Hospital
Quieto
Em leito, sinto
Oh quão frio
Lobo só, sem matilha
Não tema
Está só!
Não reclame, diziam eles
Engula o choro!
Em leito, sentia
Já não mais
Mas, nada!
Frio sou
Não!
Tornei-me
Em leito, sentiria
Na pele
Seleção natural
Quantos lobos
Não entendo
Algo errado
Em leito, sinto
Coração, não mais
Odor pérfido
Não eram lobos
Abutres
Liberdade, enfim?
Com essa campanha de sarampo agora, todo mundo se vacinando, lembrei da vez que eu tive, contava com os meus 8, 9 anos. Só sei que o sarampo recolheu, acredito que significa que se alastrou pelos orgaos internos devido a um filme de Tarzan que eu assisti a tarde... Quer que tem a ver Tarzan con sarampo? Pera, vou explicar... Tava quase bom, dias num quarto escuro me recuperando, milho jogado embaixo da cama e tudo, como manda a crendice, aí de repente fui pro sereno, vento entrando e eu na sala, no sofá recebendo o impacto, assistindo tazan o rei da selva, naquela tarde de domingo e mamãe reclamando e meu pai dizendo: deixa o menino assistir Tarzan, já tá Bom! Tava bom, que nada, pura precipitação. So sei que depois bateu uma fraqueza em mim, as pessoas parecendo um sonho distante na minha visão embassada, minha cabeça aquela leseira. Fui internado no hospital evangélico, conhecido como matadouro. Meu pai e minha tia, ficavam se reversando, minha tia de dia, meu pai a noite, se sentindo culpado, o pobre, talvez, foi ele que deixou eu assistir Tarzan. No hospital parecia que estava num hotel 5 estrelas, o hospital nao era particular, de plano bom, mas o que eu pedia era atendido. Uvas traziam as visitas, oh! Das boas, verdes, docinhas. Revista da coleção os bichos, brinquedos, coisa boa! Comi uma papa de um tal de Neston, gostei! Quero mais disse, tá certo seu pequeno Príncipe, seras atendido, Neston todo dia (Depois descobri que era meu pai que trazia e pedia pras cozinheiras do hospital fazerem). A noite tia Leta me conduzia, segurando pelo braço, pra olha da rampa do hospital a Fecin, um parque de diversões instalado no Parque da Jaqueira, onde do outro lado do rio, pontilhado das luzes refletifas, um brinquedos se destacava, o enorme e colorido tobogã. Sem noção da delicadeza da situação em que me encontrava, dos litros diários de soro no braço e os molambos da perna sem vida, perigo de ficar pra sempre sequelado, tem caso que fica cego. Quando não mata anleija, como se diz. Mas, aos poucos, graças a Deus fui me recuperando e após um mês, depois de terem tirado água da espinha, uma seringa de um líquido branco da coluna, recebi alta e atravessei triunfal de barco o trecho de rio que separa o hospiral da Avenida Rui Barbosa, ainda hoje é assim. Cheguei em casa de noite, nao podia ter chegado em ocasiao mais bonita era natal, a árvore toda enfeitada com lâmpadas pisca-piscas coloridas, cheia de algodão. Agora sim, totalmente recuperado. (15.02.2020)
Noticiar a morte causa mais impacto do que noticiar o pedido de alguém para conseguir uma vaga num hospital público e ser atendido devidamente. O ser humano com seu lado egocêntrico, mesquinho, vil... sofre e gosta de se despedir!
Quais são os seus planos pra hoje?
E lá estava eu voltando pra casa depois de um treino de pernas e pensando qual seria o lanche que meu marido estaria preparando pra nós, naquela tarde de terça feira normal de sempre. Fizemos até aposta, eu dizia que ele já teria comprado pão fresquinho e um saco de peta só pra me agradar, os meus filhos disseram que talvez nem teria chegado. Nem imaginava o que iria quebrar essa rotina gostosa da minha semana.
Chegando em casa vi que meu marido estava dentro do carro sem conseguir sair ou falar e com o queixo torto pro lado. Pronto, eu que tinha treinado pernas fiquei sem elas pra lidar com essa porrada do destino.
A razão manda em mim mais que a emoção, sou da saúde, então as emoções ficam pra depois das ações. Rapidamente tomei todas as providências, chequei pressão, pulso, correndo contra o tempo. O SAMU chegou e assumiu o controle, me deixando mais tranquila pela assistência rápida.
