Introspecção
Busco o que é conhecido procurando encontrar algo totalmente novo, não porque sou louco, mas por ser diferente de você e do "eu" de ontem.
Brigam por liberdade,mas não suportam a convivência com seus pares!
Que ideal é esse, se liberdade implica vida social e o individuo busca solitude?
Muitas vezes pego-me a observar-me, como se fora um outro, um terceiro, até mesmo um fantasma assombrando a si próprio. É um sentimento estranho, outro dia, enquanto conversava com uma amiga sobre nossas experiências sexuais, eu não parava de me perguntar internamente o porquê de estar fazendo aquelas escolhas de palavras, não seria as palavras que eu falaria se eu fosse realmente eu. Não é estranho esses momentos em que percebemos que deixamos de ser.
Ali, de repente, fui tomado por um outro, a quem fui observando de longe, um outro que eu não conhecia, mas que ainda acho ser eu em algum espectro, alguma nuance. Um eu reprimido.
Outras vezes que percebo esse fenômeno é quando me apaixono por alguém, abandono-me fácil de mais. Meu espirito sóbrio foge do meu corpo, como em uma espécie de projeção astral. Mas meu corpo não fica oco, logo trata de si preencher e penso, falo e ajo de um jeito absurdo, clamando pela atenção de estranhos. Por isso não gosto muito de mim quando me apaixono e isso tem acontecido com certa frequência, digo que conheci um menino na segunda e na sexta não paro de pensar na nuca de um outro. É repugnante me assistir agindo dessa maneira, se apaixonando por puro tédio e se convencendo de que esses sentimentos são reais. E chega a ser patético me ver me humilhando assim.
Quem sabe esse não seja um problema a ser resolvido, tenho que aprender a conviver com essas versões espaçosas de mim.
"A reflexão é a pausa que fazemos no caminho da vida para olhar para dentro de nós mesmos e encontrar respostas que não encontramos em nenhum outro lugar."
(...) Não mensurar as palavras ditas, é como se a estupidez fosse sinônimo do afago... Mas quando tenta camuflar o caráter é o ápice que se engana...
Silêncio
Há sabedoria no silêncio das pedras, No murmúrio quieto do rio que passa. Não falam as árvores, e ainda assim conhecem os segredos da terra e do vento.
O silêncio do campo é cheio de respostas, Que as palavras não conseguem dizer. A brisa suave que toca a face, Diz mais do que qualquer voz humana.
Vejo a verdade na luz da manhã, No balançar das folhas ao sol. Tudo fala sem palavras, Tudo responde sem perguntar.
Há um entendimento profundo No simples ato de não falar. O silêncio é a resposta mais pura, Que a natureza nos oferece sem cessar.
Quando me calo, ouço o mundo, E nele encontro a paz que as palavras perdem. No silêncio há uma sabedoria tão profunda, Que transforma o vazio em plenitude.
Aquieto-me na sombra das árvores, E deixo que o silêncio me ensine. Pois há mais verdade na quietude, Do que na língua bífida da humanidade.
Às vezes, no ímpeto de acertar, a alma é um rio que se desvia do seu leito natural, cortando a terra com fúria silenciosa, mas sem perceber que ao querer tanto fazer bem, faz mal. Tentamos, com a pureza de uma estrela solitária, iluminar o caminho dos outros, mas a nossa luz cega, atravessa os olhares e não encontra compreensão.
É no fervor de agradar que nos perdemos, tal como uma flor que se abre demais e se desfaz ao vento. Nossas intenções, como barcos à deriva, colidem com rochedos invisíveis, fazendo-se em pedaços antes de alcançarem a margem desejada. Queremos dar o melhor de nós, mas, em nosso excesso, desajustamos a harmonia do mundo ao nosso redor.
Não lemos os sinais, não escutamos o sussurro das folhas, o chamado dos silêncios. Apressamo-nos, os olhos fixos no horizonte, sem ver o presente que se dissolve como um sonho matinal. Somos egoístas, não por escolha, mas por descuido, pela cegueira do coração que deseja ser amado.
Na ânsia de sermos compreendidos, esquecemo-nos de compreender, de ouvir os murmúrios que nos são destinados. E assim, com as mãos cheias de boas intenções, derrubamos as pontes que queríamos atravessar, ficando, ao final, ilhados na nossa própria solidão.
