Marginal

Cerca de 258 frases e pensamentos: Marginal

A igreja é
O ópio do povo
Com drogas diferentes,
Mas somos todos iguais afinal.

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Deus está morto
nas pequenas igrejas, grandes negócios)

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O que ludibria nossos olhos
E cega o coração
Estrela em comerciais
E em frases de caminhão.
Em cigarros importados
Perfumes falsificados
Na falta de um senso critico
Se torna nosso vicio...

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As mães só são felizes,
Quando de tudo não tem informação,
Os pais felizes só são,
Enquanto fingem não prestarem atenção.

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Ele, um jogador
Que apostou tudo no amor,
Acabou em um sallon
Ao som de John Coltrane.
Ela, cartomante,
Com pinta de farsante,
Pede outra dose
E brinda a má sorte.

Enquanto ele embaralha
As cartas no balcão,
Ela faz leituras
De mãos no saguão.
Os dois nem imaginam
O que o futuro lhes reserva:

O mago, o enforcado, a morte e o ermitão.

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O Galo

As sirenes gritam entre vielas e becos
Enlouquecidamente.
Já eu carrego sentimentos
Separados em gavetas.
Minhas lembranças pueris rimam com a poeira nos móveis.
Neste final de tarde
A velocidade da cidade
Não me faz vítima.
De longe ouve-se
O desespero de uma gata no cio.
De cá nenhuma resposta.
Sei que as seis acordarei
Com o galo da vizinha me lembrando
Que habito uma metrópole provinciana.

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Felizes de nós, esquecidos,
Pois sabemos tirar proveito
De nossos equívocos,
E nos alegremos por sabermos
Que a culpa e a moral
É o que temos de menos natural.

Para viver é preciso esquecer
E somente assim
O novo sempre poderá vir a ser.

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Politicamente incorreto,
Adormece minha alma,
Ditosa lira,
Desperta na madrugada,
Ressaqueada,
Do pudor que a poluíra.

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como para Drummond,
há uma pedra em meu caminho,
e uma quadrilha na qual
sempre acabo sozinho.
quero ir embora como Bandeira,
para uma terra na qual sou amigo do rei,
onde por poetas e filósofos é guardada a entrada,
e o amor das mais belas prostitutas provarei..

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Nem mesmo milhões de margens gráficas
comportariam minhas imagens pornográficas...

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Poesia feita de pó de histeria,
com pitadas de revolta e anarquia,
duas colheres de insatisfação coletiva,
untada com distorções e microfonia
dissolvidos em um megafone que berra
contra o inerte e apático padrão de vida pseudo estético
e esta pronta a receita de um Vandalismo Poético...

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Febre da alma,
tarde de cama,
um trago no café sem sabor -
inflamação na garganta.

Manoel Bandeira
me acompanha,
pelas horas entre cobertas,
no rádio noticias me atingem
de falcatruas descobertas.

presos políticos de outrora
são políticos presos de agora,
e nada mais me surpreende
nem a desilusão cada vez mais frequente.

dormente,
não vejo nada que mereça meus versos com urgência,
a não ser um maldito mosquito
Com quem travo uma luta por conveniência...

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Não da para ficar falando
das palmeiras de nossa terra,
quando o povo não tem acesso a ela,
para sobreviver ou se enterrar.

Não da para ficar falando
do canto do sabiá,
quando a saúde pública é saúva,
e aquilo que a pátria recebe
não é o que a pátria nos dá.

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É em noites como essa que pessoas se matam,
noites de insight's, noites de insonia,
noites que não se acabam.

Noites em trevas,
Em uma cidade que é um cú,
e nós, suas pregas.

Nós que nos esbarramos,
em grupos, como gados,
acorrentados ao cotidiano,
nós nos encurralamos.

Noites em que a vida, sem via,
segue seu plano,
enquanto nós ingenuamente acreditamos,
que somos nós que a planejamos.

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Memória

A memória que desnuda profunda
Mas sobressalta e flutua
Na boca do abismo do esquecimento.

Esquecimento

O esquecimento que sôfrego
Enlaça um combate
Que ao menos almeja um empate
Mas que falha e se cobre
Com o véu de maia do perdão.

Perdão

O perdão que martiriza a alma
Que internaliza a ferida
Ao tentar apagá-la
Mas que não cumpre sua promessa.

Promessa

A promessa criadora de elos,
Passível a traições tal como Eros,
Que busca manter o acordo
Mas não controla a revolta,
Do que dentro pulsa latente,

Memória.

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Estou por ai,
No pantarei da vida,
Na sociedade alternativa,
Viajando no transe intransitório
Da minha maionese artesanal.

O cotidiano é afronta
À minha potência intuitiva
Mas meu córtex trabalha
Ininterruptamente
À margem do real.

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Toda manhã faço I Ching,
não por brincadeira,
até porque o Tao Te Ching
é meu livro de cabeceira.

sempre que possível,
tento praticar o tantra,
e quando em desespero me sinto,
entoar um mantra.

O Bhagavad Gita escolhi
para canção de minha vida,
E a doutrina de Siddharta Gautama
faz minha alma instruída.

Para a paz no amor
e o oposto dela,
me guio em Sun Tzu
e sua arte da guerra.

toda energia negativa
que até a mim vem,
tento devolver
de uma maneira Zen.

aceito de bom grado
o que o Yin e Yang
vem me reservado
e para a fluidez desta vida
que efêmera vai,
tento imortalizar o momento
nos três versos de um Haikai.

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As borboletas vivem 24 horas,
as baratas sobrevivem a bomba atômica.
- beleza efêmera.

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Vim de dois partos,
O materno e o mundano.
Duas criações distintas,
Não sei qual a correta.

Por minha mãe
Seria eu padre,
Mas o mundo me quis poeta.

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P(ê)q(ê)
V(ê)c(ê)
T(ê)b(ê)
T(ê)c(ê)

e assim mesmo
conseguimos
nos entender...

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