Gente vocês gostam de montanha russa com muita emoção? Essa é a sensação de estar na ambulância SAMU. De lado presa ao cinto de segurança do banco, que amarra apenas a cintura, os braços dependendo da velocidade você fica igual ao “bonecão do posto”, não tem nenhum “puta que pariu” pra você segurar .
Antes mesmo de chegar no hospital mais uma surpresa, a possível isquemia evolui pra o que ? Um AVC! Pronto mais um mini infarto pro meu coraçãozinho que nunca sara de tanto machucar. Um “Pit Stop” na corrida maluca da ambulância, e mais procedimento de emergência!
Chegamos! Ufa! Eu direto pro balcão, ele voando pra sala de trauma.
A médica sai da sala vermelha e diz: Já já te daremos notícias, aguarde!
Acho que ouvi errado, meus ouvidos devem estar entupidos porque meus olhos leram os lábios dela dizendo: agora são as horas de desespero. Os olhos, esses não estavam nada entupidos desaguaram em lágrimas!
Novamente a terrorista sai da sala vermelha toda de branco da paz pra me dizer pra ir pra casa descansar porque eu não poderia ver ou ficar, e que ele ia precisar de mim no dia seguinte descansada.
E não é que ela estava certinha! Quando voltei no dia seguinte encontrei meu marido quase 70% recuperado. E a noite foi longa, vi todas as horas passando lentamente.
Dia seguinte mais sinais de recuperação e assim está sendo, todo dia uma graça de Deus!
Mas também com toda família e amigos orando, rezando pra Deus, Jesus Cristo e pra tantos santos que eu nem sabia que existia, não tinha como dar ruim.
Muito obrigada de coração à todos que não me deixaram em paz nem um segundo! Mandando mensagens de carinho, força, orações, e também pelas visitas que ajudaram bastante para que ele fosse recuperando a memória mais rápido. Tudo isso foi muito importante pra recuperação dele e pra mim também, pra que continue essa fortaleza que todos dizem.
Gente quais são seus planos pra amanhã?
Não sei vocês, mas eu a partir de “ontem” acho melhor não fazer muitos planos, e deixar Deus tomar conta de tudo, ele sabe o que faz e o porque faz, não me cabe questionar apenas rezar e agradecer.
Gratidão
Assim como um soldado se levanta, veste a farda, dá um beijo em seu filho e parte para a guerra sem ter a certeza se irá voltar.
Hoje milhares de enfermeiros se levantam, pegam seus jalecos, beijam seu filho enquanto dorme e parte para assumir um plantão, sem saber o que acontecerá.
neste dia, onde todos recuam e se acolhem em seus leitos familiares...
Nós deixamos nossas famílias aos cuidados de Deus e cuidamos da sua família.
Somos soldados!
Temos medo sim!
Mas não, não somos covardes.
Nos alistamos e não vamos recuar!
CUIDAR DE VOCÊ É NOSSA MISSÃO.
Diante da mais terrível dor:
-Nós estaremos lá, segurando sua mão.
Fazendo a melhor punção.
Temos medo sim! Mas fica tranquilo, Deus nos guarda e usa nossas mãos para servir nesta grande obra, que é cuidar de você, coroa de sua criação.
Romanos 8:28 – “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito”.
Em tempos de Corona me pedem pra ficar em casa na poltrona mas
o que eu queria mesmo era ser como a minha irma que se mantem no hospital toda durona.
Assim como ela, médicos e outros enfermeiros tentam ajudar o planeta e isso vou anotar na minha caderneta, porque pra isso so preciso de uma caneta.
E por isso queria encomendar milhões de máscaras vindo de carreta, e espero que na distribuição nao gere treta.
Máscaras, luvas e alcool em gel se precisar eu levo até no velho Gurgel.
Mas como ajudar em época de Corona se estou sentado na poltrona?
Difícil se doar quando nao se pode fazer se quer a minima aparição em aglomeração, pois então, daqui de de longe, vai esse bordão!
Só pra agradeçer a Nacão! Aos que se arriscam, salvam, e entram no hospital no meio dessa confusão.
Mas o que eu espero de verdade e de todo coração é que nós, e eu digo todos nós possamos aprender, valorizar e mais amor doar.
Usando uma mascara me protejo mas nao me calo, faço isso pra nao cair do cavalo, minha saúde e de quem esta do meu lado dependem de mim e não poderia ficar calado.
É hora de se aproximar de quem se distanciou, de cuidar de quem nunca cuidou, de se preocupar e ter atenção mas cuidado com muita aproximação.
