Ilha
[...] destarte, descobri que a minha forma fugaz e clandestina de pensar, tão somente me denunciava. Ante a própria face da estupidez, esculpida numa moldura maravilhada e deveras curiosa pela vida. Ao descortinar a realidade, defronto-me com a torridez produzida pela convulsão dos meus pensamentos. É que a principio eu habitava numa ilha, a qual abandonei a nado. Hoje reportei-me àquela insula, aonde saudosa ensaiava o sorriso do muito pensar. E no meio desse mar, fui invadida pelo naufrágio comum aos balzaquianos. Ora, o sol aqui não brilha tanto, e aquilo que eu enxergava por trás da quimera, já não aguça mais os meus sentidos.
O nosso planeta possui um diâmetro aproximado de 12.742 km. Esse diâmetro, dividido pela metade, daria algo em torno de 6.371 Km. Logo, portanto, essa é a profundidade máxima que qualquer poço terrestre poderia, teoricamente, alcançar. Mas então, pergunto-te: Com tantos "fundos de poços" atingidos consecutivamente, já não estaríamos, nós, habitantes da Ilha, escavando e escalando, do fundo para a superfície, as paredes de um segundo poço? E quando a superfície deste fosse atingida, daríamos início à escavação de um terceiro poço? Quando afirmarem que a Ilha do Poderá desafia os limites da lógica e da física, pois levem isso muito a sério!
Os olhos um mar "vítreo"/
Onde se mergulha em olhares/
Despido de pura timidez/
Nadando loucas braçadas/
Até alcançar a ilha do coração!
Olhei pra cima
e lá estava uma
ave de rapina
por certo,
se aninharia
por perto
ou iria
para alguma ilha
isolada,
esquecida
deserta
assim
eu nunca
mais a veria
e a despedida
é sempre
uma agonia.
Teus olhos negros
Me traziam ao coeso
Dos escuros mais acesos
Sem deixar meu rancor ileso
Ao adormecer em meu colo
Me deixava sem solo
Parecia toda apolo
Um prazer tão seu quanto nosso
Assim dominava tua fera
Mas a fera lá fora me espera
Quem me dera
Poder a felicidade que em ti venera
Sempre minha pilha
Mas perdi o controle na saída
Me vi toda derretida
Não quis prometer despedida
Porém, não sumirei de tua trilha
Abrigue tua família
Nesse riso fácil de tua ilha
Terra fértil... Cecília
P[R]O[BL]EMA
nenhuma técnica/método
receita bulário
segunda via feita a papel carbono
xerox reconhecida em firma
rúbrica a punho
sequer ensaio para a cegueira
qualquer poliqueixa minha
qualquer cólera
qualquer resultado
não é mais que
poema
único num
teorema do exercício de ser
todo dia um poeta que firula
a inquietação
condicionado à metáfora
programado em rima
aos vocábulos que rodeiam:
sou quase todo ilha
Dos meus Arquivos
Das jornadas em claro
E é claro que foi nessa luz
Dentro de mim que encontrei a saida
Nunca me perdi para que me encontrassem
Livre de naufragio
Construindo meu barco
Me fortalecendo ao remar
Sei que nunca seria fácil
É preciso se afogar
Para aprender a nadar
É como ser sereia
E aprender a andar com as próprias pernas
Tão fortes
E eu,terna,de mim
Onda, mar, tempestade
Dos meus Arquivos
Saudades
Tipo ilha
Eu encaro sozinha
Ancorei em mim
Para me permitir
Ser completa,ser a minha própria peça que faltava
Sou quebra cabeça
Eu sei me desmonto
E sozinha, me permito me montar inteira
AMOR É DIFÍCIL, NÃO É NADA FÁCIL.
O amor não procura seus interesses e se alegra com a verdade (1 Co 13:5,6).
Recebemos uma revelação do Senhor e serve primeiro para nós e depois para quem ouve, lê ou vê.
Amor não se aplica apenas àquilo que vai nos fazer bem à nossa maneira, do modo como entendemos, mas também aquilo que precisamos ouvir; não só o que queremos ouvir. Deus é amor e ele nos ama na sua exortação, na sua chamada para uma conscientização sobre onde estamos falhando em nossos comportamentos e atitudes.
O verdadeiro amor se compraz em ver as pessoas felizes e em paz consigo mesmas. Por isso que, quando se manifesta, busca os que pensam estar gozando de plenitudes racionais, emocionais e espirituais, mas não estão; na verdade, estão mergulhadas em seu ego e ensimesmadas em suas concepções humanas que as distanciam de Deus, e não percebem.
Aí o Amor chega a fim de ajudar, mas muitos, lamentavelmente, não entendem e não o podem suportar, pois não acreditam que Deus pode se manifestar por meio de uma pessoa, de um animal, de uma pedra, de um raio, de uma planta, de uma mensagem etc., ficando à mercê de seus caprichos pela própria vontade independente da vontade de Deus para o seu bem.
Difícil reconhecer e aceitar que o amor é rigorosamente rígido. “Deus só pode ser bom o tempo todo!” Sim, Deus é bom o tempo todo, mas essa bondade divina engloba a justiça, a correção e a instrução.
