Ler Poesia
A memória lê o dia
de trás para frente
acendo um poema em outro poema
como quem acende um cigarro no outro
que vestígio deixamos
do que não fizemos?
como os buracos funcionam?
somos cada vez mais jovens
nas fotografias
de trás para frente
a memória lê o dia
Tenho silêncios selados em segredos.
Áfonos silêncios embrulhados que se lê nos olhos meus.
Cúmplices silêncios compartilhados.
Le Village - Pedro Correa
No andar de cima, o delegado
Tinha seus desgostos, seus adversários
Quieto e solitário, residia em seu canto
A frente, a bela dona de casa
Com um olhar cheio de melancolia
Observava pela estreita janela
Quieta e solitária, residia em seu canto
Ao lado, o jovem de sonhos frustados
Sonhos cancelados, planos pelo chão
Quieto e solitário, residia em seu canto
Do outro lado, o velho senhor
Relembrava daqueles momentos únicos
Que pôde viver ao lado de sua falecida mulher
Quieto e solitário, residia em seu canto
Amargura, infelicidade e um ar de tristeza
Rondavam a pequena vila
Cada um com seus motivos
Sorrisos raros e lágrimas constantes
Personalidades diferentes e iguais ao mesmo tempo.
A ESPERA
Ouvem-se passos de alguém que nunca chega. Onde estará?
O vento começa a soprar ao leste, e encontra o oceano a oeste apenas depois de cruzar por montanhas e vales sem fim. É nesse longo caminho que o vento sopra por entre os cabelos da jovem, faz levantar o cachecol do idoso, leva para longe as folhas do outono.
O vento adquire experiência, aprende a conhecer os caminhos do mundo, viaja com os pássaros, vira brisa, tempestade e furacão. O vento torna-se verdadeiramente livre.
Ao fim, quando a longa jornada parece querer fazê-lo desistir, eis que o oceano aparece, imenso, majestoso e sem fim. Ar e água juntam-se em um só. Ondas começam a arrebentar na praia. Os passos silenciaram-se. Tudo agora é bonança.
A espera acabou.
Você
Me lê, mais não me compreende!
Você
Me toca, mais não me sente!
Você
Me ama, mais não demostra!
Você
Me quer?
Mais esquece que quem te quis foi sempre eu.
Você
É tudo!
Mais sem mim.
O nosso amor
Torna-se em nada!
"Todos temos que ser criadores
de sonhos ! quando criamos
bons sonhos estamos deixando
um legado para a humanidade
devemos ter bons sonhos é nos
colocar neles , devemos ser construtivos
e nunca destrutivos , os sonhos
tem mais força quando são bons !
porque estão nos planos de DEUS ,
quando nos ligamos na mente criativa...
de DEUS os nossos , sonhos são nobres!
DEUS nos expira a sonhar é ser um criador" .
Lê minha alma.
Sabe o quanto o amo...
Saber-te sabedor do meu amor
me acalma.
... E o amo ainda mais
O amo muito
O amo " Tudo"
Lê, pois minha poesia.
Alma minha feita escrita
A primeira vista pareceu certeza
era uma visão do paraíso,
mais do que eu preciso
embalado na leveza da alma
toda calma fez brotar uma paisagem de amor no coração
Ela não usou máscaras para ele
Ela foi ela pela primeira vez
Foi amor em entregas,
ternuras em levezas
e paixão sem rédeas.
Ele não viu.
Então ela pôs uma máscara de désdem e o deixou partir.
... E partiu seu próprio coração.
Mas com um belo sorriso no rosto.
Meu caderno está cansado, rabiscado de tantos desabafos meus sobre você
Tantas poemas que nunca lerei em voz alta
Coisas que da minha boca você nunca irá escutar
Não é que o amor não exista
Mas não sabemos amar
Nem remar
contra as ondas do mar
que nos cercam
Nossos braços estão cansados
Mas podemos contemplar esse céu estrelado, que por debaixo há tanto caos
Céus, como há.
Ela não me acompanhou na minha jornada.
Pra ela fui só um jornal,
que se lê e joga fora
Em meus sonhos de mentira
seria tão fácil me jogar
igual um avião de papel
pelos arranha-céus.
Todo corpo é uma casa
cada corpo é um frasco onde se lê: frágil
onde se lê: força
onde se lê: entre sem bater
Há entre nós silêncios confortáveis
e conversas transparentes
palavras feitas de dedo e vapor
palavras que só acordam com o calor
Kathlyn e o Vestido Violeta,
Vagando sonolenta,
Com suas botas de carmim.
Passeando em marcha lenta,
Envolvida em cetim.
esse amor menino
dorme, suspira
entre o meu peito
esse sujeito, de
palavra bruta e
toque leve
rapaz que se atreve
em falar de amor
com quem escreve
calma, que entre
falar e escrever
há quem sinta:
isso não é breve
Cáh Morandi
na noite o tempo vai
o dia vem
e você não saí da minha mente.
teu sorriso
é a melhor lembrança
e carrego a vontade intensa
de estar ao seu lado a vida inteira.
Vidão
Ramerrão na estrada
De chão cascalhado
Casas na beirada
Na beira do cerrado
Passa lento a lentidão
Devagar que dá canseira
O vento sopra mansidão
No cerrado de lombeira
Pasmaceira de vidão...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Longas são as horas
que passam sem
a tua presença,
- a tua essência ficou
nas minhas letras
Entrelaço versos
para que eu
não sinta
a tua ausência,
- para que eu
me faça
arquitetura
decomposta
Entregue e disposta,
- bem saborosa
nas tuas mãos,
Poema.
Castigo e incito
a tua atenção,
Sou o teu verbo vadio,
Que requer cuidado,
Que pede a tua mão,
Entrando devagar
no teu coração...
Nestas horas
que te fazes
esquivo,
- tenho o resquício
do teu corpo aqui
E destas linhas
que relembram
o meu gemido,
- gravo na tua
memória
o meu sorriso,
Foges com o teu
coração remexido,
- os meus poemas
vão junto contigo
Fazendo contigo
tudo o que
fizeste comigo.
Provoco de propósito,
E me vanglorio,
Não te farei remido,
Deixarei-te faminto,
E completamente enlouquecido...
Levaste contigo
os mais amorosos laços,
- és peixe na minha rede
E também pescador nato,
- voltarás depressa
para os meus beijos
E também para os meus abraços,
Já escuto os teus
passos apressados,
- para apoiares a tua
cabeça em meu regaço
Vens trazendo uma safra
de beijos enrodilhada
pelos teus carinhos destilados.
Caindo o temporal
sobre as araucárias
do nosso destino.
Centáureas pétalas
pairam na campina
lembrando estrelas.
Sentindo por dois
o quê há de incrível:
amar é indestrutível.
Viagem sidérea
interior em lunar rito
silente na haste peito.
Teus olhos lindos
feitos de Andrômeda
os quero comigo.
Como filha dos tambores
desta América do Sul,
não sei amar discretamente.
Forte, profundo e íntimo
o nosso amor tão precioso
quanto azeviche caro foi
crescendo até nos levar
pela mão sem com
que a gente percebesse,
e hoje celebramos a nossa união.
Crenças ou descrenças
são poemas que cada alma
os lê conforme a sua lente
e suas experiências
terrenas ou com o Divino,
Todos têm a sua hora
e o seu próprio caminho.