Incomodar Alguém
Observo aquilo que me incomoda no outro, acolho a lição que traz pra minha evolução. E deixo com ele as emoções que pertencem à ele, não carregando negatividade desnecessária para minha vida.
“O ateu silencioso incomoda tanto o religioso tagarela quanto este derradeiro não, com seu fanatismo e fundamentalismo, o primeiro. O gérmen da hesitação emerge com eficácia mais de quem ouve, não de quem brada.”
DOMINGO
Inundação de pausa.
Incômoda calma
lembrando a mente insone
que ela tem alma.
Domingo,
em que o segundo se alarga
para suportar a segunda
que nos aguarda,
escancara, sarcasticamente,
que nosso tempo se vai,
ao pôr a vida
em modo stand by.
O que fazer para extirpar de dentro do meu peito este sentimento que é tão incômodo? Como livrar-me dos terrores que estão dentro de mim?
Eu sinto medo, horror, terror. Este sentimento me enche de ansiedade, angústia, e outros sentimentos inomináveis.
Meu maior medo é o medo de errar, de fazer algo errado. Logo depois vem o medo de envergonhar-me com minhas ações e atitudes. Medo do que às outras pessoas podem usar conta mim. Medo do que os outros pensam, falam sobre mim.
Não gosto de sair de casa pq não quero ser vista. Não quero ser vista pq não quero ser julgada. Não quero é existir pq sou fraca e não consigo evitar estes medos horríveis.
Dedilhando um simples violão
nas sua cordas que, ironicamente, libertam do caos
que incomoda o coração,
que angustia a alma,
tornando uma leveza
mais que necessária
semelhante aquela contida
numa dança liberta
conduzida pela a emoção
que traz uma temporária,
mas bastante satisfatória sensação.
Então um disse para o outro...
_ Volte mais vezes.
_Quem sabe a saudade de tão incomodada se muda daqui.
Os Incômodos da Beleza
Dia desses uma amiga me falou que na sua época de faculdade ouvia de suas colegas comentários ferozes que diziam que ela só tirava boas notas por que o professor dizia abertamente que ela era bonita e também outros apelos menos estéticos e mais digamos sensuais...
Me vi pensando em quanto a beleza é nossa imperatriz e o nome (imperatriz) já sugere coisas, impera a atriz; ou seja: o disfarce é a tônica, no caso a força vem de atributos exteriores, físicos, quase que palpáveis á mão, no caso aos olhos de quem te julga muito antes de te ver.
A beleza na sociedade atual é um componente que se iguala ao caráter, indistintamente pelo gênero, sejamos quem for.
Voltando ao episódio da maldade ou pelo menos do pré-julgamento alheio, aliás a maioria dos julgamentos é de fato ou antes, alheio, porque se antecede ao nosso próprio julgamento, as boas notas que minha amiga obtinha eram de fato, por sua capacidade e discernimento e não pela harmonia de suas linhas e cores e outros quesitos relacionados à estética da vez.
Tudo isto ou isso, para chegarmos á conclusão que a beleza na verdade acaba por nos tornar reféns de algo que é mais que cognitivo, a beleza é consequência biológica de nossos antepassados, ninguém se torna belo por ação de meios exteriores, as pessoas nascem e são belas, pura e simplesmente, sim? Ou não?
Alguns risos devem agora estar presentes no semblante de quem lê, claro, estamos em pleno século vinte e um e a indústria da vaidade é e será um grande e lucrativo negócio, mas por quê? A explicação não está numa constatação de um fenômeno social ou nem passa por um exame antropológico de nossos tempos, ser belo é uma questão íntima, todos queremos ser vistos como belos, a primeira impressão que o mundo tem de nós é essa, percebida pelo grande e imperial entre os cinco sentidos: a visão!
A visão é planetária, nem apenas humana ela é, os insetos, os cães, os golfinhos, as águias, os pardais, as aranhas, todos veem!
Bendita e maldita esta nossa tão espetacular capacidade de ver!
E a partir dessa quase estapafúrdia de tão evidente constatação vem as próximas verificações e a consciência da razão: essa é a primeira camada da nossa superficialidade e depois o que vem?
Vem muita coisa, sabemos todos nós, vem o caráter, o discernimento, a sensibilidade, a cultura, a empatia e outras tantas características que faltaria espaço para elencar aqui.
Não iria recorrer á modernidade como um recurso barato para dizer que a beleza é uma grande instituição de nós mesmos e que hoje por conta dos recursos tecnológicos a beleza se compra, não a beleza sempre foi sim levada muito em conta desde que o mundo é contado em prosa e verso, muito antes da escova progressiva ou do botox, a beleza é tão velha quanto essa planetinha azul que ora habitamos.
O que não posso me furtar a dizer é que o esvaziamento de nossos valores deu valor muito maior a beleza exterior e que sim, é impossível para qualquer mulher que ganhe um salário apenas razoável, investir uma boa parcela de seus rendimentos para fazer as unhas da mão, do pé (e onde mais puder passar esmalte), o cabelo, as sobrancelhas e isso para ficarmos no popular “basicão”, a conta não fecha...
Voltando uma vez mais a incômoda questão de minha amiga que tirava boas notas e não porque seu professor a enxergava como um belo espécime humano do sexo feminino, fica uma indagação, justificando o título do artigo:
- A beleza incomoda.
Sim, incomoda a quem não dispõe dela naturalmente, por obra e graça do seu dna e incomoda a quem a possui, por que a beleza inibe e se sobrepõe a outros muito mais substanciais e importantes valores, se sobrepõe a sua história de vida e a toda luta pessoal.
A beleza é uma característica estética que lembra um refrão antigo:
“Um elefante incomoda muita gente” uma beleza muito grande, incomoda, incomoda, incomoda, muito mais...
Se o silêncio te incomoda; então faça muito barulho, suficiente e necessário para acordar a humanidade e mostrar a direção das mutações sociais.
Teu sorriso ainda vai incomodar muita gente ... ainda vai afrontar muita gente... então meu bem, nao sorria, gargalhe !!!!
Lidar com pessoas é como deitar-se em uma cama de pregos... Nada incomoda até certo ponto, quando há um prego ou "alguém" que se coloque em um lugar mais alto, rebaixe os outros a volta, ou que esteja te machucando.
Não tente colocá-lo em seu lugar pois não vale o esforço, simplesmente arranque-o, ele não lhe fará falta alguma.
A razão me aconselhou:
Diga o que lhe aborrece, quando estiver incomodado... Para evitar dizer quando estiver muito zangado;
"Um pensador que não incomoda é um vagabundo e um bêbado das letras que nem fede, nem cheira, uma mosca quase morta".
Não devemos incomodar com o que o outro sente ou pensa. Mas devemos nos incomodar com o que a gente sente e pensa. É você quem constrói o seu caminho pela a vida.