Instantes
O meu desafio é te fazer voar,
ao deixar o chão das certezas
e inseguranças, se libertar
dos medos e receios
e deixar a tua alma vagar
pelo espaço, ainda que por alguns instantes.
– [...] Para que queres tu mais alguns instantes de vida? Para devorar e seres devorado depois? Não estás farto do espetáculo e da luta? Conheces de sobejo tudo o que eu te deparei menos torpe ou menos aflitivo: o alvor do dia, a melancolia da tarde, a quietação da noite, os aspectos da Terra, o sono, enfim, o maior benefício das minhas mãos. Que mais queres tu, sublime idiota?
– Viver somente, não te peço mais nada. Quem me pôs no coração este amor da vida, senão tu? e, se eu amo a vida, por que te hás de golpear a ti mesma, matando-me?
– Porque já não preciso de ti. Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem. O minuto que vem é forte, jucundo, supõe trazer em si a eternidade, e traz a morte, e perece como o outro, mas o tempo subsiste. Egoísmo, dizes tu? Sim, egoísmo, não tenho outra lei. Egoísmo, conservação. A onça mata o novilho porque o raciocínio da onça é que ela deve viver, e se o novilho é tenro tanto melhor: eis o estatuto universal. Sobe e olha.
O transcorrer do tempo perdeu a importância, a sucessão de instantes também, porque é tudo como se fosse um só instante.
Os pensamentos se manifestavam em sensações extraordinárias, que me transportaram aos extremos de minha consciência.
A distinção entre o mundo e eu de certa forma não existia, eu era como parte de tudo.
Não entendo muito bem o que aconteceu, já que essa não é uma questão de razão e sim de vivência.
Sentir o planeta se mover, sentir que a terra é antiga, pensar, dizer e simplesmente sentir que tudo isso é real.
Fiquei ali sentado na grama, tomado por esse mundo paralelo. Viajando num paraíso psíquico induzido pelo cogumelo.
A vida é tão corrida, o profissional fala tão mais alto, que quando bate os instantes a sós, a alma nos coloca contra a parede, e nos cobra atenção.
Nossos dias de introspecção (...).
O que é a eternidade
senão uma sucessão de instantes,
de momentos alinhavados pelo tempo,
feito um mosaico de casos e acasos...
(Livro “Arcos e Frestas”, trecho da página 37)
“Dizem que somos instantes, outros que somos centelhas. É só poeira e pó indo para lugar nenhum ou tentando apenas chegar no dia seguinte”.
Tiago Szymel
Fotografias sempre foram capturas de instantes, mas estão longe de ser a vida como ela é. Por trás da imagem paralisada está a vida em movimento.
Diversas tribos indígenas temiam a imagem capturada, pois achavam que sua alma ficaria presa naquele papel. Hoje, o "fake" surge da confusão entre o momento estático e o tempo que flui. Há quem segue o movimento e quem vive fixado no ilusionismo da captura. O que antes parecia ingenuidade nos índios se tornou realidade: para onde olho vejo almas presas em fotografias enquanto suas vidas passam. A imagem deixou de ser lembrança para o futuro e passou a ser a essência do momento.
Bobo mesmo foi quem te trocou por tão pouco, que soltou sua mão para viver de instantes, que não valorizou o melhor que você tinha para oferecer. Ah moça, não ficar se lamentando não. Quem perdeu foi ele, não você!
Vai, levanta essa cabeça e não deixa o medo afrontar. Você é tão incrível para ficar choramingando por quem não percebeu que os melhores momentos da vida poderiam ter sito ao teu lado.
Nos instantes finais de uma bela música,
deparei-me com um horrível estrondo;
o disco encontrava-se arranhado, em sua ultima parte.
Infelizmente o tempo que contemplei a música ficou perdido;
agora só restava-me aquele ultimo e horrível som
ainda perpetuando na minha mente.
Não adianta deparar-se com boas coisas no começo e ver que no final tudo se resume a ranhuras, problemas e ilusões.
A ilusão de achar que a música era perfeita tornou-me desiludido.
