Mato
Jeito de amar
Sois o vento no rosto, o cheiro do mato, o gosto mar.
Não quero o seu beijo, quero um abraço a me apertar.
Não canto porque não sei, se soubesse cantaria voce,
A mais suave melodia, a autrora da minha vida.
De tempos em tempos, me perco no caminho.
Ando em círculos, a procura da flor perdida
Não sinto o chão, sinto-me flutuando ao céu.
Do olhar em lágrimas, da face pálida porém viva,
Guardo as lembrança, do sonho de vida
...
Não me faças parar de amar, preciso de voce a me chamar...
Ainda tenho tempo, então, não me matas por inteiro,
Faça de mim sua música, a melodia perfeita.
Não deixe-me pela metade, siga-me pelas areias.
No fim, a busca da rima perfeita vai se encontrar,
Seja aqui ou no mundo de lá.
Vaqueiro
No pasto cerco meu gado
do couro fiz minhas vestes
em casa um vaqueiro amado
no mato um cabra da peste
nesse sertão desprezado
o orgulho é desembestado
de ser filho do Nordeste.
Enquanto você mia...
Eu arranho...
Enquanto você tem sete vidas...
Eu mato de amores...
Enquanto nascem suas unhas...
Minhas garras já afiaram...
Essa é a diferença...
Entre uma bichana (você) e uma felina (eu).
Eu não vou te matar Nora. Eu não mato pessoas que são importantes para mim. E você, está no topo da lista.
Desejo a vocês...
Fruto do mato, Cheiro de jardim, Namoro no portão
Domingo de rodeio, Segunda sem mau humor, chimarrão em todas as manhãs.
Sábado de baile campeiro, Ter um amor que seja flor de especial. Música do Luiz Marenco.
Arroz carreteiro na panela de ferro, Ouvir uma palavra amável, ver a lua cheia no campo. Ter fé no Patrão Divino. Rir como guri faceiro, Ouvir canto de passarinho.
Tomar banho de cachoeira, Pôr-do-Sol na roça
Uma festa campeira, Recordar um amor antigo, ter um ombro sempre amigo,
Ouvir a chuva no telhado, abrir a roda de chimarrão e matear por longas horas ao lado dos verdadeiros amigos. Desejo-te o simples, te desejo o belo.
[Inspirado no poema de Carlos Drummond de Andrade]
ARREDIA
Ela
fez-se
arredia
(qual
bicho
do mato)
e arranhou-me
como
um
gato.
Depois,
brejeira
e mansa,
entregou-se-me
de fato.
Um dia, todos descobrimos uma travessia que tem cheiro de mato, cor de vida e clima de tranquilidade, é irresistível estar tão perto e não atravessar, mas é ainda mais apaixonante ficar de frente para entrada, eternizando na memória a linda vista e imaginando o que há por vir.
Às vezes, essa imaginação é melhor do que a realidade e a vontade de a realizar é o que nos prende inertes, temos medo de nos decepcionar, de não ser igual aos nossos sonhos e assim perdemos a oportunidade de descobrir algo muito melhor do que já sonhamos encontrar.
Mas, nada é tão nosso quanto nossos sonhos, por isso são tão dominantes e nos inspiram a criação, inclusive de fazer o papel de quem tem a coragem de viver todas as emoções.
Folhagem seca
Mato sem vida, vento morno, terra cansada!
Sem tempo para florescer...
Onde o amor faleceu.
Encanto.
Menina tão linda,
De fino trato,
Olhos de gata,
Eu quase me mato.
Sorriso leve,
De fácil agrado,
Que encanta ao homem,
E o põe em pecado.
Desarmando a alma,
Distraindo o tempo,
Ao sonhar acordado,
No frio ao relento.
Seu amor, ou seu brinquedo,
Não importa apenas me aceite,
Braços abertos e olhos fechados,
Me ame, me arranhe, me beije.
Se assim quiser,sou teu,
Me abuse, me pegue,
Se eu não posso te levar,
Menina,...quero que você me leve.
Do que vale a inútil certeza de existir um amanhã,
se agrido e mato o vivo suspiro que se expressa no hoje!
"Senhor de escravos virou patrão,capitão do mato virou polícia,homem branco virou playboy,escravo virou cidadão de renda modesta;casa grande virou mansão;senzala virou favela;tronco e pelourinho se transformaram em sistema carcerário e navio negreiro se transformou em viaturas da polícia."
Lugar de gato não é na rua nem no mato.
Lugar de gato é num lar quentinho.
Repleto de cuidado, amor e carinho,
Então ? Adote logo um gatinho!
Sinto cheiro de gente de longe. Não sou fácil de me enganar: gente tem perfume de mato, gosto de flores, sabor de verde, frescor da manhã, aroma de chuva, beleza do mar...tem brilho da lua, simplicidade que transborda pelos poros, salta no olhar.
Gente não me confunde, me ganha !
SEMPRE!
As vezes eu penso em você
As vezes eu vivo
As vezes me mato
As vezes eu sofro...
As vezes eu brinco
As vezes eu riu
As vezes eu entristeço-me
As vezes choro...
As vezes eu lembro
As vezes me calo
As vezes esqueço
As vezes eu falo...
Mas só as vezes...
Falsidade no mundo é mato
Muitos só querem o dinheiro
Dos 10 amigos que eu tive, apenas um foi verdadeiro
Entorpece no sono flamejante
folhas secas viram carvão
mato queima, fumaça chiante
errei, mas peço perdão
Queixo trêmulo e soluçante
imploram por mera absolvição
nesta escravidão sou reinante
tenho em mente uma bifurcação
Dum amor fui resignante
como pássaro num alçapão
perdido, animal rastejante
me prendes negando decisão
Águia sábia de ataque farsante
tu és bela mas ages como camaleão
viajando pela flora verdejante
passeia enganando a paixão
Estreante dum caminho estrelante
não preciso de prova e certidão
és uma louca diva alucinante
brincando de colecionar coração
Sigo aqui quieto e zelante
apostando num cavalo azarão
sentimento cruel e tratante
que exala pura descompaixão.
(Resignante - Denis Santana - 2015)