

"o que foi, pai?"
"Nada". Eu o respondi.
"E por que essa cara feia,
então?!" Ele outra vez.

Eu,
sem graça,
pensei:
gente grande é mesmo
muito idiota - desperdiça o pouco
tempo que lhe resta,
sofrendo por coisas e pessoas
estúpidas.

Inserida por SilvioFagno

O Cinza é a Minha Cor Preferida -

Eu esqueci,
durante alguns segundos,
esta tristeza profunda
que bagunça minha morada
interna.

Nestes poucos segundos de
desatenção, eu respirei livre,
sem dor, sem angústia.

Neste breve estar de leveza,
eu não fiz quase
nada.

Serviu apenas
para lembrar-me que, apesar
de muito difícil,
hora ou outra, sem muita explicação,
a vida nos traz traços de felicidade
em pequenas e raras porções de paz e tranquilidade.

Aproveite para aprender:
há uma saída, ainda que a gente morra
no final.

Sim,
meu universo já voltou
ao normal.

Inserida por SilvioFagno

O Último Não, Será o Meu -

Eu estava errado quando
na primeira oportunidade de
deixá-la eu não a deixei.
Havia chance... (?!)

E veio a segunda, a quinta,
a décima-quarta e eu
continuei errando.

Me transformei em uma
máquina de colecionar
derrotas e mais
derrotas.
Logo
eu era a própria derrota.
Fui ao inferno, vi o diabo de ser
humano de perto,
mais de perto ainda, algumas
outras vezes.
(Perdido, eu só era mais um
entre tantos).

Mas eu estava certo quando,
certa vez,
com lágrimas de sangue nos
olhos e um coração de
calos endurecidos,
me virei para ela e em claro
e grave som disse-lhe:

Não!

E o último não, será o
meu.

Inserida por SilvioFagno

Distância -

É sempre muito,
muito complicado quando
amamos alguém que
está longe.

Longe o suficiente para sentirmo-nos
inúteis, impotentes diante
da sinuosa e fria
distância.

É um troço meio esquisito:
é a coisa amada lá - longe -
e os sentimentos
explodindo cá - dentro.

Um aperto sem toque;
um sentir sem cheiro;
uma saudade sem
tamanho.

Fecho, abro os olhos
e tudo é deserto,
vazio, distante.
Tudo, menos o teu
nome.

Esse...
ah, esse é segredo!

Inserida por SilvioFagno

Não Há Escapatória -

Eu entendo:
não há escapatória.

Não posso estar muito
longe do cinza das
tempestades,
da névoa da melancolia,
do abismo da rejeição - da tristeza.
A maior parte da minha poesia
morreria.

Assim como não posso viver
totalmente
mergulhado nesse
caos,
nessa escuridão sombria,
sem um pouco de luz quente,
gestos leves, alegria
genuína.
Minha cabeça explodiria.
Morreria, então,
o poeta.

Eu sei parte dos motivos
e escolhas
e consequências.

E,
independentemente
da cor do dia,
do estado meteorológico,
mental, físico,
tudo que eu preciso é
escrever,
somente escrever.

Nada além de
escrever.

Inserida por SilvioFagno

Depois dos interesses,
há que se destacar três coisas
que costumam unir
e transformar
pessoas:

O amor, o tempo e as tragédias.

Inserida por SilvioFagno

Nu Com Minha Poesia -

Descobri, esses
dias,
que sou extremamente
exibicionista.

Gosto mesmo de mostrar-me
descaradamente.

Dispo-me sem vergonha e deixo-me
à mostra para quem quiser
ver.

Ora, ora, se vou esconder
sentimentos - Poesia.

Inserida por SilvioFagno

Tortura Sentimental -

Não acredito mais
na conquista sentimental
do outro
através de uma longa
insistência.

Não.

A grande maioria das pessoas
hoje,
faz disso um jogo, e desse
jogo
alimento para inflar seus
egos cebosos e
gordurosos.