A bondade de Deus corresponde exatamente ao nosso entendimento do que seja um pai para com um filho. O bom pai passa a mão na cabeça do filho por tudo o que ele faz? Não! Mas sempre lhe ensina a se corrigir quando comete um erro, oportunizando um aprendizado para a vida, em sentido global, onde ele não é uma ilha cercada do nada, mas uma ilha, sim, cercada de gente por todos os lados.
Náufrago
Perdido, desperta desalentado,
Com o corpo aspergido da água, salgado do mar
A areia conglutinada na face e nas partes nuas do corpo
Em meio à angústia proporcionada pela cena,
Vagarosamente coloca-se de pé,
Na busca da compreensão do que fazia ali.
Olha o entorno e vê uma ilha
coberta de vegetação mista, com árvores enormes e verdes
exala o perfume das flores: gardênias, jasmins, lavandas, cravos...
Sobressai-se o cheiro inconfundível de mel das álisso...
O silêncio ruidoso de sua mente é quebrado pelo canto dos pássaros: pintassilgos, canários, corrupiões, azulões e corruíras - uma mágica sinfonia.
O céu azul, cintilante, reflete nas águas mansas
Sente uma leve brisa...
Um náufrago, confuso, à procura de uma saída.
Mesmo que sua alma sinta a doçura do lugar,
Como desvendar o mistério e partir?
O que era eu? Pergunta-se
E o que é essa saudade de alguém, de qualquer coisa que angustia?
Busca explicações, mas só encontra um vácuo dentro de si:
Uma ilha cheia, mas ninguém para lhe fazer companhia.
Como aquela, existem outras ilhas desconhecidas,
Construídas por mãos divinas...
Vê seu reflexo nas águas...em seus olhos uma dolorosa instabilidade, sem sentido.
A brisa é fresca, monta uma fogueira
Nela coloca as impurezas da ilha,
Aqueles gravetos, as lascas sem razão.
Espera encontrar alguém, embora ainda não saiba quem...
Sentado imóvel, olhando na direção do horizonte,
Ouvindo os pássaros, sentindo o perfume das flores,
ainda sente como estivesse naquela ilha cheia de vida,
Que embora tão real dentro de si,
é um tesouro abstrato da sua imaginação.
Raro, mas existe!
Ilhada por um rio de água transparente, cercada dos mais belos tons de verdes da natureza, ali estava uma casa aonde a amizade crescia com segurança, a confiança brincava sem medo no quintal e o amor dormia no berço sendo bem cuidado livre dos medos e dos pesadelos.
Ohh Minha São Luis
Que muito a de brilhar
com seus belos azulejos nos fazem viajar!
a um tempo na história que suas ruas tendem a contar!
Do seu passado glorioso, que os casarões demonstram sem cessar!
Os belos costumes que seu povo tem a carregar!
Ohh Minha São Luis
Que Não Para de Brilhar
E mais um ano vem a comprovar
Que a ilha do amor jamais parou de Brilhar!
O cardume com peixes nadando em perfeita sincronia lembrou a moça que na vida muita coisa é por necessidade, seu amado podia detestá-la mas se eles ficassem presos em uma ilha deserta ambos viveriam como um casal. Se fossem regatados ele a deixaria, então ele a amava bem no fundo só não preferia estar com ela se houvesse outra opção.
O Hóspede
Alguém que vem me visitar
É uma coisa impressionante
ele traz seu passado,
seu presente, e ainda,
seu futuro junto com ele.
sua vida inteira vem junto.
Por ser frágil,
e talvez ter sido partido antes,
o coração dele está vindo
em busca do seu coração.
Precisamos entender o caos do mundo e acolher nosso dilúvio.
Antes, eu era só silêncio, mas não me ouvia.
Hoje sou um grito constante por mim mesmo.
Me olho, me enxergo e me abraço; me perco.
Vejo que sou um oceano lindo na gota da minha ruína.
Sou caverna que abriga o ilhado, sou moinho que às vezes erra a direção, mas sempre procuro uma rota que faça a volta e me leve a soprar teus cabelos.
Eu sou o sonho de alguém realizada em mim mesmo.
Sou areia que desliza entre os teus dedos, o lençol de água que refresca o teu corpo.
Me desmancho
Desmorono
Na tua teia.
Quanto mais eu bebo da tua água
- Mais me incendeia.
Carla Ramires
Quando crianças brincamos
Adultos paramos de brincar para conquistarmos os nossos objetivos e assim garantirmos um futuro brincando!!!
Incontestável viveza de um lugar primoroso, oriundo de um sonho, expressado numa tela, traços amáveis, formas singelas, uma ilha particular de cores românticas, nuvens formando uma bela pintura celeste, um mar intenso, movimentos contínuos, banhando algumas rochas, lindos coqueiros na parte alta, o vento agitando suas folhas, um manto gracioso das belas pétalas das flores rosas, o sol um pouco discreto, já se pondo, mesmo o tempo aparentando não passar, dessarte, o amor foi aplicado calmamente em cada canto, proporcionando uma arte singular, indício de uma rica essencialidade, paisagem que consegue inspirar, esbanjando a indispensável vitalidade do que é artisticamente amar.