Inseto
"A leitura faz por mim, o mesmo que as asas fazem aos insetos; nos concede a capacidade de voar, ignorando nossa insignificância"
Sabe por quê insetos atacam lâmpadas acesas? Porque o brilho os incomoda. Lâmpada apagada não atrai inseto. Se você decidiu ser luz, se prepare porque vai ter muito inseto atacando a tua luz. Quanto mais você brilhar, maior será a quantidade de inseto que vai tentar apagar a tua luz. Não se intimide com os ataques, simplesmente brilhe, brilhe muito, brilhe cada vez mais!
Tudo, desde o mais despretensioso musgo ou inseto até os elefantes ou carvalhos imponentes, tinha seu papel e, juntos, formavam um todo. A humanidade era apenas uma pequena parte.
O ser humano é como um inseto que perturba uma parte do corpo do Universo. Com Sua mão, desfere um tapa e o esmaga. A única coisa que sobra é o sangue espalhado por todos os lados; isto é, a maior evidência de sua gritante fragilidade. Suprimindo-se, com isso, sua INSIGNIFICANTE existência.
12.04.2021 às 05h56
O que devo comer? Como é que cada animal, cada peixe, cada inseto - cada outra criatura na face da Terra - descobre isso tão facilmente, e nós ainda estamos aqui nos questionando?
BORBOLETA
Eu não farei poema à borboleta,
inseto que esvoaça sobre a rima
furtada da inequívoca obra-prima
jamais escrita por esta caneta.
Persigo a perseguida de veneta,
mas voa a rima alheia à minha estima
a qual “torce, aprimora, alteia, lima
a frase”, que se esconde numa greta.
E o muro, “paredão todo gretado”,
é sóbrio, é careta, e é quadrado,
mas guarda para si aquela greta.
Solitário empunhando esta caneta
por ser da borboleta rechaçado,
achei-me, em outra greta, contentado.
Imagine-se um inseto e olhe para o céu em uma visão panorâmica, veja sua insignificância e mantenha sua humildade.
Sapo
Quando o meteoro riscou o universo
O sapo e o inseto se olhavam fixamente
Foi de repente
A língua do batráquio engoliu capricórnio...
Mimi sorriu pra mim meio displicente
E num bocejo o mosquito invadiu seu coração
a emoção que eu tinha
Morreu com sua tosse
Não tomei posse
calei meu grito
no infinito catei constelação.
No coaxar do sapo tem a história do universo,
Na sua língua morre o inseto
E o meteoro que viaja na imensidão,
Reluz tal qual estrelas a satisfazer desejos...
O gafanhoto
Eu vi um gafanhoto.
Um inseto vulgar, pensei.
Apenas verde, somente verde.
Me demorei a fitá-lo.
E ele ali quietinho me observando.
Eu vi um gafanhoto.
Verde, verde como as folhas
que já estavam quase que totalmente,
devoradas por ele.
De um relance de olhar, não o teria visto:
Verde: proteção natural,
Verde: compleição formal.
Eu vi um gafanhoto.
E depois outro e outro,
perdi a conta de quantos o veneno matou.
Não faz mal, vieram outros.
Vou começar a contar de novo.
PESAR NATURAL
Assassino incerto,
Sem tiro certo.
Pagar pelos restos.
Imortal animal.
Inseto.
Minhoca e borboleta
Mosca e barata.
Lagartixa e, tatu bola.
Pisar esmagar.
Sem a consciência culpar.
Pesar dos pesares azar.
Pernilongo.
Tapa orelha.
Perder o sono.
Tudo fica em pune.
Vaga-lume.
Como um inseto
o instinto o leva a fazer
um trabalho bem feito
ele não consegue parar
coisas de inseto.
Cavando um imenso buraco
em seu próprio quintal
em apenas um momento
ele se ver tão fundo
mas ele não pensa em como sair
O inverno vai passar e ele não ganhou suas asas
O inferno chegou então ele vai queimar
não existe receio
o que são arrependimentos?
existem vozes em sua cabeça
elas querem que continue
coisas de inseto
Cavando um imenso buraco
em seu próprio quintal
em apenas um momento
ele se ver tão fundo
mas ele pensa em sair
O inverno vai passar e ele não ganhou suas asas
O inferno chegou então ele vai queimar
não existe descanso
sentindo-se observado
todos querem saber
até onde ele vai chegar
coisas de inseto
O inverno vai passar e ele não ganhou suas asas
O inferno chegou então ele vai queimar