Essas pessoas nunca dizem
um "não" categórico.

Elas costumam colocar certos
limites,
fazer certas restrições,
mas estão sempre deixando
cair migalhas de reciprocidade,
aproveitando-se do nobre sentimento
do outro,
para mantê-lo por perto (acorrentado, rastejando),
aprisionado a esse caos psicológico,
a essa condição humilhante
em que se perde paz, dignidade,
tempo - vida.

E tudo isso,
para alimentar desejos egocêntricos,
gostos superficiais,
vaidades fúteis,
através de uma maldosa, dolorosa
e traumatizante tortura
sentimental.

Não há,
certamente,
uma verdade absoluta
para isso,
mas:
ou tudo acontece
de maneira natural (claro, com todos os esforços e entraves naturais das relações interpessoais),
ou,
naturalmente, não
acontece.

(Não como deveria
acontecer).

Inserida por SilvioFagno

O Meu Eu Ideal -

O meu "eu ideal”
teria que ter a imaginação e os
sonhos de quando eu era
criança.
A saúde e disposição de
quando eu era
jovem.
A sabedoria e consciência
da fase adulta.

Coragem, espiritualidade,
sorte, esperança, família,
amigos e amor de
uma vida.

Inserida por SilvioFagno

Não é Mais Um Dia: É Menos Um -

Percamos tempo alimentando
orgulho e vaidade,
e colecionando perdas e
despedidas.

Inserida por SilvioFagno

O Outro -

Sim,
somos, também,
responsáveis pelo outro.

Mas acredito que,
a partir de certo ponto,
devemos tratar as pessoas
tal como elas se comportam diante
dos outros e de si mesmas.

Porém,
em se tratando das piores,
eu aconselho distância e
indiferença.

Inserida por SilvioFagno

Cheio e Vazio -

Acho que é isto que mata
a gente:

Esse "cheio e vazio
do peito",
em forma de expectativas
e decepções
que a vida costuma nos proporcionar diariamente.

Inserida por SilvioFagno

Correndo -

Às vezes,
eu fico olhando adolescentes
à toa, se divertindo como
jovens que são
e acho graça da maneira como fazem as coisas.

É tudo tão tosco e bobo e
besta,
e nada é tão sério e tudo
tão necessário.

E então,
me percebo rindo
e logo me sinto velho, triste
e bobo e besta,
e agora tudo é tão sério
e nada mais tão
necessário.

(Contaram-nos a história
errada?).

Inserida por SilvioFagno

Velhos Conhecidos -

Agora
já não temos mais respostas
dos sinais ocultos,
camuflados que,
antes,
acertavam a alma.
E temo.

Agora
somos, apenas,
velhos conhecidos que,
às vezes,
se cruzam por aí e,
um simples e automático "oi",
basta.
E fomos...

Muito mais.

Inserida por SilvioFagno

Raras Pessoas -

Algumas
(raras) pessoas,
têm o poder de nos tirar
do sério:
Sim,
a gente olha e, simplesmente,
ri - feliz.

Estranhamente,
feliz.

Inserida por SilvioFagno

Por que Amar? -

Por que os pássaros
voam?
Precisamos explicar por que
um pássaro
voa?

Não!

É preciso saber o porquê
dele não estar
voando.

Isso explica?

Inserida por SilvioFagno

Poema de Chuva -

Sempre haverá um tanto de
tristeza
e um bocado de
saudade
nestes dias de
chuva.

Dias em que os corações
mais puros e meninos
necessitarão de mais
aconchego,
mais pele, mais calor
humano,
do olhar, da presença.

O Tempo condiciona as coisas
e o amor as eternizam.

Inserida por SilvioFagno

Para o Depois, Porque o Agora Me Interessa Mais -

E se amanhã
eu não estiver mais
aqui:
continue me tratando
como me trata
hoje.

Inserida por SilvioFagno

O valor de uma pessoa
só é possível ser medido,
nos atos impulsionados
pela alma.

Inserida por SilvioFagno