Máscara

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De que tamanho é a força do amor que nos permite arrancar a máscara da superficialidade para abrir nosso coração aos outros?

Dê ao homem uma máscara e ele se tornará quem realmente é.

Oscar Wilde
Intentions, Heinemann and Balestier, 1891, p. 150

E quando a máscara cai, a surpresa, não havia nada por baixo, só vazio, tudo ilusório, um ser fictício habitava ali.

Eu sou essa mesmo: sem máscara, sem arma, sem retoque, sem nada. Tenho incontáveis defeitos, mas me ofereço inteira: com minhas partes estragadas e boas. Se quiser vem logo pra cá.

Quem é você?
Quem é só uma forma que deve ter um porquê. E o que eu sou é um homem de mascara.
Mas é claro que já, não questionei seus poderes de observação apenas enfatizei o paradoxo de perguntar a um mascarado quem ele é.
Mas nessa noite auspiciosa permita-me que em lugar de uma alcunha corriqueira eu sugira o carater dessa persona dramatica.
Vuala.
A sua vista um humilde veterando de Vudeville, trajado com vestes de vitima e vilão pelas viscitudes do destino.
Esse semblante não me verniz vaidade, é um vestigio de vox populi agora vazia e esvaidecida.
Porém essa valorosa visitação de uma vexação passada se encontra vivificada e fez um voto de vencer os vermes venais e virulentos que se valem do vicio e valorizam a violação violenta depravada e voraz da vontade.
O unico veredicto é a vingança uma vendeta tida como vontiva não por vaidade pois o valor e a veracidade de tal deve um dia vindicar o vigilante e o virtuoso.
Verdade como esta vivida verborragia ja se torna assaz verboso. Permita-me que eu acrescente que é uma grande honra para mim
conhece-la. A senhorita pode me chamar de V

Cada vez que ponho uma máscara para esconder minha realidade, fingindo ser o que não sou, fingindo não ser o que sou, faço-o para atrair o outro e logo decubro que só atraio a outros mascarados distanciando-se dos outros devido a um estorvo: a máscara.
Faço-o para evitar que os outros vejam minhas debilidades e logo descubro que, ao não verem minha humanidade, os outros não podem me querer pelo que sou, senão pela máscara.
Faço-o para preservar minhas amizades e logo descubro que, quando perco um amigo, por ter sido autêntico, realmente não era meu amigo, e, sim, da máscara.
Faço-o para evitar ofender alguém e ser diplomático e logo descubro que aquilo que mais ofende às pessoas, das quais quero ser mais íntimo, é a máscara.
Faço-o convencido de que é o melhor que posso fazer para ser amado e logo descubro o triste paradoxo: o que mais desejo obter com minhas máscaras é, precisamente, o que não consigo com elas.

Quando ela dança
Se livra da máscara mundana,
Deixa para trás seus sapatos, seus compromissos e suas preocupações
Desliza para dentro do veludo e da exaltação
E deixa sua pele envolvê-la gentilmente,
Como uma luva sobre sua alma.
Quando ela dança
Fecha o exterior,
Abre o interior,
Remove tudo aquilo que é estático
E a dança simplesmente vem.
Quando ela dança
Ela viaja,
Volta para os penhascos de Malta ou Creta,
Para os anéis das pedras druidas,
Ou para a caravana que encontra uma caldeira,
Onde o círculo das irmãs que dançam
E o braço dos largos quadris da Terra
Embalam-na carinhosamente de volta para casa.
Quando ela dança,
Alimenta-se dos valores, guardados por séculos
Nas tumbas lacradas das sacerdotisas e rainhas.
Pois a ira e a majestade sensual e vibrante dessas mulheres deve vir à tona dentro dela,
Ela não sabe. Só sabe que se sente assim quando dança.
Quando ela dança, as vezes o passado se une ao futuro,
E tudo que importa é o momento presente, que parece abranger todos os tempos.
Cada passo torna-se uma rede, na qual captura sua vida,
E a ilumina para que os outros possam ver,
Depois a deixa ir, como um sonho.
É verdade que, geralmente, quando ela dança,
Ela mostra cada parte de sua história
Mas outras vezes, quando ela dança,
Sua história desaparece.
Ela é qualquer pessoa que queira ser quando dança.
Quando ela dança,
E os dias passam sem celebração,
Forma-se uma crosta,
Cresce uma aresta e
Ela fica impaciente com os outros e consigo mesma.
Mas quando ela dança novamente, volta para o templo.
A pressão volta ao normal e ela sorri.
Se olhar bem de perto é difícil dizer
Se ela é jovem, velha ou de meia idade.
Ela não tem uma idade específica,
Mas é a eterna donzela,
No corpo de uma mãe,
Com a alma de uma mulher sábia
E ela permitirá que você a veja por dentro
Quando ela dança.

