Memória
O Araribá-Amarelo
quando floresce
é sempre um elogio
ao Céu e a Terra,
É uma memória
poética que muitas
vezes deixamos de fazer:
elogiar quem merece
é também na vida bendizer.
O menino virou
a serpente do Tanque,
Da memória deste
susto nunca mais
saiu da cabeça
nem por um instante,
Só sei que desta lenda
o quê ficou virou poema.
A memória de infância
estradeira ainda recorda
que em algumas paradas
o troco ou as lembrancinhas
eram pequenos cristais,
A memória de um pouco
mais de três décadas atrás
onde o país ingênuo decolava
rumo a um futuro brilhante,
Só sei que nada em mim
essa e outras memórias
consideradas distantes,
O importante é pensar
o quê todos nós podemos
fazer daqui para frente
porque tudo na vida
só depende mesmo é da gente.
Defender a memória é defender a Nação, e o Direito Autoral é um Direito Humano. Defender o Direito Autoral é defender a memória.
Quando às vezes
o nosso Hemisfério Sul
se veste de Ametrino,
Não há como correr
da memória de como
um dia cada um de nós
teve orgulho de ser
hospitaleiro e amigo,
Não importa o quê
aconteceu conosco
devemos resgatar
o melhor de nós
para que o essencial
por quem quer que
seja não seja destruído,
e jamais abandonar
a fé no Deus do destino.
A memória mesmo
a mais dolorosa
faz parte da nossa
identidade nacional,
Para que crimes
e erros do passado
não mais sejam repetidos,
Se eu pudesse sairia
em busca dos corpos
dos heróis caídos.
Com a fibra do coração
sou voz de poeta na imensidão
que clama a reconstrução
pela memória histórica
dos nossos heróis caídos.
Ah! Se eu pudesse
pediria profundamente
perdão público com
devido cerimonial por tudo
aquilo que não tem perdão;
E como sou pequena
apenas posso pedir perdão
dedicado neste poema.
Com a fibra do coração
sou voz de poeta na imensidão
que clama a reunião
de líderes religiosos
para sempre orarem
por nossos heróis caídos.
Não é pedir demais
que alguém da nossa Pátria
se lembre que é preciso
construir um memorial
para que a História
do Massacre dos Porongos
se torne por todos conhecida
e nunca mais seja esquecida.
O verde dos pampas
da memória recordam
que as suas cores
pareciam de Titanita,
O gaúcho sabe que tem
também origem indígena,
A sua cultura surgiu
ainda quando as suas
fronteiras ainda
não eram estabelecidas,
As influências de outros
povos na música e na dança
sempre são reconhecidas,
Nas veias do gaúcho ninguém
desfaz o tropeirismo,
e nada apaga o romantismo
que vibra no peito faça Sol
ou até mesmo a pior chuva,
Porque a coragem é o seu maior
traço e inquebrantável laço,
Não há como negar que
o gaúcho é pela América do Sul completamente apaixonado,
é filho de Sepé Tiaraju devotado.
Na cesta encantada
feita de Arumã onde
guardo a memória
de um tempo de glória
Busquei o meu colar
de escamas de Pirarucu
trançado com Tucum
para me enfeitar
e contigo fazer História,
Seremos um do outro
porque com a tinta
do destino o amor
está escrito e consagrado
com festa e a poesia inevitável
sob o desígnio do Universo
com romantismo imparável
que abriram caminhos
para o encontro o interminável.
Em noite de Lua Nívea
giramos a lembrança
da luta pela liberdade
e a memória da Lei Áurea.
Com os Parafusos de Sergipe,
uma História de amor
atemporal e sem limite,
e entre nós há encaixe.
Damos voltas para lá
e para cá foi o Padre Saraiva
que batizou o nome
por todos nós conhecido hoje.
Rotas de luta e anáguas atrevidas
nos trouxeram o justo e necessário,
te entrego o olhar poema
no pulo e giro sempre encantado.
De longe dá para perceber
que você é meu namorado,
que te pertenço e você
me pertence no ritmo apaixonado.
Pé-de-moleque
Nas ruas da memória
ainda ouço inexplicavelmente
as quituteiras gritando
o verso que batizou o nome
para o doce do Brasil de hoje,
Doce da ancestralidade
que lutou pela liberdade,
Quem ainda não experimentou
um Pé-de-moleque,
De qualquer jeito ele for feito
é uma delícia que a boca
adoça e o coração derrete,
Um doce também é poesia
sempre para quem se atreve.
Floresce ainda mais lindo
o Azevinho Pernambucano
apagado da memória,
Se acha isso pouco,
não compreendeste a História
que nos faz Nação
e a razão poética de chegar
até a última linha
deste poema e de tudo
aquilo que é essencial a vida
e me faz a cada dia Poetisa.
Memória poética
de uma infância
com os dois pés
descalços no barro,
Desejo inocente
por doçura socorrida
por uma Mariola,
Talvez alguém
não tenha provado,
Quem provou
provalmente não
tenha reclamado,
Mariola do passado,
de hoje e de sempre
eu honro o seu legado.
Engenhos
A memória brinda com
a lembrança dos engenhos
de Açúcar e de Farinha
que serviram com alegria
muitas mesas à custa
de infindáveis tristezas
que até hoje deixaram
as marcas na História,
Poesia sempre para falar
de glória e também
do que nos envergonha
mesmo não tendo
ancestralidade culpada
pela parte mais inglória
e trágica da História.
Fantasma da Figueira
A memória do fantasma
da Figueira navegantina
continua mais viva do que antes,
Quem sabe possa ser
o mesmo fantasma
que de Figueira em Figueira,
de cena em cena,
virou lenda brasileira
e também virou este poema.
Margarida Alves
A minha marcha é
a marcha da memória
por Margarida Alves
a inesquecível heroína,
A minha marcha é
a marcha da poesia
almenara, reunida
e inevitável com a sublime
Marcha das Margaridas
persistente por melhores
e mais justos dias.
Maria Beatriz do Nascimento
O seu sorriso ainda está
vivo na memória afetiva
da minha infância,
Não te esqueci
e os teus poemas eu li,
A sua rota de igualdade
e direito de restituição
para as tuas irmãs ainda
não foram concluídas,
Há muitas histórias
a serem esclarecidas.
Büyük Onlar
A janela da memória
se abre lá do alto
de Büyük Onlar
e recorda do seu olhar,
A História não vai
terminar como
alguns estão a pensar,
O enigma está mais vivo
do que antes e há poesia no ar.
Canköy
As casas da memória
em Canköy me visitam
e eu as visito,
Nem mesmo o destino
apagou da lembrança,
Ainda a esperança
mantém residência
com nome certo e conhecido.
İslâm-Terek
Véus e flâmulas
se encontram na memória
em İslâm-Terek,
No coração a História
não terminou,
Sobre a mesa do café
os livros antigos,
O quê importa é que chegamos
até aqui e estamos vivos.
Areias Coloridas
Memória de uma época
que se podia desenhar
com areias coloridas
dentro de uma garrafa
de vidro convida a lembrar
que tudo muda e o tempo passa.