Gente Doida
A falta de coerência daqueles que se dizem lúcidos faz-me falar como os loucos, quando estou minimamente lúcido.
Vivemos num tempo em que sentimos cada vez mais solidão e os loucos se sentem cada vez mais acompanhados.
“Não há pecado no inferno e nem há milagre no céu, não há loucos entre loucos e nem sábios entre sábios.”
Os loucos acham que o hospício é um hotel cinco estrelas, os porcos acham que a lama é um SPA, em um pasto cheio de burros, qual a diferença em classificar?
Mesmo sabendo que o céu não aceita como troca bens materiais, há quem acorde bem cedo para lutar com a inflação e a depreciação.
A sabedoria não está em comprar o ingresso do teatro mais caro do mundo, mas está em ter acesso ao script.
A quem dera que o mundo fossem de gente loucos, os loucos não roubam, não metem, loucos não são assassinos, loucos não são parasitas, loucos não são sanguessugas, loucos cuidam uns dos outros, loucos respeitam o espaço do outro, seria melhor um mundo de loucos humanos.
É pela leveza da pena que se constrói a mais brava armadura. Pois a paz só é possível quando a guerra dos tempos, dos outros, dos loucos não nos atinge. E a minha guerra traz a leve pena afiada de uma paz redobrada.
Será preciso perder,
Para aprender a dar valor?
Será preciso não mais me ter,
Para me mostrar seu amor?
O ser humano mostra-se tão imaturo,
Uma mente fraca, um coração duro.
Sinto-me perdido, em um escuro,
Já não se encontra mais alguém, de coração puro.
A cada dia, me sinto mais machucado,
Saio pelas ruas, e volto com o peito apedrejado.
Sem solução, me deito calado.
Onde fomos parar? Deixamos o real valor da vida, de lado.