Quando cai a máscara

A máscara cai...
No instante seguinte não existe nada, fica apenas a desilusão.
A tristeza por termos mesmo acreditado que alguém podia ser diferente.
Mas não é. Ninguém é diferente.
Ou ninguém muda ,quem é mascarado sempre foi e será mascarado;
A dor começa, sem sentirmos,
sabemos que estamos a amar alguém, e damos tudo o
que temos e tudo o que não temos,
Estava tão bem quietinha, seria preciso vir alguém fingir?
Não há compromisso, nem quero disso para mim,
talvez fosse um "compromisso" de amizade...
mais uma razão para não ser preciso mentir nem enganar nem fingir...
melhor assim, corta-se o mal pela raiz...Tudo tem o seu lado bom.
contudo, há desilusões e desilusões mas aquelas que,
acabam por revelar a verdadeira essência de alguém,
que correspondem à tal queda da máscara...
o problema está nas pessoas, na falta de honestidade,
de sinceridade..., a não ser lamentar os tropeções
que damos na vida, aprender com eles e seguir em frente...

O autoconhecimento tira uma máscara que nem você mesmo sabia que existia. Seu escudo superficial é destruído, e quando você acha que está vulnerável sem ele, você descobre que a sua real força estava ali o tempo todo, escondida atrás de algo inventado pelo medo.

A vida é um grande Baile de Máscaras e cabe a nós desvendar o que tem atrás de cada máscara.

A astúcia do falso é tanta que normalmente ele se esconde atrás de uma máscara de bondade para poder mentir e enganar as pessoas de boa fé.

O sorriso falso é a máscara da alma tentando esconder o sofrimento...

A máscara dos traiçoeiros cai perante a verdade. Mas o rosto dos leais brilham como o sol da justiça!

A maldade usa muitas máscaras, mas nenhuma é tão perigosa quanto a máscara da virtude.

Apenas Vazio

Vida vazia, cheia de nada, encoberta por uma máscara que impede de cair todas as lágrimas que meu coração quer derramar...
Por que não sei... não consigo chorar... as lágrimas até parecem que secaram, elas não conhecem mais minha face...

Queria poder ao menos uma vez voltar a senti-las...
Para me sentir vivo, mais pareço hoje um bloco petrificado pelo gelo, preso em algum lugar dentro do vazio que existe hoje em mim...
"Tento me encontrar mas não sei onde estou"...

O que fazer pra isso acabar?
Não consigo me ver mais, meus pensamentos não são mais meus...
Tudo que tenho é um vazio em meio a nada; vazio, só vazio e nada mais....

O consumo é uma máscara que compramos, achando ter então comprado a felicidade.

Os maridos usam uma máscara perante a sociedade e uma expressão simulada ante a sua mulher.

A justiça é muitas vezes a máscara da irritação.

Rasga essa máscara ótima de seda
E atira-a à arca ancestral dos palimpsestos...
É noite, e, à noite, há escândalos e incestos
É natural que o instinto humano aceda!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Nota: Trecho de "A um mascarado"

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⁠"Se for para temer alguém, temar o demônio que finge ser bonzinho, e não aquele que apenas segue os seus próprios instintos... pois um é racional, já o outro não."

— M.D.V: Máscara da Verdade

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