Mensagem Escrita
Poetismo
Fria, cálida, soturna e pálida, letras que destravam, palavras que afagam. A poesia fere, sara, mata e outrora, clara.
As cousas muito mais que vivas, ainda se descrevem, no entardecer da fala. Doce, surrado, elas vem como beijos, e neles se desfazem.
Na poesia, não necessita o verbo, o gesto, nada, só nos resta a poesia que reside em nós, e da gente, o poeta fala, esbraveja, cala, mas nunca, nunca se acaba.
O talento da pena só se faz revelar por quem vive com intensidade e profundidade todos os sentimentos. Não se cria um poeta apenas à base de rosas, mas principalmente pelo tocar dos espinhos.
Meus textos não se limitam aos estados do tempo, nem a consciência que irá recebê-los. Não escrevo para causar dor, dúvida, tristeza, falsa declaração, ou, até mesmo entendimento, apenas escrevo por escrever e isso basta-me. Talvez esse seja o segredo, escrever pelo sentir, e entender que nem todos os textos precisam de dedicatória.
Minha mente se perde com tantas histórias, algumas são da infância outras são de agora.
Rimo sem pensar em rimar,e quando eu paro pra pensar eu já criei meu próprio mundo ,onde os sentimentos mais ocultos estão nas profundezas desse mar.
Amante da filosofia e de grandes conexões mentais, porém, às vezes me perco em tantos sonhos e idéias que eu nem percebo a onde eu quero chegar.
VERSOS E AMARGURA
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Se de mim retirassem os enganos
Em mim apenas acertos restariam
Seria um poeta de versos levianos
Que como bolas de sabão se esvaziam
Prefiro ser alguém cujas conjecturas
Correm o risco de trazer amarguras
Do que ser um ser vivo sem opinião
Prefiro que me calem com mordaças
Do que ao me ouvirem achem graça
Por repetir os gracejos da multidão.
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Prefiro ser chamado de subversivo
Do que receber afagos dos opressores
Porque tais afagos só são oferecidos
Aos fracos em troca de favores
Com os quais traem a sua dignidade
E ganham uma falsa felicidade
Como troféu para a covardia
Prefiro ter a honra da clausura
Nos frios porões da ditadura
Do que a desonra na democracia.
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Se de mim retirarem os versos
Ainda me restarão os pensamentos
Que voarão na amplitude do Universo
Montados nas costas do vento
E baterão à porta de Deus
Que atendendo ao apelo meu
Mandará uma forte tempestade
Formada por poesias agudas
Que caindo regarão as mudas
Que aflorarão como liberdade.
Se você gosta de escrever, tudo o que o mundo exterior pode oferecer – aplausos, dinheiro, prêmios –, é indiferente. Nada disso te faz escrever melhor. E é só isso o que importa.
Nota: Trecho de entrevista publicada no site do jornal “O Globo”.
...Mais"Veja como sãos os caprichos do destino, mesmo o fragmento de um olhar fugidio é capaz de materializar a mais pura expressão da poesia, senão escrita, mas naquele instante, sentida, como a ode perfeita do momento do seu encantamento pelo flecha do amor."
Não dou ao destino o crédito
sobre os caminhos que segui
e as coisas que alcancei
Mas foi o acaso que me guiou
à sorte de esbarrar na tua boca.
Dissolvida em tua água fui potável
Sem você, meu equilíbrio, coitados!
Me bebem agora amargo e indigesto
Eu gostava mais de me sentir na tua pele
De me derreter no teu suor
Eu só sabia quem era eu
Me confundindo um pouco com você
Agora imagina isso
Do rio inteiro que eu sou
Você prefere ver só a margem
Naveguei outros oceanos
Naufraguei incontáveis vezes
Nadei, nadei
E morri na tua praia.
Sou um escritor preguiçoso. Minha ideia de paraíso é não escrever. Por outro lado, sou claramente compulsivo em relação à escrita.
Lendo poesia, aprendemos a escrever.
Lendo crônica, temos companhia para sentir.
Lendo ficção, aprendemos a pensar.
SEM SENTIDO MAS QUE FAZ SENTIDO
Sem sentido, com sentido
Palavras jogadas ao vento contra o tempo, talvez possa se arrepender depois
Sem sentido, com sentido
Penso em você mesmo nem conhecendo direito, conexão bizarra que a gente tem né?
Sem sentido, com sentido
Porquê a noite é dada como escura? mas tem o famoso fenômeno Lua?
Sem sentido, com sentido
Vivendo em pequenos passos e grandes avanços, igual a minha maturidade
Sem sentido, com sentido
Pois é nem eu sei o que eu penso, a vida é uma verdadeira "faz sentido?", "ou é só coisa da minha cabeça?"
Estou cansado de tudo;
Cansado da agitação ao redor;
Cansado de tudo que você me prometeu mas não cumpriu, na verdade você simplesmente desapareceu assim;
Cansado de meus erros e sucesso, porque até meu sucesso continua se repetindo;
Estou cansado de tudo, e mesmo eu descansando estarei ainda mais cansado;
Estou cansado de tudo isso, cansado das minhas roupas, cansado do meu cabelo, cansado do meu corpo, e até cansado do meu cérebro, porque é tão grande e me faz preocupar com coisas tão pequenas que realmente não vale a pena me preocupar;
Cansado da vida mesmo estandovivendo a liberdade, me sinto preso à tantas cobranças sem necessidade.
Construa pontes e não muros,
na sua vida,
em seus relacionamentos.
Os muros protegem, e isolam.
Os muros alimentam nossa zona de conforto,
alimentam nossas fraquezas e medos,
não nos dando a chance de crescer e evoluir.
Pontes são ligações.
Interligam pessoas. Lugares.
Ligações são conexões.
Conexão é força.
Construa pontes e não muros.
Eu. A que gosta do frio. Do sossego. Sorri de volta à solidão. A que olha o céu escuro, mas que vê nitidamente as estrelas de dia. Essa! Que emite os seus raios dourados, mais ternos agora, de um quente suave, mas de brilho igual. Ai, eu... ai, de mim. Por ser como sou. Assim…
Abra-se!
... entre os afetos, linhas.
Entre momentos, descanso do íntimo.
De verdades, não ditas, vividas.
Em silêncio.
Primoroso e gentil.
Escreva, de mão ao avesso.
Eu escrevo porque eu gosto. Porque eu não posso deixar de fazer. É como se apaixonar, sabe?
Algumas vezes as palavras surgem quase que uma canção e você vai escrevendo, como se fosse um ritmo, uma energia, que conecta-se rapidamente para mão. Segue o passo na folha e não dá pra parar, pois uma palavra, uma frase é fugaz.
Eu não tenho rótulo para o que escrevo,
escrevo e pronto.
Pego a caneta e rabisco no papel
o que me vem, e como me vem.
Sei que penso demais e nesse exato momento
estou pensando que isso não te interessa.
Necessito que não me leia, mas me sinta.
Sou uma maldita escritora amadora,
que não me conformo em
deixar na cabeça tudo o que ela pensa.
Rabisco tudo, e tudo parece tolo demais
para outro ser humano me ler.
E também minha letra é um amontoado de rabiscos
Não sei o que pensaria se visse.
Não tenho a escrita preguiçosa, eu só acho que
minha cabeça é rápido demais para uma mão alcançar.
Sou uma escritora amadora
e por agora não quero mais falar.