A humanidade sempre cresceu em extrema ocasião, é até bonito ver toda essa união.
De povos países, continentes e de quem mandou parar a guerra para melhor tratar dos doentes.
Hoje já não ha mais divergência entre opiniões e ninguém quer saber das suas razões.
Em tempos de forçado isolamento esperamos resultados de exames e experimentos, vejo post de pizza e também chingamento mas raramente gente lendo pra criticar com conhecimento.
Corona, Covid 19 que virou vinte e eu as notícias escuto como um bom ouvinte, passam medo e mostram o caos... e amanha a manchete é a seguinte...
Os mortos já passam de ja passam de vinte...
Hoje fiqiei triste...
Porque todos estao de máscara me perguntou o pedinte?
Da vontade de passar pro problema seguinte...
Mas nao sem antes comenter o que mais ele disse...
Sabe.... eu "Bato as botas antes dos vinte", o farol abriu, eu lhe disse...
as máscasras são pra proteção pois, o mundo ta sem motorista e perdeu a direção, sei que é difícil mas tome cuidado... você não é excessão porque pode até ser o professor mas... nao sabe de tudo não.
Espero que esses versos ora com rima outras sem a mínima, te encontrem bem e com auto estima, saúde e a certrza de que logo inventam uma vacina.
Dificuldades são como vírus. Multiplicam-se junto aos que insistem em viver por conta do à toa, mas tendem a sucumbir junto aos que se abrem à “última chamada” deste Grande Hospital chamado mundo.
"A DOR INTERIOR."
Nós deixa lembrar que a saúde vale mais do que montanhas de dinheiro,
termina com o bom humor e com a vontade de lutar...a dor também é uma luz para aprender a dar valor a todas as pessoas que nos apoiam em um hospital.
Embarque
Disso eu bem sei
Sinto saudade
Tenho fé e vontade
Sinceridade
Alem da palavra
Faço
Mas queria mesmo dar um laço
Em forma de abraço
Oração
Canção
Choro de emoção
De novo
Despedida
Não me acostumo
Gosto mesmo do
Reencontro.
Onde eu Recomeço
Sonho
Cheio de esperança
Verdade de dois
Planos de nós
Metas novas
Transbordam
Na paz do cafuné
antes ou depois do café
Juntinho
Com bolo quente
Coração transborda
amor e fé
Partilha e proteção
Bênçãos
E gratidão
Desde que embarquei em nós
Conheci o eu, o vc, e o nosso fazer
A gente!
Ai como eu amo construir o nós 2 ao seu lado
Se a turma não saísse
Não havia carnaval
Se não fosse a fantasia
Todo mundo era igual
Se não fosse a quarta-feira
Pra acabar a brincadeira
Eu iria pro hospital
DEIXAR IR TAMBÉM É CUIDADO
Os corredores compriiidos
Cinzentos ...sem cor
Presenciam apertos no peito sofridos...
Acolhendo todo o tipo de dor!
Dor em busca de paz
De cura pra aliviar
E tem a dor pela dor que também se faz voraz
De quem está a cuidar e acompanhar
O sofrimento é singular...
Não nos cabe um julgamento!
Para o quanto dói cada um tem seu limiar
Sua forma de se expressar naquele momento
Resta a quem está perto o “cuidado”
E o melhor a se fazer pode parecer tão complicado!
Pois diante da ânsia insistente daquela vida zelar
A escolha em algum momento é deixar o apego de lado...
Deixar ir também é uma forma de amar!
Diante do melhor a ser feito
O que se resta a fazer?
Já que a dor agora é forte no peito...
Do vazio que não da mais pra preencher?
E vai ser dia após dia assim!
Até que a dor dê lugar a saudade
E a gente se dê conta de verdade...
“Que pra quem tem fé a vida nunca tem fim!Não tem fim... 🎼”
Eis que voltei! À cidade, que sempre amei.
A Coimbra, onde também, no passado, o amor, encontrei.
Vim à cidade, onde estudar, não o fiz,
Porque Deus, assim não o quis.
Tanto desejei, Coimbra da universidade,
Mas não fui lá estudar, em verdade.
No passado, só encontrei, lá o amor.
Mas também, logo acabou, esse de Camões ardor.
Mas voltei a ti meu amor, à universidade hospital;
Tu minha cidade, do Mondego e do Sobral.
Onde Isabel, pão aos pobres, deu sem medo…
O rei enfrentou, porque teus filhos amou.
Também, oh Coimbra! De nada, tenho medo.
Mesmo doente! Porquanto, em ti, estou!