Lira dos vinte anos
Sabe: Não me contento com um relacionamento que seja bom pra mim e para o outro; Quero que seja um aviso para a humanidade.
Pode parecer neurótico, mas comigo sempre existe um empecilho que tranforma um amor em: O grande amor.
Desculpem-me, mas hoje quero os encantos da poesia dura e ereta, quase fria, quase quente; a única que cabe em mim.
Deixo-me levar pelo vento, como as flores apodrecidas no chão. Vôo longe e amiúde beijo aqueles que têm a face descoberta.
Interessar-se pela beleza ou pelo prazer que o outro te proporcionará não é menos grave que interessar-se pelo dinheiro.
Nenhuma palavra já dita me interessa. Nem mesmo estas. O que estremece em mim é o que está nas entrelinhas, é a liberdade de entendimentos e não-entendimentos que o subentendido provoca. O explícito eu não enxergo, não vejo na claridade, meus olhos estão treinados para ver as coisas como elas não são. Então: Eu não as vejo; eu só as sinto como quem humildemente aceita a escuridão da vida.
(...) Eu não quero fingir absolutamente nada, já vocês querem aprender a fingir não amar quem amam. Vocês querem é o conforto da sala de estar e eu o caos do pensamento. Chega de vocês e essa dieta de vida programada. Chega de vocês e esse medo do fracasso. Eu quero fracassar. Quero mais eu e as minhas intuições. Adeus e até nunca mais. Sigam seus caminhos. Eu sigo só, protegendo-me de ser o que não sou. (Trecho de "Carta aos caretas")
DECLARA - AÇÕES
Já estou de saída
O mundo lá fora me espera.
E não tenho mais tempo a perder:
são homens, mulheres e outras massas
esperando o meu prazer.
Te quero, mas você não é a única.
E nem poderia ser.
Existe um universo de
possibilidades esperando
por mim e por você.
O amor só sobrevive
na incompreensão.
Quem compreende o amor
já deixou de amar faz um tempão.
E tem mais:
Eu preciso do novo.
Preciso de uma nova versão minha,
porque eu também me
canso tanto de mim.
Não quero economizar
nenhuma das minhas
personalidades.
Todas juntas são quase eu.
Todas separadas, quase nada.