Meninos de Rua
Aquando da tua Morte -
Diz-me porque não ouves?
A rua continua - e o barulho da gente
que vai e vem e volta sem sentido.
Só tu ficaste - num fundo
que não sabias.
Porque ficas assim? Já nem há lágrimas
nos teus olhos excessivamente abertos.
Devem correr nos rios em qualquer parte.
E a Primavera há-de voltar um dia
ao Coração das flores.
Porque ficam os teus dedos imóveis
e o teu corpo - como se acabasses para sempre?
Prendeu-se-te aos ombros uma noite tão funda.
- Teus frágeis ombros.
A minha Alma é parada e enlouquece.
É terrivel a hora - imenso
o espaço aberto em teu redor.
Que fazes a meio dum espaço tão imenso?
Teus lábios são longe das palavras.
Só a dor é presente e cega-me os sentidos.
A dor agarra-se-me ao corpo.
- E a tua noite - veio - cobre-me todo!
Haverá Rios ainda?!
Não sou mais nada que a tua noite - agora -
assim, parado, a meio tempo ...
Subito foi-se-me a Vida como um vidro partido!
E todos os gestos me são inuteis.
Haverá Mães em lugares aquecidos
que embalem docemente um Filho?!
Em mim não nasce nada!
Estou. - E olho-te como quem não vê!
- Sentes o longo gemido da Terra?
O que fica.
Depois de tudo se fechar!!!
Exibição Atópica
Vez por outra
Contempla
A rua
Ausências
Fazendo
Presença
Eternizando
O que vai
Sendo...
Saudade
Não se mata!
Um dia desse
Eu fui dançar lá em Pedreiras,
Na rua da Golada,
Eu gostei da brincadeira
Zé Cachangá era o tocador
Mas só tocava Pisa na fulô
Uma Direção
Quando estou na rua e lembro que em casa não tem mais ninguém me esperando, lágrimas escorrer lentamente, uma vazio enorme fica no peito, você procurar uma direção e não ver, ai você chora, grita, pois perceber que né os cachorros ficaram.
Hoje, a violência é tanta que depois de certas horas ninguém mais para pra ajudar alguém na rua. Ser egoísta é tão comum, que está se tornando quase uma condição necessária à sobrevivência. Em certos locais, é quase impossível sair de casa à noite e quem se atreve a sair é quase impossível fazer isso sem colocar a vida em risco. Indecorosa a violência vai minando a maior de todas as expressões humanas, a liberdade.
Todas as pessoas sábias são felizes.
Mesmo aquelas sem teto que moram na rua.
A felicidade é como átomos de cada constituição.
Sem carecer que algo,ou alguém a complete.
A psicanálise proporciona ao sujeito, andar pelo lado escuro da rua sem medo, passar na porta do cemitério a noite e não temer os mortos.
Vontade de sair para a rua é inconscientemente procurar encontrar-se no externo e vontade de ficar em casa é conscientemente ter se encontrado dentro de si.
"Eu não ligo para o que eles dizem, não tenho vergonha de andar de mãos dadas com você na rua... porque você pensa isso?"
Rodeio Iluminada
Os meus passos encontram
as margaridas amarelas
da minha rua beijada pelo Sol,
Minha Rua Fedele Berri
é parte desta Rodeio iluminada
do Médio Vale Itajaí,
Eu te espero todos os dias
em minhas orações aqui.
Não há nada que me distraia
de amor sublime amor
que me acompanha nesta
sublime Rodeio iluminada
de tantos poemas que escrevi,
Nenhum minuto nesta vida
saiba que não te esqueci.
Tu és a minha primavera
em todas as estações,
e todos os meus poemas
pertencem somente a ti,
pois do teu amor nunca
me perdi e por ele me rendi.
Eco de Saudade -
Sou pedra de silêncio sem sentido
um eco de saudade pela rua
a sombra de um passado, ressequido,
ausência, meu Amor, mas sempre tua.
Sou um longo xaile negro d'ilusão
aos ombros de um destino que é o meu
ó Deus o que será de um coração
que tanto se entregou e se perdeu?!
Duas vidas tão unidas, separadas
dois seres que se amaram, sem sentido
duas Almas incompletas, mal-amadas
dois amantes sem destino, proibidos.
Meus olhos já nem choram esta dor
meu canto já vacila nestes versos
já não sei o que fazer a tanto amor
perdido na carência dos desejos.
Talvez um dia oiças, quem me dera,
o Fado que hoje canto à despedida
de ti meu coração já nada espera
amor que tanto amei além da vida.
Bilhete
Há dias de sol que me levam à rua esquecido desta natureza "introspecta", resguardado, ocupado e taciturno.
Não importa quanto tempo passe, quantas fazes amistosas se sucedam, meu coração deseja apenas você.
Pulso em compasso de espera pela tua tu presença em minha vida, tal como no dia em que nos encontramos pela primeira vez.
Naquela tarde de domingo eu não fazia ideia do quão incrível você tornaria a minha vida e monótonos os meus dias.
Um homem cheio defeitos, longe de ser o ideal, mas obstinado por tê-la em meus braços novamente.
Minha mesquinhez me leva a desejar teu beijo e te amar com tamanho fervor que jamais deseje ir embora novamente.
Regresse uma vez mais, faz do meu pito tua morada e mergulha sem reservas em minha alma poética, que anseia sem demora pelos teus favores.
Casthoro´C
Acordei e fui para a rua,
Para ver a Lua sangrenta,
Para ver a Lua nua,
Nada mais me afugenta.
Estava namorando ela,
Em segundos sem eira nem beira.
Vermelha de vergonha se escondeu,
Atrás do Morro do Maciço da Costeira.
Viva São José,mas não o santo,a rua !
É o melhor cruzamento do bairro para serviço de Pai-de-Santo. Não há ponto igual de macumba, cheio de garrafa de cachaça, galinha preta, sapo e charuto.Fecha o corpo ou negócio e, traz até amor perdido.
Assim, é bom manter o corpo sadio se a mente fica confusa, sem saber se chega logo.
Sobraram no bairro, diante da especulação, intactos antigos chalés de bicho em cada sobrado com boteco nas esquinas do bairro.
É tempo de ler o "Capitão de Areia", de Jorge Amado, enquanto mais um castelo desaba.
Observância, na entrada pego na catraca livre a comanda,talvez, vou ou de prato do dia ao preço da idade de cristo, pelo visto bom, mas ausente no pedaço.Um simples pecador em certas circunstâncias pode ser mais querido a Deus do que noventa e nove justos.
Se passar a vida sem fazer mais do que o trivial, vai ficar prisioneiro do mesmo...mesma rua, mesma música, roupa, hábitos e costumes.
Mulher
Nua e crua
A outra face
A de ser lua
Ora de se recolher
Ora de ser rua
Entende-la, mistério
Descreve-la, incertezas
Nem se atreva questiona-la
Nem mesmo um dicionário
poderia explica-la
Tem sido vida fora do eixo
Embriagou-se em cada caminho
É de mergulhar de cabeça
Mas, quando desiste...
É daquelas que vira a mesa
Segurando a taça do vinho
Recomeçar é ir-se
morrendo pela vida afora
Oh lua desata o véu
Cuja a luz se revela
Numa noite escura!
De tanto ser sozinha...
Aprendeu ser de lua
Poema autoria #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 27/06/21 às 23:00 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
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