Memorias de um Sargento de Melicia
Contaminaram
os ares do meu
continente com
agente laranja
e as dolorosas
memórias defuntas
dos anos de chumbo:
Ao Império enviei
o meu repúdio
mais rotundo;
Sei da minha
origem ancestral
neste mundo,
Onde ainda há
homens que
adotam por amor
duas honradas
indígenas bandeiras.
A noite promete
ser larga e a fé
sobrenatural
no indomável
amanhecer é
chama que
ninguém apaga,
Houve uma guerra
suja na Bolívia
que resultou
num golpe que
levou ao exílio
o mais ilustre filho.
Do grande pátio
da América do Sul
sempre serei
a maior revoltada,
artífice da palavra
e mesmo com
lágrimas todos
os dias nos olhos,
cansaço nos ombros
e alma indignada
sendo Pátria e Morte
em todas as escalas,
e pedindo a libertação
da tropa e de um
General por religião;
Nos ombros está
presente a dor
da opressão
por cada wiphala
cortada, queimada
ofendida e pisoteada
pelos homens
que não valem nada
e muito menos
as fardas que vestem.
Da lembrança nada
apaga as memórias
nem tão românticas,
nas linhas atlânticas
tenho me distraído
porque sei que tudo
na vida pode mudar.
Com a esperança
convivo com o quê
insiste em caçar
as minhas utopias,
a fé e a leal crença
de que não se deve
perder a essência
de tudo o quê me
fez resistir até aqui.
Da temperança nada
e ninguém me tira,
do desejo de ter você
comigo além desta
Lua Cheia de abril
plantada como rosa
no jardim sidéreo:
do destino és mistério.
Longe de quem insiste
em furtar no mundo
a misericórdia, o sorriso
e a bondade da gente;
resolvi quebrar a corrente
com o quê faz respirar
para o coração continuar
como um refrão de amor
para você me encontrar.
Memórias...
De um raio
uma mulher negra
nos salvou
na linha do trem,
e nos colocou
no trilho da vida.
Aqmeçit
O Sol erguido sobre as ruínas,
a viração da roda do destino,
O mar das memórias ainda vivas,
as folhas sendo espalhadas
como quem lê um livro de poesias,
As mãos enlaçadas em Aqmeçit
e o meu não ao esquecimento.
MEMÓRIAS DE MORADAS
Quanta alegria da minha infância,
Benditas memórias que me acompanham.
As tristezas são apenas maldições,
Na criança que em mim carrego todo dia.
Crio minha sinfonia de vida,
Harmonizando risos e lembranças.
Se o fardo for pesado demais,
Encontro toques surpreendentes no caminho.
Em cada compasso, a infância ressoa,
Inocência e alegria me inspiram.
Transformo maldições em forças,
E desvendo segredos de minha jornada.
Assim, na partitura da vida,
Equilibro notas de alegria e superação.
Canto a sinfonia da felicidade,
Com memórias e criança em meu coração.
Perder-se no amor é o sacrifício necessário para que o perdão das memórias seja efetivo e permita o renascimento em novas crenças.
A idade suaviza as arestas do tempo e cicatriza feridas em memórias. Como os vinhos envelhecidos, não é sobre velhice, mas maturidade.
No rio da vida, a maioria das memórias são correntes passageiras; escolha ser uma lembrança eterna e memorável.
Memorável Eternidade. Nunca fomos meros passageiros nesta jornada. Almas e memórias são os únicos tesouros que desafiam o tempo. Assim como vinhos e perfumes, somos eternas velhas almas em busca de efêmeras novas passagens.
A música dá vida e eterniza as memórias, tornando os melhores momentos verdadeiramente inesquecíveis.
Pessoas presentes geram memórias marcantes. A presença é essencial, pois estar verdadeiramente presente nos permite captar profundamente os detalhes e emoções, tornando cada momento memorável. Essa conexão genuína com o agora transforma até os momentos mais simples em lembranças significativas.
O tempo não passa; somos nós quem passamos, carregando com a gente as memórias de riquezas ou prejuízos que ele nos emprestou.
Saia da ausência, porque em essência somos feitos de memórias, então, assegure-se de que as suas sejam cheias de alegria e significado.
Suas maiores realizações e façanhas não serão apenas seus feitos, mas também as memórias preciosas compartilhadas com os entes queridos.
Os lugares onde habitamos são como palácios mentais, cada cômodo repleto de significados e memórias entrelaçados.
Algumas pessoas são museus de memórias, guardando tesouros ou cicatrizes do passado, enquanto outras são livros em constante escrita, criando novas histórias a cada página virada
Não julgue as memórias antigas, pois o eu de ontem sempre será mais limitado do que o eu de hoje. Assim como o sol nascente dissipa as sombras da madrugada, o eu de hoje ilumina as limitações do eu de ontem, revelando o constante fluxo de transformação que somos destinados a vivenciar.
Você não mora nessas memórias, mas é você que dá vida e preenche cada canto deste lugar, como uma presença invisível e eterna.