Grandes Pensadores
Nada se toma a sério na vida humana; o pó não vale esse trabalho.
Em consequência disso, quem lê muito e quase o dia todo, mas nos intervalos passa o tempo sem pensar nada, perde gradativamente a capacidade de pensar por si mesmo – como alguém que, de tanto cavalgar, acabasse desaprendendo a andar. Mas é este o caso de muitos eruditos: leram até ficarem burros.
Neste mundo, onde se joga com dados chumbados, um homem precisa ter um temperamento de ferro, com armadura à prova dos golpes do destino, e armas para enfrentar homens. A vida é uma longa batalha; temos de combatê-la a cada passo; e Voltaire com toda razão diz que, se temos sucesso, é à ponta da espada, e que morremos com a arma na mão.
Na vida dos povos, a história só nos aponta guerras e sedições: os anos de paz não passam de curtos intervalos de entreatos, uma vez por acaso. E, da mesma maneira, a vida do homem é um combate perpétuo, não só contra males abstratos, a miséria ou o aborrecimento, mas também contra os outros homens. Em toda parte encontra-se um adversário: a vida é uma guerra sem tréguas, e morre-se com as armas na mão.
O casamento é uma armadilha que a natureza nos prepara.
Se a nossa existência não tem por fim imediato a dor, pode-se dizer que não tem razão alguma de ser no mundo.
A vida é uma tarefa que devemos desempenhar laboriosamente.
É frequentemente censurado que os desejos das pessoas estejam voltados principalmente ao dinheiro e que elas o amem acima de tudo.
Mesmo o ato mais nobre tem apenas uma influência temporária; a obra genial, em contrapartida, vive e age, benéfica e sublime, através de todos os tempos.
A mais eficaz consolação em toda desgraça, em todo sofrimento, é voltar os olhos para aqueles que são ainda mais desgraçados do que nós: esse remédio encontra-se ao alcance de todos.
Querer é essencialmente sofrer, e como o viver é querer, toda a existência é essencialmente dor.
Exigir a imortalidade do indivíduo é querer perpetuar um erro.
Depois de haver meditado longamente sobre a essência da música, recomendo o gozo dessa arte como a mais deliciosa de todas.
Se refletirmos sobre como a miséria e os infortúnios são geralmente necessários para a nossa libertação, reconheceremos que deveríamos invejar menos a felicidade do que a desgraça dos nossos semelhantes.
Quem se mata quer a vida, só se queixa das condições sob as quais ela se lhe oferece.
Não admite dúvida que é o conhecimento da morte e a consideração do sofrimento e da miséria da existência que dão o impulso mais forte ao pensamento filosófico e às interpretações metafísicas do mundo.
O Estado não é mais do que uma mordaça cujo fim é tornar inofensivo esse animal carnívoro que é o homem, e dar-lhe o aspecto de um herbívoro.