Mensagem para Pessoa de 90 anos
Um Bukowski -
Todo bom poeta tem dentro de si um Bukowski.
Mas esse Bukowski é o "Pássaro Azul" do Bukowski, dentro do Bukowski.
Não há liberdade melhor do que estar preso nos braços de quem se ama.
Porque prisão mesmo é viver livre, longe da pessoa amada.
As festas e baladas estão cheias de pessoas vazias e solitárias.
Que só se dão conta disso no barulhento e perturbador silêncio do quarto.
Antes de sair, ela o deixou a mala, mas ele não foi embora.
Ao voltar, porque ela não o deixou amá-la, ele foi embora.
Jovens Tardes da Tua Rua -
Só tínhamos um ao outro e planos e sonhos...
E aquilo era a coisa mais linda do mundo.
SONETO NA PRIMEIRA PESSOA
O nosso eu, está em constante luta
Que eu em mim, agora vai portento?
Se sou quem sou, não sou momento
Pra ser quem sou, no eu tive conduta
Em nada fiz pro eu estar desatento
De fora ou de dentro, da vida recruta
Se não vago, eu, sempre na labuta
Pois, o tempo é eterno ensinamento
Quem é este em mim que o ser imputa
Pois, o diverso é mais que juntamento
É sentimento, num tal zelo sem disputa
Não hei sabê-lo se houver "divisamento"
Afinal, se há partilha há também permuta
E meu eu: é fé e amor num só complemento
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
10 de agosto, 2016
Cerrado goiano
O tempo sempre será absoluto
Nenhuma pessoa
Ele perdoa.
Todos ele mantenhe em sala de aula,
que muitas vezes se torna uma jaula,
devido a ferocidade das provas.
O que é uma pessoa ‘especial’, nos dias de hoje?
São as com “necessidades especiais”, que requerem cuidados que atendam às suas diferenças, seja visando a sobrevivência em seu cotidiano, ou relativas ao seu desenvolvimento físico e mental. Porém e acima de tudo, é essencial que recebam muito carinho, muito amor e, diante disso, uma família que abriga em seu seio tal pessoa, criança, adulto, idoso, forçosamente as pessoas que compõem essa família, tornam-se muito melhores do que seriam, se não tivessem esse ser ‘especial’.
É essa a maior recompensa que se pode ter: tornar-se melhor, ser também especial no sentido amplo.
Em primeiro lugar, o ‘tornar-se melhor’ significa buscar conhecimentos suficientes para compreender as causas, e os efeitos, daquela pessoa que nasceu ‘especial’, tanto a síndrome acidental quanto qualquer outro fator adquirido no decorrer da existência, consequência de idade ou circunstancial da vida no dia a dia.
Se assim não for entendido, essa família se aniquila, e fracassa.
A inclusão é uma ideia geralmente testada pelos escrutínios da mente, mas que só se concretiza quando alcança e faz sua morada o coração
Há Um Demônio Sempre a Espreita e Dominando a Cada Um Dos Seres Humanos,De Acordo Com o Pecado De Cada Um,a Única Certeza Que Se Pode Ter Que Verdadeiramente Uma Pessoa Está Livre,é Quando Ela Age Ao Oposto Do Mal,Tendo Amor,Justiça,Bondade,Misericórdia,e Conhecimento Dos Atributos De Deus,Fora Isso Ela Não Tem Domínio Próprio,Possui Liberdade Na Carne,Mas o Espirito Estará Eternamente Encarcerado.
O Peso -
O peso da idade é sentido nas costas, ombros, braços, pernas, ossos e articulações doloridas.
Na falta de força e resistência e vitalidade de outrora.
Os restos acumulados de esforços repetitivos, horas extras, noites maldormidas, estresse, e a fragilidade natural do corpo no passar dos anos denunciam: estamos ficando velhos (ainda que tenhamos um espírito jovem).
Mas o verdadeiro peso da idade sente-se mesmo é na consciência: na realidade de todas as decisões e escolhas feitas.
É possível ter uma boa ideia do ego de uma pessoa que dorme à sua frente e insiste em dizer que esteve acordada.
Já é Tarde? -
Já é tarde? Talvez não.
Apenas o que se vê; o que se tem; o que se é.
Sem atraso, nem pressa. Apenas, isto.
Estamos no passado e, talvez, num futuro, à procura do hoje - verdadeiramente um presente.
Por agora: até...
Fomente pensamentos e ações que te elevam como pessoa e te projete como ser de luz em constante evolução.
Insta: @elidajeronimo
O Calendário -
Em cima da mesa uma bandeja com ovos, uma cesta com algumas frutas, uma lata de óleo, remédios, pães e biscoitos.
Ainda na mesa à esquerda, uma garrafa de vinho tinto pela metade e uma de café cheia.
No centro facas e garfos e colheres dentro de um prato transparente, ao lado de um copo com água.
À direita um maço de cigarros, uma caixa de fósforos e um calendário na beira, meio que suspenso, quase para fora.
Nos rótulos informações nutricionais, composições químicas e advertências.
De tudo ali, o mais cruel, silencioso e implacável era o Calendário - que tudo conhecia, tudo abraçava, tudo devorava - tão certo e tão simples, no Tempo de ser: passado, presente e futuro.
Princípio, meio e fim.
Sendo apenas uma folha qualquer, numa mesa qualquer, numa tarde qualquer, de um dia qualquer, no cruel e silencioso e implacável Tempo de uma vida cronometrada (regressivamente).
Lucidez -
Eu vejo e sinto e pressinto, detalhadamente, a vida e seus sabores e dissabores.
Em cores e sons e sentidos.
Recordo e revivo, com intensidade e nitidez, tudo, ao extremo.
Sinto o Tempo presente no ranger dos ossos e suor da pele;
No medo do desconhecido;
Na poesia dos gestos simples e nobres do meu filho.
Ouço o som do agora no vento que me assanha os cabelos e, neste instante, ameniza o calor do sol, em um quase fim de tarde, de uma quarta-feira qualquer de novembro.
Tenho anseios presentes que deuses me antecipam em pensamentos complexos, desordenados que disparam sinais e alarmes de alerta constantes.
Por quê?
A vida me chega em realidade e sonhos lúcidos:
E é esse o grande desafio; o grande duelo.
Se não, o grande mal.
Reality Show -
A vida, de fato,
virou um Reality Show
(fútil,
superficial,
egocêntrico
e repetitivo).
Onde ninguém quer ser plateia.