Intransponível
Creio que o tempo é o confirmador de todas as coisas. Supremo, intransponível, eterno e força vetora de todas as coisas, ele fará todas as peças espalhadas pelo Espaço se juntarem novamente.
A saudade é uma impecável e indigesta sensação de vazio preenchido. Uma intransponível ponte dividindo dois mundos.
... Não seria a morte uma barreira invisível, intransponível, intangível e que nos leva ao limite de todo nosso ser?
ou seria a morte um obstáculo que para ser vencido precisa se conhecer e se perder nesse paradoxo inexorável...
eu venci a morte e ela me venceu, agora somos um... sincronizados pelo fim da batida incessante dentro do meu peito...
agora jaz o vazio e o fim de todas as coisas, de certo, ainda que sem vida...
Será este o fim?
Pena não me lembrar do começo...
Não perca tempo pensando e lamentando que o obstáculo surgido é duro e intransponível, encarando com força, garra e fé, o tempo passará e perceberás que o obstáculo ficou pra trás e não foi tão difícil assim.
Boldane A. Cordeiro
26/062017
Uma vez você disse que não amava. Me disse que seu coração era frio e intransponível, que ninguém morava dentro. Você me disse que todos que se aproximavam saiam machucados, sangrando, clamando por misericórdia.
Eu sabia o que você estava fazendo; tentando me assustar com sua frieza e frigidez, assim como fizera com todos os outros. Sua mãe e seu pai o repudiavam, te expulsaram de casa assim que completou 18 anos e foi obrigado a achar seu caminho totalmente sozinho. As pessoas ao seu redor se afastam, temerosas com o gelo mortal que sua alma emana. E você é como a neve, que cai sobre as lindas flores e as mata, as seca, as sufoca. E todo mundo, ainda assim, acha a neve uma dádiva. Quantas pessoas não sonham em vê-la?
Não dói em você? Não reflete em si mesmo a dor que causa?
Uma vez você me disse que não amava, que mal notava a existência de seu próprio coração. Me disse que cortes e feridas não lhe davam pesadelos a noite e que cada grito dado não era seu.
Eu não entendia, e ninguém mais.
Como todos os outros, me afastei de você. Não porque me machucava ou sufocava, mas porque, no final do dia, eu sempre preferi o verão.
Porque o amor da juventude e forte quase intransponível, só que não, amar seu parceiro (a) todos os dias e que faz a diferença.
Só que a intolerância está afastando cada vez mais os casais. E quando isto acontece sempre paga os justos pelos pecadores.
Um abismo intransponível separa um homem santo de um homem devasso, ímpio; dois destinos escolhidos e bem delineados: a luz e o regozijo eterno ou a sombra das trevas, ranger de dentes, gemidos aterrorizantes sem fim.
A escolha é tua, qual é o local, que queres passar a eternidade???
Se tiver alguma dúvida, desafio, barreira intransponível ou problema insuperável, saiba que a benção de ter sempre um novo dia para viver e acreditar, ter fé e força de vontade, paciência para aguardar, um sonho a sonhar e a vontade de realizar, com certeza chegará ao momento maravilhoso da conquista, da vitória e da alegria.
E a gente se protege...se protege...se embala numa armadura que acredita ser intransponível...mas aí...chega aquele dia, que alguém se aproxima de uma maneira tão doce, tão gentil, tão deliciosamente agradável, que acreditamos que enfim, não existe mais a necessidade da proteção...e nos despimos da armadura que usávamos para nos proteger...não uma nudez desatinada. Mas direcionada...e cheia de esperança...de alegria plena...mas como é difícil se desfazer de uma maneira de viver/se proteger que nos acompanha já uma vida inteira...e a gente fica sem jeito...e esta falta de jeito nos faz não fazer...não deixar acontecer...e querer voltar desesperadamente a vestir a armadura... a se proteger...mas não existe volta...ela não protege mais...não da maneira que já estávamos acostumadas...é que aprendemos a gostar do ser gostada...tomamos gosto por nos sentirmos amadas...e para ser sincera, a armadura nem nos serve mais! Nem nos proporciona nenhum conforto(será que algum dia realmente proporcionou?) !É que aprendemos a andar leves...a passar os dias com aquele olhar distante de adolescente mesmo...apaixonado...a caminhar pelas ruas sonhando, numa fluidez que chega a se assemelhar com um estado de levitação...no ar...tão bom...tão deliciosamente leve...solto...cheio de risos e sorrisos...daquela felicidade que só conseguimos sentir, quando nos sentimos leves...amadas...desejadas...
Mas a vida segue em frente...
E mais dia, menos dia, tudo se ajeita...
quem sabe a gente inventa uma nova maneira de se proteger...ou quem sabe a gente desiste de se proteger...quem sabe a gente finalmente aceita que é bom de verdade caminhar leve...solta...no ar...e se recusa terminantemente viver diferente...
É...Viver tem disso também...
Nos Teus Braços
Hoje,
senti aquela dor...
(uma saudade intransponível)
uma busca em teu nome;
colhendo um carinho em pensamento.
Deixa-me ficar
nos teus braços, Mãe!
me ausenta do mundo...
(Suzete Brainer do Livro: Trago folhas por dentro do silêncio que me acende)