A fluidez da vida vem da verdade da alma, da prosa que alegra, dos instantes captados com o coração.
Do riso fácil, das notícias que encantam.
Enfim, tem gente que faz um bem danado para nosso coração.
Inspiro, transpiro e expiro.
Tua ausência faz-me perceber
Todos os instantes
Aquele o qual meu coração
bate por você
Arritmia cardíaca
Pulsação anormal
Todos os sentimentos
Movem-se em meu corpo
De forma animal
Transpiração que queima
Inspiração que acende
Partiu tão rapidamente
Quanto chegaste
Saudade bate no peito
Como alguém bate a porta
Expiração que acalma
Ao vê-la no leito
olhar incessante
Olhar transpirante
Olhar delator
Olhar do meu último amor!
Dor!.
Sonho genealógico
Era uma noite de verão, estava quente e eu dormia.
Alguns instantes após comecei a sonhar e o que sonhei agora relato.
No sonho eu estava em minha própria casa revirando compartimentos e gavetas em busca de documentos que me permitissem convergir para o meu passado.
Queria descobrir o nome de meus bisavôs e trisavôs, etc. Contudo todo meu esforço era vão. Subitamente minha mãe apareceu no sonho e explicou-me que os papéis aos quais eu anelava estavam na antiga casa de meus avôs, naquele sitio onde passávamos todos os anos-novos.
Despedi-me da minha mãe e corri com afinco e esperança para a casa mencionada; enfim eu desbravaria minhas origens. Naquela paisagem onírica a casa estava tão bela quanto era na realidade - claro que minha mente usara minhas antigas lembranças para arquitetar aquele sonho - e toda uma atmosfera nostálgica pairava por sobre as arvores, a casa e os animais. Quando atravessei os umbrais da casa deparei-me com uma montanha de papéis amarelecidos atirados sobre os cômodos e o chão enquanto outros estavam fixados ao teto, como se a casa já estivesse a minha espera.
De repente ajoelhei-me sobre aqueles documentos e no primeiro que pus as mãos li o nome e o sobrenome do meu bisavô materno. Meus olhos pareciam não acreditar no que estavam lendo, parecia um sonho dentro de outro sonho. Eu descobriria tudo, tudo o que sempre ansiara para descobrir.
Tomado de euforia e já rascunhando e esquematizando minha arvore genealógica senti com se meus sentidos estivessem me abandonando, suave e perversamente eu acordava chocando-me com a realidade, a triste realidade onde estou perdido em um emaranhado de dúvidas que se conectam a outras dúvidas numa teia infinitamente colossal.
O golpe de misericórdia veio quando recobrei a consciência e lembrei-me que eu jamais encontraria essas respostas na casa de meus avôs, porque ela não passava de cinzas. Em futuro algum eu decifraria meu passado.
Minhas raízes sempre desapareceriam um pouco além dos meus pais, como se minha família tivesse surgido a pouco mais de cem anos nesta terra anciã, consumidora de vidas, algoz de todos os séculos.
Somente os sonhos trazem o que a realidade se nega a revelar.
Bom dia... Hoje que tal olharmos, orarmos, e fazermos sorrir por alguns instantes, alguém que esta sozinha, deprimida e abandonada à própria sorte, muito se fala nas redes social de gatos e cachorros abandonados, mas e o irmão que te pede ajuda, e você simplesmente lhe da uma moeda para ele logo ir embora, mas que tal lhe perguntar se está bem ou falar com ele, pois orar e falar de Deus para pessoas que estão a nossa volta é fácil. Que tal fazer um propósito de aquecer o coração de alguém assim, sabemos que não é fácil, desconfiança e preconceito, mas Jesus não falava somente com pessoas de bem, Ele dava a sua mão para resgatar irmãos fragilizados, é muito fácil dizer que ama ao Senhor quando se esta na zona de conforto. Não precisa sair correndo procurando alguém, mas se caso alguém te procurar, não precisa ser um mendigo, mas alguém com problema sejam qual for, tente ser dócil, gentil, educado, ame como Jesus amou, seja o anjo nem que por instantes na vida de alguém. 15/05/2013