É isso, já faz um tempo, tempo demais que mal consigo lembrar
a última vez que sentei neste mesmo computador
e comecei a cuspir todo meu amor e também a dor.
A dor, no início, sempre foi algo fictício, porque meu hobby sempre foi amar.
Hoje a dor me consome, como uma chama intensa que não irá apagar.
A depressão bate à minha porta e não consigo afastar.
Sinto-me completamente inútil, circulando meu quarto sem parar,
procurando momentos felizes, algo para me agarrar.
Não quero me fazer de santo, não, eu tenho minha dívida, algo para pagar,
pois estive do outro lado da moeda e consegui falhar.
Isso me custou tão caro que me custou minha vida;
como penitência, só sobraram os resquícios de uma alma sofrida.
Me levei ao extremo por não me aceitar,
é como se desfizesse a amizade que tinha comigo mesmo,
e não conseguisse mais nos salvar.
Pergunto a mim mesmo quando foi que tudo isso começou,
quando foi que tudo mudou.
Eu realmente não sei dizer
o quão difícil foi tentar nos esquecer.
Sinto-me algemado aos meus próprios pecados,
estou tão cansado; as lágrimas que descem em meu rosto
não limpam a minha alma e têm o puro gosto do desgosto.
Mal nos vemos, mal nos falamos, dois idiotas que seguem calados.
Pergunto a mim mesmo onde está minha fé,
se fui ladeira abaixo e ainda estou de pé.
Cada ano que passa, fico mais velho.
Lembro-me quando escrevi meu poema "Espelho Vadio", este é meu eu externo.
Tão pouco se dá,
tão pouco se tem,
tão pouco se ama,
tão pouco refém.
O vazio incolor
que agora me inova
de um amor indolor
que minha alma desova.
Sempre que pego o carro, passo em frente à sua casa,
mas já se passaram muitos anos e vi que você queimou a largada.
Tudo bem, você é muito bonita e jovem, talvez nunca mais me enxergue;
o tempo se passou e não existe mais ninguém que me alegre.
Talvez eu esteja um dia mais perto da morte,
talvez amanhã será meu dia de sorte.
Talvez minha família não suporte
que eu achei o bilhete dourado e esse foi meu passaporte.
E eu me sinto triste por você nunca ver minhas páginas meio rabiscadas
e conseguir entender o quanto você foi amada.
Invicto no fracasso, invicto no sucesso,
como diz o Black, cansei desse retrocesso.
Entre o desespero e a esperança, eu vagueio perdido,
como um viajante sem mapa, no deserto do desconhecido.
A fé, uma chama vacilante, em meio à tormenta,
não sei se me guia ou se me atormenta.
O tempo escorre como areia entre os dedos,
cada grão um sonho desfeito, cada segundo um lamento.
Em meu coração, há um eco de promessas quebradas,
um lamento sombrio pelas oportunidades perdidas.
E enquanto a noite se estende, escura e sem fim,
eu me afundo nas sombras, perdido em mim.
O silêncio que agora me envolve é um reflexo do meu desamparo,
uma vida que se esvaí, sem futuro claro.
Não há redenção para este espírito quebrado,
não há consolo no crepúsculo de um sonho fracassado.
E assim eu permaneço, preso no eco de minha própria dor,
um ser perdido, afogado na tristeza, sem nenhum amor.
E assim permaneço, preso no eco de minha própria dor,
um ser perdido, afogado na tristeza, sem nenhum amor.
Mas talvez, nesse torpor, eu encontre algum alento,
ou será que apenas me deixarei levar,
neste confortável entorpecimento?
(...) Não se engane com a benevolencia da vida, ela é o ápice... desde quando você não tenha interesses em conhecer ou entender as pessoas que você as ama: FAMÍLHIA, AMIGOS E AMORES...
(...) Se é "triste a tristeza mendigar um sorriso" é desolador o que é notório se esconder da realidade...
(...) A empatia é o ápice dos sentimentos, quando torna-se ignorado faz-se necessário repensar nossas relações...
(...) no instante em que você sente na pele as lágrimas queimando com uma sensação de 100 °C é aí que você entra na órbita da crise existencial...
"A verdadeira riqueza está no simples ato de viver o agora, sem pressa de chegar, mas com a coragem de simplesmente ser."