Ilusão de Amor
Exista o amor da boca pra fora (comum); o amor até certo ponto (engana trouxa); o amor de fato (das mães); e o amor incondicional e absoluto (do filho do Criador).
VERSOS IN POESIA
Oh meu dulcíssimo amor,
Na ilusão, és sim pecado!
Sou fido à sua formosura,
Junto ao desejo revelado!
Paixão, és lira desta vida!
Nela, a idealizo e a quero,
Com os versos, in poesia!
Você não pode acreditar que o amor vai esperar seus devaneios passarem, ele tem asas e sem a devida atenção ele voa, vai embora...
O tempo é uma ilusão, só existe o agora, a inteligência e o amor, isso é tudo, isso é muito importante.
ILUSÃO?
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Tenho a ilusão de um tempo em que o amor e a integridade não sejam hipocrisia, e ninguém precise confessar que não presta, para ser verdadeiro, admirado e ganhar bônus para continuar não prestando.
As vezes me pergunto o que é o amor? Se não é apenas um fruto de uma imaginação ilusória. Ou se é para alguns, a realidade do que intimamente se necessita.
The Vincit (Klaus)
AMOR ENGANOSO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Houve quem me fizesse descrer nesse amor
que se jura e confessa com fogo nos olhos,
vem na flor dos sentidos e grita no corpo
feito alma de fora; coração exposto...
Alguém veio e desfez o paraíso em mim,
trouxe o fruto enganoso e me fez devorar,
pra no fim da ilusão me diluir no caos
desta paz fria e triste que secou meu chão...
Tive quem atestasse que tudo é mentira,
mesmo quando é verdade que o lábio supõe
aos ouvidos carentes da certeza incerta...
Foste o sonho que veio pra me despertar
e saber que o amor só foi pena cumprida;
minha vida está livre desse desengano...
SONETO AMORÁVEL
Eu disse a mim mesmo que viveria sem você
Ledo engano, o meu coração não me obedece
Não sou forte o bastante, como se quisesse
Ser. Repito a cada instante, mereço? Por quê?
Às vezes o tempo fica sem o dia, ali vazio
E a obscuridão da noite me traz a solidão
Nada digo, nada tenho, eterna imensidão
Sem você, o querer escorre pelo beiral frio
Não sei mais ser forte, no horizonte a alma
E eu aqui perdido num labirinto de trauma
Quanto mais tento sair, mais a desarmonia
Eu menti para mim mesmo, até machucar
Que eu saberia poetar sem poder te amar
Aqui eu, ainda, lhe poetando amor na poesia...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 de novembro de 2019 – Cerrado goiano
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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
INTENSO (soneto)
Tens, no abraço, o calor que não é engano
Do amor: tão aceso no desejo, tal a pureza
Que a minha razão permanece na certeza
Do feitiço, da quimera e do anseio humano
E, nos encantos da sensação, a total viveza
Tristeza?... não. Pois, o querer é soberano
E na alma é permanente, e de chama acesa
Tão brando no verso: em cadência e beleza!
És afago e carinho, sob os olhos: um abrigo!
Amigo!... Intenso!... em acordes na emoção
Tão dos sonhos, que parece um amor antigo
E, te digo: - igual não há no trôpego coração!
Se distante e na saudade, um severo castigo
Flor amorosa, que perfuma e aderna a paixão.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08/01/2020, 05’09” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
DESENCANTO (soneto)
Muitas vezes trovei os amores idos
Chorando o desalento e desventura
No engano, numa lira feroz e impura
De infelicidade, o vazio dos sentidos
E nesses instantes sofridos, convertidos
Cada lágrima escrita era de amargura
Com rimas sem resolução e tão escura
Soando a alma com cânticos gemidos
E se tentava acalmar com justificação
Mais saudoso ficava o árduo coração
Que se enganava querendo encanto
E, sussurrando, num afiado suspiro
Os versos que feriam, tal um tiro
O amor, eclodiam do desencanto
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/07/2020 – Triângulo Mineiro
VELHO TEMA
Só a graça da poesia, em toda a sensação
Palia o engano de um amor, mais nada
Nem mais os soluços do infeliz coração
Disfarçam a dor da devoção malograda
A insistente quimera por ela estacada
No seu encanto, chora toda a emoção
Da desilusão: no canto, na rima falada
Criando outro sonho, de novo a paixão
E, nessa inspiração que supomos
Duma tal felicidade que sonhamos
Em cada versejar, a verdade somos
Assim, nessa concordância, sejamos
O olhar, o afago, se na prosa fomos
O sentimento, ai no amor estamos!
© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
27, agosto de 2020 - Cerrado goiano
TORMENTO ANÔNIMO
Há amores não correspondidos, há enganos
mais negros que a noite muito mais escura
suspiros loucos, e o coração com amargura
as horas, segundos mais longos que os anos
E nestes doridos, loucos e alanceados danos
que leva o fado para as bandas da desventura
em um coral de gemido e de uma sorte dura
atraindo aos sentimentos só os rumos tiranos
E, as dores da solidão, sim, ela tão somente
que se cala nos braços deste amor cruento
dói, tal como ferir-se com gladio lentamente
Ah! que penar, esse que só traz tormento
lamentos e, nos ruminando inteiramente
tendo os dias de sofrência como alimento
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Setembro, 02/ 2020 – Triângulo Mineiro
“Ignoramus et Ignorabimus”
Quanta ilusão! O amor ver-se objetivo
e alheio ao brado do coração fagueiro
duma paixão, e do anseio prisioneiro
compondo, que assim, será definitivo
Dizem que amor é amor, se for vivo
a quem o chama de valor verdadeiro
livre, solto das amarras dum cativeiro
se esquecendo que dele se é cativo
Se o amor é sempre amor: - amado!
tê-lo é também agridoce no enredo
sem tirania, amar, deve ser desejado
Se é sempre o mesmo falso segredo
no início, perfeito, e tão imaculado
porque então não o haver no medo?
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2020, setembro, 03 – Triângulo Mineiro